Gazeta troca festa por colchões e comida para vítimas da enchente

Estava praticamente tudo programado para brindar nossos leitores ainda neste fim de ano pelos quatro anos de existência do jornal Gazeta de Joinville. Local escolhido, data agendada e a certeza da vinda do maior humorista brasileiro no maior espetáculo do ano na cidade. Porém, a catástrofe climática que se abateu sobre o Estado, atingindo milhares de famílias na cidade, fez a direção do jornal mudar seus planos em respeito ao sofrimento pelo qual muitos joinvilenses estão passando.

“Temos plena consciência de que a hora não é para festa, por isso decidimos adiar a vinda do humorista Chico Anysio para o início de 2009”, afirmou o diretor-presidente do jornal, Camal El Achkar Filho.

Além disso, Camal propôs aos demais diretores que parte do valor investido na vinda do comediante a Joinville fosse revertida na compra de donativos (colchões e alimentos) às vítimas da enchente.

A decisão foi tomada ainda na manhã do último sábado, quando as fortes enxurradas começaram a assolar a cidade. “Foi algo muito chocante. Sabíamos que não poderíamos ficar de braços cruzados”, afirmou o diretor do jornal.

Diretor do jornal comanda doações

A entrega dos colchões e alimentos foi realizada na tarde da última quarta-feira (26) numa das comunidades mais carentes da cidade, área de invasão no bairro Jardim Paraíso, na qual vivem centenas de famílias.

Um cenário dramático se desenhava a cada instante quando avistávamos as famílias que se aproximavam para receber os donativos. Com as águas mais baixas, mulheres e crianças puderam se aproximar para receberem as doações.

Os dois veículos da Gazeta foram enviados carregados de colchões e alimentos não perecíveis.

Uma multidão se aglomerou logo na chegada e causou um certo tumulto. “Não foi fácil organizar a fila, mas com a ajuda de lideranças locais conseguimos atender as famílias que mais necessitavam”, completa o ditetor-presidente.

A aposentada Luzia Aparecida, de 45 anos, viúva, três filhos, após receber doação ressaltou quase em prantos: “Estamos abandonados aqui. É difícil alguém vir para resolver nossos problemas”.

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