De volta ao Brasil após três temporadas na Europa, pai do Pedro há três meses, morando em Joinville, Santa Catarina, e comemorando o aniversário junto a família pela primeira vez nos últimos cinco anos. Esse é Marcelinho, levantador da Tigre/Unisul/Joinville e da Seleção Brasileira, que neste domingo chega aos 34 anos com pelo menos um sonho concreto: “Quero poder jogar para que o meu filho Pedro veja”, diz. “No restante, ainda não parei para pensar”, completa. Momentos antes de enfrentar o Bento Vôlei pela Superliga Masculina 08/09, no sábado, Marcelinho falou da realidade na nova equipe, de seleção, de títulos, da família e do futuro.
Há quanto tempo você não comemorava o aniversário com a família?
Há cinco anos que isso não acontecia. Nos dois últimos estava com a seleção no Japão. Esse ano vai ser bom, num domingo sem treino e jogo, bem tranqüilo, vou ficar com a minha família, o primeiro aniversário com o meu filho. Será bastante especial.
Você atinge uma idade em que o atleta, e você em especial, conquistou todos os títulos. O que você imagina para os próximos anos em sua carreira? Na Tigre? Na Seleção?
Em termos de Seleção vou deixar acontecer. Não tem nada programado. As minhas preocupações imediatas são a minha família, meu filho, e esse projeto da Tigre/Unisul que me agradou muito. Quero fazer parte dele não só dentro da quadra, mas usar a experiência que adquiri para ajudar o Giovane a melhorar o projeto.
Ao final do contrato de dois anos com a Tigre/Unisul você estará com 36 anos. Já pensou na possibilidade em parar de jogar?
Não, ainda não. Eu queria que meu filho pudesse me ver jogar um pouquinho. Não sei se vou conseguir, mas por enquanto ainda não tenho nada decidido. Depende muito dos próximos dois anos aqui em Joinville.
E Seleção? Companheiros seus já abriram mão de outras convocações? E você?
Não sei. É difícil você dizer não a uma Seleção Brasileira, ainda mais depois de tantos anos. É uma coisa que representou muito na minha carreira. Por enquanto a minha cabeça está voltada para a minha família, ficar um pouco mais sossegado, mas ainda não decidi nada.
No caso Ricardinho você ficou no ´olho do furacão´. O que tirou de positivo com tudo o que ocorreu? Pressão da mídia, da torcida...
Foi um aprendizado como pessoa, como atleta. O vôlei nunca tinha passado por isso. Fomos questionados em relação a tudo, e eu estava no meio daquilo. Eu tinha que enfrentar aquilo por estar na seleção. Havia vivenciado todos os sentimentos de um atleta na seleção: a alegria de vitórias, a tristeza de um corte, derrotas. Aquilo me fez crescer.
E depois de tudo, que avaliação você faz?
Foi positiva. Nas quatro competições que disputei como titular, a seleção fez três finais, ganhou dois títulos. Acho que fui bem, todos me ajudaram lá dentro. Fui questionado, normal para um atleta que entra no lugar de outro que era considerado o melhor do mundo. Não me surpreendi, porque sabia que eu tinha condições. Fui um momento difícil na minha carreira que consegui superar.
Para terminar, se pudesse escolher um presente hoje qual seria?
Meu presente é poder estar aqui no Brasil com a minha família, o meu filho.
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