O uso de remédios para doenças crônicas em crianças e jovens cresceu muito nos últimos anos nos EUA, segundo estudo publicado na “Pediatrics”. A pesquisa usou dados de 2002 a 2005, referentes a 3,5 milhões de pessoas entre 5 e 19 anos.
Foi avaliado o uso de drogas para hipertensão, diabetes tipo 2, asma, dislipidemia (colesterol alto), TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) e depressão. Houve aumento em todos os índices.
Para Isabel Rey Madeira, presidente do departamento científico de pediatria ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria, embora não haja estudo similar no Brasil, a impressão é a de que a tendência também seja de aumento aqui.
No período, a prevalência do uso de remédio para diabetes tipo 2 dobrou – devido principalmente ao aumento de 166% em meninas de 10 a 14 anos e de 135% nas de 15 a 19 anos.
O consumo de drogas para depressão também subiu mais entre elas do que entre eles (7% e 4%, respectivamente). O mesmo ocorreu no uso de remédios para TDAH (63% e 33%) – entre as jovens de 15 a 19 anos, a medicação cresceu 114%.
O uso de remédios para asma subiu 46,5%. Para dislipidemias, 15%. O crescimento foi menos acentuado no caso dos anti-hipertensivos (1,8%).
Para Madeira, os dados podem decorrer da epidemia de obesidade, que eleva a incidência de doenças e deixa os médicos alertas ao diagnóstico. No caso do TDAH, porém, ela lembra que é discutida a chance de excesso de diagnósticos.
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