Brasil deixa de arrecadar R$ 18,6 bi ao ano por causa da pirataria

Folhapress

O consumo estimado de produtos piratas de dez categorias nas três principais capitais do país ---São Paulo, Rio de Janeiro, e Belo Horizonte-- cairá 5% em 2008, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira, no Rio. A projeção é que o país deixe de arrecadar R$ 18,6 bilhões em 2008 em impostos em função do mercado ilegal.

Para o diretor-secretário da Angardi (Associação Nacional para Garantia dos Direitos Intelectuais), José Henrique Vasi Werner, a presença de produtos piratas no mercado ainda é grande, e o resultado que mostra queda pode estar sendo mascarado por fatores relacionados à dificuldade de inserção desses produtos no mercado.

"É muito pouco provável que o consumidor tenha se conscientizado que pirataria é uma falsificação e uma coisa lesiva. As campanhas divulgadas não são suficientes para atingir grande parcela da população. Tem que tomar cuidado com análise superficial desses dados", afirmou.

O levantamento foi feito pelo Ibope entre os dias 17 a 22 se setembro, com 1.715 entrevistas nas três capitais, a pedido da Angardi e do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos. Foram feitas projeções sobre o consumo irregular de brinquedos, roupas, tênis, relógios, óculos, bolsas, canetas, perfumes e cosméticos, jogos eletrônicos e peças para motos. Segundo Werner, a avaliação que será feita em 2009 incluirá o mercado pirata de CDs e DVDs.

No Rio de Janeiro, a redução do consumo declarado de produtos piratas deverá chegar a 35%, ficando em R$ 341,1 milhões. Estima-se que 51% dos cariocas comprarão menos óculos falsificados em 2008; em relação ao brinquedos, a redução dos consumo de piratas chegará a 44%, mesmo percentual verificado entre os compradores de perfumes e cosméticos ilegais.

"No Rio, o principal fator talvez tenha sido pela repressão, há uma delegacia especializada. Isso nos leva a crer que seja mais pela questão da repressão do que pela logística e do preço", observou Werner.

Em São Paulo, projeta-se um aumento de 9% no consumo de produtos piratas, e em Belo Horizonte, o consumo declarado crescerá 46%.

Werner explicou que a justificativa para a busca por produtos piratas continua sendo os melhores preços. A pesquisa constatou que 84% dos entrevistados alegam que pagam menos da metade do preço do produto em relação ao mercado formal.

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