Em busca da vitória

Revelação no esporte, sargento do 62º Batalhão de Joinville conquistou a medalha de ouro no campeonato sul-americano de Jiu-jítsu e abre caminhos para a modalidade na cidade.

Gustavo Meneghim

O sargento Ednei Franco Tomazini é adepto do jiu-jítsu há 4 anos e há dois últimos passou a participar de campeonatos da modalidade. O militar, que inclui em sua rotina militar a função de instrutor de defesa pessoal em artes marciais do batalhão, e que treina no mínimo 15 horas semanais, há cerca de um ano vem colhendo frutos de sua dedicação.

Em 2008, Tomazini conquistou o primeiro lugar no pódio no campeonato Sul-americano realizado em São José, no dia 9 de novembro. Meses antes ele já havia conquistado o ouro no Campeonato Paranaense e o terceiro lugar no Campeonato Mundial no Rio de Janeiro. Entre os resultados de 2007, somam-se um título catarinense e um terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, também na capital carioca.

O primeiro lugar conquistado em São José garantiu então a vaga para o campeonato mundial que será realizado no final de janeiro em Lisboa. Mas para isso, o atleta que realiza seus treinos na conceituada academia Gracie/Joinville, sob as instruções de Bruno Rocha, destaca a necessidade de encontrar patrocínio entre o empresariado local para enfrentar mais este desafio: “Consegui diversos resultados importantes no jiu-jítsu, sempre arcando com todas as minhas despesas, agora já estou pronto para representar Joinville e os futuros patrocinadores no exterior”.

Apesar de Joinville ainda estar despertando para a modalidade, é importante citar que o campeonato em questão será televisionado para o mundo todo e, conseqüentemente, aqueles que ajudarem o atleta em sua missão poderão obter um retorno na mídia local e internacional através dos destaques que o atleta vier a conseguir no esporte.

Tomazini quer também contribuir para melhorar a imagem do esporte que muitas vezes carrega o estigma de luta violenta, “devido à maioria dos atletas de vale-tudo (este sim violento) serem praticantes do jiu-jítsu. Tomazini ainda acrescenta que esta modalidade deve ficar restrita à academia, onde a prática é orientada com disciplina e respeito”.

Interessados em obter mais informações ou mesmo fechar parcerias de patrocínio devem ligar para o fone34331194, ou escrever para o e-mail eftomazini@terra.com.br

Um pouco de história sobre a modalidade

Existe uma grande discussão quanto à origem do jiu-jítsu, que dá conta de que o esporte teve origem na Índia, através de seus missionários, até chegar à figura lendária de Bodhidharma, indiano que teria sido o 28º patriarca do zen e fundador do primeiro templo de Kung Fu Shaolin na China.

Posteriormente o jiu-jítsu foi desenvolvido no Japão, onde existiam até 700 variações da luta, dependendo da escola, onde na maioria eram utilizados golpes de articulação, torções e estrangulamentos para imobilizar o oponente. A arte marcial se tornou tão importante para a sociedade japonesa que chegou a ser, por decreto imperial, proibido de ser ensinado fora do Japão durante séculos, sob pena de traição da pátria, e condenação à morte.

Com a introdução da cultura ocidental no Japão, promovida pelo imperador Meiji (1867-1912), as artes marciais caíram em relativo desuso em função do advento das armas de fogo, que ofereciam a possibilidade de eliminação rápida do adversário sem o esforço da luta corporal. As artes de luta só voltaram a ser valorizadas mais tarde, no início do século XX, quando o Ocidente também aprendeu a apreciar esse tipo de luta.

No Brasil


O jiu-jítsu chegou ao Brasil em 1917, com Mitsuyo Maeda, também conhecido como conde Koma, que foi enviado ao Brasil em missão diplomática com o objetivo de receber os imigrantes japoneses e fixá-los no país. Sensei (mestre) da Academia Kodokan de judô, Maeda ensinou esta arte a Carlos Gracie em virtude da afinidade com seu pai, Gastão Gracie. Carlos, por sua vez, ensinou a seus demais irmãos, em especial a Hélio Gracie que popularizaram e adaptaram a modalidade ao país.

Nosso jiu-jítsu se difere pela técnica mais apurada (ao invés da força) e principalmente pelas técnicas de luta no solo pelo uso de dispositivos de alavanca.
A modalidade tem o aval de diversas federações nacionais e internacionais que buscam em um futuro próximo introduzir o esporte como modalidade olímpica.

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns Sargento Tomazini! São de exemplos assim que a juventude necessita e busca.
Tenho certeza que empresários com visão de futuro e amor ao esporte se sensibilizarão e o apoiarão nessa empreitada.

Deus o proteja sempre!
Lutar, sempre!
Desistir, nunca!
Render-se, jamais!