Lily Allen começa a invadir as veias do mercado pop --impulsionada pela máquina marqueteira de seus agentes e gravadora. O segundo disco da cantora inglesa sai em 9 de fevereiro, mas sua voz e sua imagem já são ouvida e vista em rádios, revistas, blogs e TVs.
Hoje com 23 anos, Allen é considerada um dos primeiros artistas a ganhar popularidade por meio da internet. No final de 2005, ela criou um perfil no MySpace (www.myspace.com/lilymusic) e colocou no ar algumas canções em que utilizava sopros de reggae e de ska em melodias pop.
As canções chamaram quantidade razoável de fãs à sua página e, a partir daí, a popularidade de Allen só cresceu: foi capa da revista musical do jornal "Observer", virou hit na Radio One, a emissora da britânica BBC, e ganhou o mundo --incluindo aí um rentável contrato com a gravadora EMI.
O primeiro disco, "Alright, Still", chegou às lojas em 17 de julho de 2006 --até hoje, já vendeu cerca de 2 milhões de cópias no mundo.
O sucesso do álbum fez de Allen uma das principais armas da EMI para tentar sair da crise pela qual passa há alguns anos. Terceira menor entre as quatro grandes gravadoras (atrás de Universal e Sony/BMG; à frente da Warner), a inglesa EMI aposta muitas de suas fichas em 2009 em "It's Not Me, It's You", o segundo de Allen.
Em maio de 2007, em um momento turbulento para a companhia, que vinha perdendo espaço no mercado de discos, a EMI foi vendida por US$ 4,7 bilhões para o fundo de capital fechado Terra Firma.
Após a negociação, artistas como Paul McCartney, Rolling Stones e Radiohead deixaram a casa. Hoje a EMI tem em seu cast nomes como Coldplay, Kanye West e Katy Perry.
No YouTube
"It's Not Me, It's You" está pronto há pelo menos seis meses, mas a gravadora segurou o lançamento do álbum para o início de 2009 --época em que a competição por vendagens é menos acirrada.
O primeiro single, "The Fear", foi colocado pela própria Parlophone (subsidiária da EMI) no YouTube. A música está em rotação nas rádios e Lily Allen já iniciou a divulgação do disco --concedeu enorme entrevista ao jornal britânico "Observer", por exemplo.
A cantora afirmou há semanas que entrou em colisão com a estratégia promocional da gravadora. Allen gravou, de forma caseira, uma versão de "Womanizer", faixa de Britney Spears. A música foi tocada em rádios e espalhou-se pela internet. Segundo ela, a gravadora não gostou do episódio, pois atrapalharia a divulgação de "It's Not Me, It's You".
A própria cantora colocou no MySpace algumas versões de canções que estarão no disco. Uma delas é o single "The Fear". Outra era "Everyones at It", que já foi tirada do site.
As músicas mostram que Lily Allen está mais pop do que no álbum anterior. Saíram os vocais acelerados (que lembravam rap) e as linhas de reggae e ska e entraram batidas eletrônicas leves e vocais mais ortodoxos _mas em algumas letras, como em "Fuck You", ela continua desbocada e irônica. A canção foi escrita tendo como alvos o partido ultradireitista British National Party e o presidente dos EUA, George W. Bush --uma sapatada musical.
Já em "Who'd Have Known", ela usa um trecho de "Shine", da boy band Take That.
A nova direção musical de Allen é resultado da mudança de produtor. Para distanciar-se do tom dado por Mark Ronson (que também trabalhou com Amy Winehouse) em "Alright, Still", ela chamou o músico Greg Kurstin, da banda indie pop The Bird and the Be (Ronson, no entanto, faz uma participação na última faixa do álbum, "Talking Shit About Me").
Para promover o lançamento do disco, Lily Allen marcou turnê que começa em 14 de março, em Glasgow, e passa por Londres e Paris. A América do Sul, por enquanto, não está na rota.
Ainda para empurrar as vendas de "It's Not Me...", foi preparado um game on-line, "Escape the Fear", em que os jogadores "incorporam" a cantora.
Há pouco, o MySpace divulgou que Lily Allen foi a quinta personalidade musical mais popular do site em 2008 --em seu perfil, ela possui mais de 453 mil amigos. Números que refletem a exposição midiática a que Allen é submetida desde que apareceu no MySpace.
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