Programa Pense Primeiro leva alunos ao São José

Alunos de escolas públicas de Joinville participaram hoje, dia 14, do Programa Pense Primeiro, do Hospital São José, para prevenção de traumas. O projeto foi trazido do Canadá em 2000, pelo médico Marcelo Prates e tem como objetivo conscientizar a população para prevenção de acidentes de trânsito, principalmente de motocicletas - maior causadora de traumas.

Os estudantes do terceiro ano do ensino médio visitaram o Pronto-Socorro do São José, a ala de internados com traumas e participaram de palestra sobre acidentes de trânsito. A enfermeira Maria Caroline Siqueira Rosa, coordenadora do programa, levou os alunos para visitar o hospital e ouvir os pacientes.

Os estudantes conversaram com Ismael, que está há mais de 70 dias internado. Ele falou para os alunos sobre importância do respeito e prudência no trânsito. Contou que quando voltava do trabalho, pilotando sua moto, sofreu o acidente que resultou em múltiplas fraturas na perna. O motorista causador do acidente não prestou socorro e tentou fugir com o carro.

Ismael aconselhou que se as pessoas puderem escolher entre moto e carro, optem por carro porque é mais seguro. "Num carro você está mais protegido", opinou. E alertou os alunos para tomarem cuidado, "você pode até andar certinho, mas o outro não".

A enfermeira Caroline aproveitou para explicar aos alunos que o São José é referência no tratamento de trauma e que recebe pessoas de outras cidades. Outro paciente visitado foi o montador de móveis Jonathan, de São Bento do Sul. Ele estava na garupa da moto do primo quando sofreu o acidente, no último sábado. Ele fraturou a perna e na quinta-feira passará por mais uma cirurgia.

Depois de um intervalo, os estudantes participaram de uma dinâmica para saber como é ser internado por acidente e estar fraturado. Numa sala do Centro de Treinamento do São José, Caroline improvisou uma maca e diversas ataduras. Num clima de descontração, ela pediu que um aluno fosse voluntário na apresentação. O estudante ficou imobilizado na maca e com ataduras, como se tivesse fraturado a perna e o braço.

A enfermeira explicou o dia-a-dia na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e como é a relação com os parentes. Caroline mostrou o sofrimento da família ao ver uma pessoa correndo risco de morte e como a recuperação é difícil. A médica do Pronto-Socorro Daniela Manganelli finalizou a segunda parte do encontro com a apresentação números de acidentes e vídeos de campanhas de prevenção do Brasil e do exterior.

Ela chamou a atenção para o cuidado básico no trânsito, como uso de cinto de segurança e cadeiras próprias para as crianças. "Essas medidas salvam vidas", disse a médica.

Daniela informou que no ano passado, em Joinville, houve 5.457 acidentes de trânsito. Deste número, 3.333 foram com motociclistas, aproximadamente 61%. Somente neste ano, já foram de 1.163 acidentes no geral, e 763 com motocicletas. Caroline explicou que o tratamento completo de trauma custa ao Hospital São José aproximadamente R$ 30 mil, além dos R$ 7 mil por dia na UTI.

Um comentário:

Marlise disse...

Parabéns pela iniciativa. Só vendo ao vivo para sentir "o drama" desse trauma. Mas, numa cidade com tantos problemas de saúde...é vantagem reservar o São José, nossa mais antiga referência hospitalar, logo para esse tipo de acidente, resultado de imprudência? Não estarão esses motoqueiros tirando vagas de quem tem doenças mais sérias a serem tratadas?