EDITORIAL: O cala-boca de Carlito

O jornalista Cláudio Prisco Paraíso afirmou nessa semana, em sua coluna no jornal A Notícia, que o deputado Kennedy Nunes (PP) estaria, a partir de agora, sem autoridade para criticar o prefeito de Joinville, Carlito Merss.

Isso, pelo fato de que o prefeito nomeou, nesta terça feira (5), o professor Luiz Norberto Capra, que, segundo Prisco, teria sido indicado por Kennedy para um cargo de direção na Companhia Águas de Joinville. Para o colunista, esta nomeação calaria, a partir de agora, o deputado Kennedy Nunes.

No entanto, o deputado progressista garante que o professor Capra, que é do Partido Republicano, não foi indicação pessoal, e sim partidária e que não mudará sua forma de cobrar os compromissos acertados com Carlito no segundo turno das eleições: redução da tarifa social, baixar de 80% para 50% a taxa de esgoto e mudar a cobrança para apenas o que cada um consome. E desabafou: “Se eu fosse o prefeito, nem com uma arma na cabeça eu assinaria o aumento da água”.

A nota de Prisco Paraíso corrobora com o que esta Gazeta afirmou neste mesmo espaço em suas últimas edições: Carlito aposta em dois fatores para se livrar do desgaste político de faltar com a verdade: 1) O esquecimento dos eleitores das suas promessas de campanha e, 2) A distribuição de cargos públicos para calar os insatisfeitos.

Carlito ainda pensa que seu gesto, de jogar no lixo seus compromissos, será esquecido, que a credibilidade que construiu ao longo dos anos lhe permite estas espertezas políticas. Assim pensava também o ex-ministro Jose Dirceu, que aprendeu da pior maneira a lição mais elementar: levam-se anos para conquistar uma credibilidade e pouco tempo para perdê-la.