EDITORIAL: Vitrine embaçada

Nas últimas eleições, o PT perdeu em praticamente todas as grandes e médias cidades de Santa Catarina, inclusive onde já havia governado como Blumenau, Criciúma, Chapecó e Itajaí. A exceção ficou por conta de Joinville, que elegeu o petista Carlito Merss.

Com a vitória, a cidade passou a ser praticamente a única vitrine do PT no Estado e a atrair a atenção dos catarinenses para o seu prefeito.

Em menos de cinco meses, o que se tem visto em Joinville é uma gestão confusa, eivada de erros primários que mostram o despreparo político de quem se propunha a comandar a maior cidade de Santa Catarina.

Com decisões equivocadas como aumentar a tarifa de ônibus acima da inflação, o prefeito petista acabou perdendo seu principal aliado político, o deputado Kennedy Nunes (PP), que nessa semana rompeu com Carlito, afirmando que se sente traído.

E, pior ainda, durante a análise das planilhas fornecidas pelas empresas de ônibus, foram descobertas flagrantes ilegalidades. A prefeitura, desde as gestões anteriores, simplesmente deixou de fiscalizar e gerar planilhas próprias, passando a usar como suas as planilhas das empresas de ônibus.

Carlito foi alertado pelo secretário de Infraestrutura, professor Nelson Trigo, sobre a ilegalidade das planilhas, mas, simplesmente, não deu bola, embaçando a ética e a moralidade pública.

Como prefeito, Carlito não poderia agir na ilegalidade e dar o aumento baseado em planilhas reprovadas pelo seu secretário Nelson Trigo.

Inconformado com a atitude do prefeito, que resolveu endossar o esquema existente, Trigo deixou o cargo em caráter irrevogável.