Luiz Henrique aposta suas fichas na eleição de Berger

Com a eleição em Joinville praticamente definida, com seu novo candidato, Darci de Matos (DEM) amargando índices que oscilam na casa dos 30% enquanto o oponente Carlito Merss (PT) varia na casa dos 70%, não resta alternativa ao governador que viajar para Florianópolis, abraçar a campanha de Dario Berger e tentar lá algum motivo para festejar no próximo domingo. Mas, mesmo em Florianópolis o governador Luiz Henrique pode ter surpresas e motivos para dormir cedo no dia 26, sem ligar a televisão. Se em Joinville seu novo candidato amarga índices baixíssimos na aceitação e altos na rejeição, por conta de ter sido flagrado em escuta telefônica (autorizada pela Justiça) pedindo dinheiro desviado da Saúde, também em Florianópolis seu preferido também tem problemas.

Dário Berger continua sob investigação do Ministério Público Federal na operação que ficou conhecida nacionalmente como “Moeda Verde”. Como tem foro privilegiado, a denúncia devera ser oferecida no Tribunal Regional Federal em Porto Alegre. Berger é investigado por supostamente usar do cargo de prefeito para beneficiar interesses privados no processo de aprovação da Lei 207/2007, que favorece grandes empreendimentos hoteleiros.

Em conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal e que geraram a Operação Moeda Verde, Berger diz que “gostaria de ajudar” Fernando Marcondes de Mattos, dono do Resort Costão do Santinho em seu projeto imobiliário.

O Ministério Público apura possível descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A lei 207/2007, de autoria de Berger, concedeu renúncia fiscal aos empreendimentos, sem prever medidas compensatórias, estimativa de impacto orçamentário-financeiro e atendimento da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Denuncia de improbidade administrativa (como a ACP 023.06.355556-8) e as alegações na propaganda eleitoral de que teria computado sete mil obras em seu governo, contabilizando até troca de lâmpadas na somatória, estão entre os motivos de desgaste do prefeito florianopolitano nos últimos dias. Em debate recente, ao ser indagada sobre esta caixa preta de obras realizadas, a candidato Ângela Albino (PC do B) desafiou, publicamente aos marketeiros e ao próprio candidato Dário Berger a apresentar as provas da existência das obras. Dário, claro, não apresentou os dados nem durante o debate nem depois do debate.

É uma soma de fatores que também em Florianópolis desgastam mais um candidato de Luiz Henrique. E, assim como em Joinville já é certeza, em Florianópolis o governador pode ter uma surpresa no próximo dia 26.