A discussão sobre a crise financeira mundial ganhou espaço entre psiquiatras do mundo inteiro reunidos em Brasília no Congresso Brasileiro de Psiquiatria. O sobe-e-desce das Bolsas de Valores, a incerteza no mercado, as grandes perdas de capital, para especialistas, podem ter efeitos graves sobre a sociedade, que vão desde o agravamento de sinais de depressão e de distúrbios mentais até o aumento de casos de suicídio.
O tema não chegou a ser título de alguma palestra, mas permeou várias discussões. Entre os especialistas, há um consenso: quanto mais uma sociedade coloca o dinheiro como um valor maior, mais transtornos psíquicos ocorrem em tempos de crise financeira.
“É sim uma questão de valor. O indivíduo coloca o dinheiro como um grande fim, como um valor maior, quando ele vê isso desmoronando, quando vê tudo isso ruindo, fica sem perspectiva, se vê sem saída”, disse o psiquiatra Marco Antônio Brasil, especialista no tratamento da depressão e professor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para Marco Antônio Brasil, é necessário lembrar que as doenças mentais ocorrem por um série de fatores, inclusive, externos ao indivíduo.
No caso de uma crise financeira como a que vem se desenhando no cenário internacional e com efeitos sentidos nas negociações na Bolsa de Valores no Brasil, as pessoas da classe média acabam tendo menos condições de lidar com a nova realidade.
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