Sem segurança, escola vira alvo

Direção reconhece o problema, mas alega não ter como contratar um segurança para vigiar local

Windson Prado - wind@gazetadejoinville.com.br

A falta de segurança em uma tradicional escola estadual do centro de Joinville tem revoltado os pais de alguns alunos. Nas últimas semanas, quatro bicicletas foram levadas do pátio da Escola Estadual Germano Timm, no centro da cidade. Em um dos casos, o mesmo aluno teve seu meio de transporte furtado por duas vezes. Em outro, o alvo dos criminosos foram dois irmãos que ao deixarem as bicicletas cadeadas no bicicletário da escola, ao término da aula perceberam que as bicicletas tinham desaparecidas.

O jovem Leonardo Menezes, de 14 anos, foi uma das vítimas. Ele trabalha com o pai no período da manhã e estuda à tarde. No início do mês passado, o garoto juntou o dinheiro e comprou uma bicicleta. Com o veículo ele ia e voltava da escola. Sabendo que no período vespertino a escola não conta com o serviço de vigilância, Leonardo se precaveu e comprou um cadeado para a bicicleta. Mas a medida de segurança não foi suficiente para conter a ação dos bandidos. “Deixei a bicicleta cadeada, achei que assim ninguém conseguiria roubá-la. Quando voltei da aula ela não estava mais lá. Nem o cadeado eles deixaram”, conta.

Vendo o lamento do filho que perdeu a bicicleta, o pai do garoto, o eletricista Luiz Menezes, ajudou Leonardo a comprar uma nova bicicleta. Mais uma vez o menino utilizou o veículo para ir à aula. “Agora ele tinha se precavido ainda mais. Comprou duas correntes e cadeados. Mas não deu outra. A bicicleta foi levada novamente, de dentro do pátio da escola. É um absurdo, roubam assim bicicletas trancadas com cadeados, imagina o resto. A escola não oferece segurança e qualquer um entra e sai de lá a hora, quando bem quer. Vigia só tem no período matutino. Os alunos da tarde tem de conviver com isso. É um absurdo”, lamenta o pai de Leonardo.

Leonardo acrescenta que um dia antes de levarem a primeira bicicleta, roubaram duas bicicletas de amigos seus. “Eles são irmãos e sempre deixavam as bicicletas cadeadas juntas. Levaram as duas. Desde o início do ano sete bicicletas foram roubadas de lá, e ninguém faz nada”, denuncia o jovem.

A direção se defende como pode

Nossa equipe de reportagem foi até a escola para saber como a direção pretende sanar as dificuldades. Dessa vez, o portão da escola estava cadeado. Após chamarmos insistentemente alguém para abrir o portão, quem nos recebeu foi a diretora da escola, Wanilde Graziotim, que devido à falta de um segurança, acaba por agregar a tarefa.

Professora Nica, como é carinhosamente chamada pelos alunos, diz fazer o que pode para garantir mais segurança na escola, e alega que o problema está na falta de um vigia para o período vespertino. “A nossa segurança, nosso guarda, que é pago pelo governo do Estado, é contratado para cumprir seis horas diárias. Como a demanda de alunos é muito maior de manhã, optamos em deixar esse guarda no período matutino. Não temos condições financeiras para ter um guarda no período da tarde. O governo não disponibiliza isso para nós. A janela da minha sala fica em frente ao bicicletário, temos conhecimento desses furtos, por isso sempre ficamos cuidando. Coincidência ou não, todas as bicicletas sumiram no final do turno vespertino quando abrimos o portão para os alunos irem para casa. E nesses dias, em que elas sumiram eu não estava na escola”, reconhece a diretora.

PROMESSA

Por fim, a diretora garante que vai novamente procurar a Gerência Estadual de Educação para buscar uma solução. “Eu acredito que pode ser os próprios alunos que estão furtando as bicicletas. Vou procurar a Clarice Protella [gerente de Educação] para juntas buscarmos uma solução. Não entendo. Nossa escola é uma instituição aberta. Temos aqui diversos projetos sociais, no final de semana a escola fica à disposição da comunidade, e não temos sequer uma pichação na parede, no entanto, esses furtos da bicicleta se tornaram quase que freqüentes. Prometo que vou buscar uma maneira para amenizarmos o problema” finaliza a diretora.

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