Saúde confirma 301 casos de leptospirose relacionados com as chuvas em Santa Catarina

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (DIVE SES SC) confirmou hoje (23) a contaminação de 301 pessoas pela leptospirose nos municípios atingidos pelas enchentes e deslizamentos de terra, desde o dia 22 de novembro. Já foram notificados 1.900 casos suspeitos, sendo que 870 estão em análise e 729 foram descartados. Com relação a outras doenças, a DIVE registrou apenas um surto de diarréia em Ilhota e dois casos isolados de acidentes com animais peçonhentos.

Os 301 casos de leptospirose foram confirmados em moradores de Blumenau (88), Itajaí (64), Joinville (21), Gaspar (16), Camboriú (13), Balneário Camboriú (12), Florianópolis (11), Tijucas (11), Jaraguá do Sul (9), Ilhota (7), Itapema (7), São João Batista (6), Santo Amaro da Imperatriz (6), Timbó (4), Navegantes (4), Palhoça (3), Indaial (3), Luiz Alves (3), Itapoá (2), São Francisco do Sul (2), São José (2) e Brusque (2).

Em Biguaçu, Canelinha, Rio dos Cedros, Guabiruba e Schroeder foi registrada uma contaminação em cada município. Um caso suspeito é confirmado quando o resultado do exame de laboratório se apresentar como reagente para leptospirose, e de acordo com a evolução clinica do indivíduo.

No total, 47 municípios foram atingidos pelas chuvas. Desses, 26 apresentam casos confirmados de leptospirose. Das 301 pessoas contaminadas, 68,4% são homens e 31,6%, mulheres. A confirmação se deu tanto em crianças de três anos até adultos de 74 anos. No entanto, a contaminação é mais freqüente em pessoas com cerca de 30 anos de idade.

Os sintomas mais comuns entre os casos confirmados foram mialgia (90,5%), febre (98,8%), dor de cabeça (89,3%), dor na panturrilha (38,5%), prostração (27,3%), vômito (23%), diarréia (13,9%), icterícia (8,9%) e congestão conjuntival (8,1%). O período de incubação da leptospirose, que é transmitida por roedores domésticos, vai de 1 a 30 dias após o contato com o agente infeccioso, e os sintomas variam desde febre alta, dor de cabeça e dores musculares, até quadros mais graves, podendo ocorrer icterícia (coloração amarelada em pele e mucosas), insuficiência renal, hemorragias e alterações neurológicas que podem levar à morte. “Ao apresentar alguns destes sintomas, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima”, orienta Luis Antonio Silva, diretor de Vigilância Epidemiológica da SES.

O surto de doenças diarréicas agudas foi registrado na localidade do Morro do Baú com 78 casos. A provável fonte de infecção foi a água de poço não-potável, utilizada pelas pessoas após a diminuição das cheias.

As amostras de água analisadas indicaram a presença de coliformes fecais acima da quantidade permitida. Todas as pessoas já receberam tratamento e, do ponto de vista epidemiológico, a situação está sob controle.

Já os dois acidentes com animais peçonhentos ocorreram com cobras. Uma cobra coral mordeu uma criança de quatro anos e uma cobra não-identificada atacou um adulto. As duas vítimas receberam soro e passam bem.

A DIVE ainda não registrou casos de doenças respiratórias, hepatite A, meningites, doenças exantemáticas, coqueluche, difteria, tétano, síndromes gripais e hantavirose relacionados com as enchentes.

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