Há quem diga que a coligação que apoiava a candidatura do deputado estadual Darci de Matos a Prefeitura de Joinville confiava tanto, não somente na sua vitória, mas como que ela aconteceria no primeiro turno, que toda a equipe de marketing da campanha foi contratada apenas para a primeira fase das eleições.
Mas há também a máxima das candidaturas eleitorais que diz que o cidadão comum que quer ser político tem de ter uma vida quase celibataria pois nas eleições tudo vem à tona.
Pelo visto, Darci de Matos confiou tanto na primeira alternativa que esqueceu da segunda.
Contas rejeitadas. Já no início do ano a primeira pedra foi jogada no telhado da candidatura do deputado. O ministro Cezar Peluso, do Tribunal Superior Eleitoral, negou seguimento do Recurso Especial Eleitoral impetrado pelo deputado e manteve as contas de campanha da eleição de 2006 rejeitadas. E se não fosse o entendimento do TSE, de que os candidatos que não estavam em dia com suas contas eleitorais não poderiam concorrer nas eleições seguintes, só estaria valendo a partir de 2010, Darci sequer poderia registrar sua candidatura à prefeitura de Joinville.
Os móveis enviados para a "mansão". Em junho, antes de começar a campanha, propriamente dita, outro escândalo envolveu Darci de Matos.
Funcionários públicos, usando um veículo locado pelo município, retiraram móveis (que deveriam estar equipando creches e escolas do município) do almoxarifado da secretaria municipal e descarregaram tudo no comitê eleitoral de Darci de Matos.
A denúncia exclusiva da Gazeta deixou os eleitores indignados e até a Polícia Civil fez diligência no comitê de Darci, mas os móveis já haviam sido retirados do local. Com o escândalo o telhado de Darci acabou trincando.
Mensagem de celular. Mas foi em outubro que o telhado que era de vidro se quebrou. Enquanto investigava o ex-secretário de Saúde Norival Silva, a promotoria flagrou Darci pedindo dinheiro desviado da Saúde para pagar dívida do deputado estadual Nilson Gonçalves e assim abrir caminho para sua candidatura. Em escutas telefônicas autorizadas pela justiça, Darci fala com Norival acertando como seria feita a suposta transação para o pagamento da dívida de Nilson. Além do telefonema, Darci teria mandado a seguinte mensagem do seu celular particular para o ex-secretário:
"O Dep Nilson deve 55 mil na prefeitura o tebalde ajudou um pouco e parou esta meio chateado. O Dep falou comigo. E muito importante para o nosso projeto Debito ate dia 20.12. Talvez uns 2 ou 3 fornecedores da saúde. Resolvemos e depois informamos o Tebaldi".
Depois que as gravações foram divulgadas, com exclusividade por esta Gazeta, o sonho de ser prefeito de Joinville começou a ruir.
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