Betancourt agradece Cristina por luta em prol de reféns das Farc

Ingrid Betancourt, franco-colombiana que permaneceu por mais de seis anos refém das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), se encontrou com a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, nesta quarta-feira. Betancourt agradeceu Cristina pelas suas "corajosas" ações a favor de sua libertação dos reféns da guerrilha.

Buenos Aires foi a primeira parada de uma viagem que também levará Betancourt a Chile, Brasil, Peru, Bolívia e Venezuela. Com a viagem ela pretende agradecer governantes que a ajudaram e criar uma "consciência internacional" sobre a necessidade de a Colômbia fechar um acordo humanitário com os guerrilheiros.

Betancourt deverá se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima sexta-feira (5), em São Paulo.

"O que [Cristina] fez não foi por protocolo ou porque era politicamente correto. É claro que na Argentina, mais do que em outro país, entende-se o que os colombianos sofrem. Há uma dor compartilhada", disse a ex-refém na entrevista coletiva que concedeu após seu encontro com a presidente argentina.

Betancourt disse que a reunião com Cristina, que começou com um forte abraço entre as duas, foi "de muito sentimento e emoção". "Devo muito ao povo argentino, ao ex-presidente [Néstor] Kirchner e à sua esposa [Cristina]", disse. Ela agradeceu Cristina por ter recebido a sua mãe, Yolanda Pulecio, e destacou a participação da presidente na marcha pela libertação dos reféns das Farc realizada em Paris, em abril passado.

"É um compromisso pessoal que me emociona e ao qual agradeço. Foi muito mais do que um gesto de apoio", disse Betancourt.

Cristina foi uma das políticas sul-americanas mais engajadas no caso de Betancourt, cuja libertação chegou a pedir em seu primeiro discurso como presidente empossada, em 10 de dezembro de 2007. "Tenho imenso carinho por esta mulher corajosa, que colocou a questão colombiana à frente de todos os presidentes latino-americanos", afirmou Betancourt.

Betancourt também agradeceu várias vezes os esforços do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) que, no fim de 2007, liderou uma fracassada missão diplomática feita pela Cruz Vermelha Internacional para resgatar a franco-colombiana e mais um grupo de seqüestrados pela guerrilha. "Esse foi um ato muito generoso e valente da parte do ex-presidente. Sinto um imenso amor pela Argentina personalizado em Néstor e Cristina Kirchner."

Na entrevista, Betancourt também revelou que falar do passado é algo que lhe "dói muito" e que, no ano que vem, vai se isolar por seis meses para escrever um livro.

EFE.

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