Em busca de uma medula óssea

Família de menino de oito anos luta para conseguir um doador compatível

• Sergio Sestrem
reportagemjoinville@gmail.com

Os pais do pequeno Gabriel estranharam quando o menino só queria dormir, sentia cansaço freqüente e constantemente ficava febril. Dias depois ficou pálido e começou a apresentar manchas pelo corpo. Levado ao médico, e após feitos vários exames, o duro diagnostico: Gabriel estava com leucemia.

De lá para cá se passaram quatro anos de idas e vindas a Curitiba, cidade que oferece melhores condições para o tratamento da doença. O menino, agora com oito anos, continua passando por várias sessões de quimioterapia e aparentemente está bem e ganhou peso. “Com a quimioterapia ele tem de 20% a 30% de chance de sobrevivência, mas a situação é delicada”, afirma o analista de sistemas Eduardo Zeh, 27 anos, pai de Gabriel.

O menino já se acostumou com a rotina de cuidados necessários a quem enfrenta a doença. “Ele é uma criança muito responsável. Sabe que tudo tem que estar esterilizado, sabe o que tem que comer”, afirma Eduardo.

Porém, o protocolo para tratamento a base de quimioterapia só pode ser realizado por mais 12 meses. “Depois desse prazo o tratamento é interrompido, pois pode comprometer ainda mais a saúde dele”, lembra o jovem.

Agora a família do pequeno Gabriel vive uma corrida contra o tempo: encontrar um doador de medula compatível com o garoto. “Com o transplante de medula ele tem 50% de chance de sobrevivência”, observa.

Exame é mais rápido que doação de sangue e indolor

“A situação é delicada. Precisamos, com urgência, encontrar um doador compatível, pois com a quimioterapia as chances são reduzidas”, pede emocionado Eduardo.
Ele também lembra que muitas pessoas se esquecem de fazer o exame para doação de medula. “Basta ir até o Hemocentro de Joinville e dizer que quer ser doador de medula, é mais simples que doar sangue. Eles vão coletar 10 ml de sangue. Aí você fica inscrito em um banco de dados”, explica ela que já fez o exame, mas deu incompatível.

A medula óssea, também conhecida como tutano, é um tecido gelatinoso que preenche a cavidade interna de vários ossos e fabrica os elementos figurados do sangue periférico como: hemácias, leucócitos e plaquetas.

Como funciona a doação

• É preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e boa saúde;

• É necessário se cadastrar como doador voluntário em um Hemocentro (em Joinville na avenida Getúlio Vargas, anexo ao Hospital Municipal São José);

• No cadastramento, os voluntários doam apenas 10 ml de sangue;

• Essa amostra passa por um exame de laboratório, chamado teste de HLA, que determina as características genética do possível doador;

• As informações são colocadas em um cadastro nacional, o Redome, ou Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea;

• Quando alguém precisa de transplante, os técnicos do Redome fazem a pesquisa de compatibilidade por entre os registros de todos os doadores cadastrados;

• Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer outros exames de compatibilidade genética. Se o perfil coincidir com o do paciente que precisa do transplante, o voluntário decide se realmente quer doar;

• Durante a doação, o doador recebe anestesia geral. Com uma agulha, a medula é aspirada do osso da bacia;

• A quantidade de medula doada é de apenas 10% da medula total. Em 15 dias ela já estará recomposta.

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