Revista Metrópole: surge nova prova das acusações de Nei Silva

Empresário apresenta comprovante de depósito feito por funcionário da Gidion no valor de R$ 10 mil


• Rogério Giessel
rogeriogiessel@hotmail.com

Em doses homeopáticas, o empresário Nei Silva apresentou em agosto desse ano provas sobre as acusações que faz em seu livro, "A descentralização no banco dos réus." Primeiro foi o recibo supostamente assinado por Beno Harger, proprietário da empresa Transtusa, uma das permissionárias do transporte coletivo em Joinville. O documento contraria a afirmação de Harger, que negou ter contribuído com a revista Metrópole. A revista, conforme o autor do livro, tinha como principal objetivo enaltecer as obras do governo estadual e a descentralização. Na verdade, um esquema montado por Luiz Henrique da Silveira para burlar a legislação eleitoral nas eleições de 2006. Agora, Nei Silva acena com um comprovante de transferência bancária, a qual não deixa dúvidas e confirma a doação de Moacir Bogo ao empresário.

A prova que faltava sobre a contribuição de Bogo


"Primeiro eu levei o boneco do projeto para o Moacir Bogo, da Gidion. Na sala dele, eu expliquei que era um projeto do governo do Estado." Bogo, não satisfeito com a contribuição que teria que desembolsar, bradou. "Eu vou ligar para o Maneca (Manoel Mendonça)". A conversa entre Bogo e Mendonça: "Pois é Maneca, a menina da revista tá aqui, como é essa história? É mesmo de interesse do Lulu (LHS)?".

Moacir Bogo ouviu de Mendonça, que ele deveria efetuar o pagamento. Esse é um trecho da entrevista que Márgara Hadlich, a responsável pelo contatos comerciais da Revista Metrópole, concedeu à Gazeta de Joinville, e que dias depois desmentiu. Mas, a verdade é que Bogo acatou a deliberação de Mendonça e contribuiu com o valor de R$ 10 mil.

O pagamento foi feito através de uma transferência bancaria no dia 22 de março de 2006. Na última semana, Nei Silva recebeu do banco a microfilmagem comprovando a transferência. De acordo com Nei, era a prova que faltava no caso envolvendo as duas empresas de Joinville. O documento cedido pelo Banco do Estado de Santa Catarina, acusa que a transação bancária foi efetuado por Adecir Santos Elias, funcionário da empresa Gidion, e que trabalha no setor de controladoria da empresa.

Adecir transferiu o valor de uma agência do banco Bradesco, localizada no Shopping Americanas direto para a conta da revista Metrópole, no Besc. Na época da denúncia, Moacir Bogo negou conhecer o jornalista e a revista Metrópole.

Os indicados por Manoel Mendonça para contribuir

Na edição de número 204 dessa Gazeta, a responsável pelos contatos comerciais da revista Metrópole, Márgara Hadlich, reforçou as acusações feitas por Nei Silva, e soltou o verbo disparando tudo o que sabia sobre o esquema. Entre as graves acusações feitas por Márgara, uma dizia respeito a Joinville. Segundo ela, em suas peregrinações pelas Secretarias Regionais em busca de indicados que contribuíssem com patrocínios para a revista, a funcionária da publicação encontrou resistência de um grupo de jornalistas da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville, e naquele dia, foi impedida de conversar com o secretário Manoel Mendonça.

Porém, conta Márgara, o encontro entre ela e Manoel foi apenas uma questão de tempo. Dias depois, em uma reunião com o colegiado do governo estadual, ocorrida no hotel Marambaia, em Balneário Camboriú, a conversa entre os dois foi inevitável. Indignada com a recepção pouco calorosa que recebeu em Joinville, e que contrariou o acordo feito entre a Metrópole e o governador, Márgara cobrou de Manoel Mendonça um tratamento melhor. "Puxa, eu fui tão mal recebida na tua secretaria", relatou Márgara ao secretário. Na ocasião, Mendonça indicou dois empresários para contribuir, cada um com R$ 15 mil. Eram eles, Moacir Bogo e Beno Harger, proprietários das empresas de transporte coletivo Gidion e Transtusa. No entanto, a relação também foi marcada pelo descontentamento dos empresários, que desembolsaram R$ 20 mil a mando do secretário regional de Joinville.

Transtusa, deu R$ 5 mil

Alguns dias depois, Márgara foi até o empresário Beno Harger, da Transtusa. "Ele tirou do cofre o dinheiro e jogou em cima de mim. Eu argumentei que teria que tirar uma nota fiscal, mas, ele bastante irritado disse que não queria nada".

Márgara ainda descreve o que ouviu de Harger: "Não, não, não quero nada. Eles já me mordem demais. Esse Maneca vive me mordendo, esse filho da p...", desabafou o empresário. Márgara disse que emitiu uma autorização de veiculação, mas Beno Harger não assinou. Entretanto, existe um recibo emitido pela revista Metrópole, que contesta essa versão de Márgara.

Conforme o recibo, Beno teria feito o pagamento no valor de R$ 5 mil e supostamente assinado o documento apresentado como prova por Nei Silva. Em agosto, procurado para falar sobre o assunto, Beno Harger informou através de sua assessoria que não teria nada a declarar sobre o recibo apresentado por Nei Silva.

Um comentário:

Fábio disse...

Eu me coloquei no lugar do empresário e me fez pensar, "esses filhos da p....mordem-me de mais", porque isso ocorre? Porque eu tenho o rabo preso, consegui um beneficio grande e não tenho concorrência... este é o seu preço pelo beneficio que deve....