• Rogério Giessel
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Com a missão de melhorar substancialmente o delicado quadro da Saúde em Joinville, o médico pediatra Tarcísio Crocomo assumirá a partir do dia 1º de janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde. Formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o novo secretário é mestre em Biotecnologia e possui especializações em Microbiologia Clínica e Saúde Pública. Tarcísio é natural de Piracicaba, no estado de São Paulo, e está há 23 anos em Joinville, onde é pediatra e coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt. Há três anos ocupa o cargo de diretor clínico do Centro Hospitalar Unimed (CHU) e é professor de pediatria e microbiologia clínica na Univille. Além disso, atende há 14 anos no posto de saúde do bairro Glória. Essas são atividades que Tarcísio Crocomo diz que ficarão de lado para que possa se dedicar integralmente a nova função.
O médico ajudou ativamente na elaboração do plano de governo de Carlito Merss em campanhas passadas, porém, nessa eleição sua participação foi menor e atribui sua nomeação ao forte laço de amizade com o prefeito eleito. Funcionário da Secretaria Municipal de Saúde, o pediatra já foi secretário adjunto da Saúde em Joinville por um curto período de tempo em duas ocasiões. A primeira em 1988, quando o prefeito era Wittich Freitag, e a segunda em 1997, durante a primeira gestão de Luiz Henrique da Silveira.
ENTREVISTA
O prefeito eleito Carlito Merss afirmou que dedicará os 100 primeiros dias de seu governo para a Saúde. Quais serão as primeiras medidas adotadas pelo novo secretário?
Cem dias talvez sirvam para buscar o que pode ser feito em termos de emergência. Mas nós temos que nos programar para que a Saúde seja permanentemente boa. Ela não pode ser boa por um período e voltar a ficar ruim novamente. Saúde é uma obrigação e o cidadão tem o direito a ela, isso é uma questão constitucional. Existem problemas de toda ordem. Reclamam de pouco recurso e nós vamos ver se é isso mesmo, e ser for, vamos aplicar esses recursos adequadamente.
E as consultas represadas?
O problema das especialidades médicas e suas consultas represadas, as mazelas do Hospital São José, que apesar de ser uma autarquia e possuir autonomia, devem ser resolvidas de forma integrada com a gestão da saúde, e isso passa pela Secretaria Municipal. E hoje isso parece estar dissociado. Nós temos que integrar a rede pública municipal com a rede estadual e ter uma visão única, sem isso, a coisa fica complicada. Temos que sentar e definir essa integração.
A integração no atendimento entre Estado e município será uma prioridade?
Vou procurar viabilizar que o serviço de emergência e urgência, especialidades e o atendimento ambulatorial sejam integrados. Existe hoje muito apoio do Ministério da Saúde, que deve enviar mais recursos para Joinville para organizar a atenção básica e os serviços e urgência e emergência, e nós não podemos nos furtar de usar essa técnica e esse recurso. A questão é integrar mesmo.
Alguma medida para resolver o problema das consultas represadas?
Isso é algo que teremos que enfrentar. Não pode continuar com essa situação de você ter uma demanda de mil consultas e conseguir oferecer apenas cem. Não podemos continuar a fazer mutirões pelo resto da vida. Tem que ter uma solução, e isso nós vamos discutir com os próprios profissionais de cada especialidade, com a estrutura e com os recursos que nós iremos dispor.
E o Hospital São José?
Revelaram números dos quais nós não tivemos acesso diretamente mas isso será levantado. De qualquer forma, a situação visível do São José é uma dificuldade tremenda. O hospital tem uma grande falta de leitos e para sanar isso nós iremos administra bem o hospital e adequá-lo dentro do que é possível.
A remuneração dos médicos é outro problema em Joinville. Como o senhor pretende enfrentar a situação?
Eu entendo que se deve tentar buscar a melhor forma de remuneração possível. Isso é um compromisso e certamente essa questão deve aparecer por uma reivindicação da classe. Temos que verificar se existe um plano de cargos e salários e adequar para que haja um estímulo. Isso não abrange apenas os médicos, mas todos os profissionais da Saúde. Eu não vejo um passe de mágica para resolver isso, mas, é uma questão que tem que ser olhada de frente pelo prefeito, secretário de Finanças e de Saúde.
Como médico, qual sua avaliação da gestão anterior na Saúde?
Eu sou funcionário de carreira, sou médico pediatra e tive a oportunidade de fazer parte do Conselho Municipal de Saúde. Dentro desse contexto, eu vi que realmente existe muita dificuldade. Entretanto, prefiro daqui a um tempo fazer uma melhor avaliação.
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Um comentário:
Sou médico joinvilense, conheço pessoalmente o Dr. Tarcísio e as dificuldades da saúde pública em Joinville. Tenho certeza que ele trabalhará com seriedade e vontade de melhorar o atual péssimos atendimento e condição de trabalho que temos.
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