Meu filho é EMO e agora?

Há aproximadamente três anos uma nova tribo entre os adolescentes vem se estabelecendo e virando mania aqui em Joinville.

• sami de Souza
Especial para a Gazeta de Joinville

Se você é do tempo das patricinhas, dos góticos e neo-hippies, está completamente desatualizado. A nova tribo que está tomando conta das ruas das grandes cidades brasileiras são os EMOs.

Por usarem maquiagem, pintarem unhas, repicar o cabelo, vestirem roupas escuras e cultuarem estilo depressivo, muitas pessoas torcem o nariz para esta nova tribo urbana. Os pais também se arrepiam só de pensar que um dia o filho ou filha possa fazer parte desta comunidade tão extravagante. Mas afinal, o que pensam os EMOs.

Fernanda é uma jovem de 16 anos e afirma que por mais diferente que seja essa tribo, ela não interfere nas suas decisões sexuais e muito menos gera influências depressivas.

Ricardo e Rodrigo Morais, ambos gêmeos de 16 anos, estudantes do segundo ano do ensino médio, se identificam com as músicas da banda NXZero, Fresno, McFly, My Chemical. As melodias falam de romance, nostalgia e desilusões. Os jovens relatam que ainda sofrem um pouco o preconceito com a família, mas o problema maior ocorre na escola. “Sempre havia ameaças, mas ninguém chegou a nos agredir”, comentou um dos gêmeos. “Até na rua mexem com a gente”, completou outro.

O psicólogo Nilson Henchel, 39, trabalha com adolescentes há mais de quinze anos e afirma que os pais não precisam se preocupar caso percebam que o filho seja um EMO. “Faz parte da adolescência, é um período de descobertas sobre ele mesmo e sobre o mundo”, tranqüiliza.

Para Henchel, as famílias de hoje em dia estão cada vez mais distantes. “São pais sem tempo e filhos que acabam procurando nos amigos as respostas que não encontram na família”, aponta.

Essa falta de unidade familiar pode levar, inclusive, a escolhas perigosas. Para o psicólogo, o que determina envolvimento de um jovem com drogas ou são as influências. “Cabe aos pais conversarem com seus filhos para alertá-los e dar-lhes o exemplo, aconselha”.

Tribo tem origem musical

O nome EMO vem do inglês ‘emotional’, e na visão musical, é uma das muitas vertentes do rock. A particularidade dessa vertente é chamada de “lirismo mais emotivo que o habitual”, ou seja, as emoções são o ponto forte das letras, mas a parte sonora continua a mesma.

A forma com que os EMOs se vestem é apenas uma adaptação do estilo musical nas roupas e acessórios, assim como maquiagens e o cabelo. A forma de agir também é sentimental e aparentemente triste. Essa tribo já existe desde os anos 80, mas nesses últimos três anos se tornaram coqueluche entre a juventude das grandes cidades brasileiras.

A bissexualidade, o excesso de tristeza podem ser características de qualquer pessoa, e o que o EMO quer é a aceitação da diferença, tanto dos outros, quanto deles mesmo. “Na procura de serem sempre diferentes, os jovens acabam sendo sempre iguais. É uma busca constante da identidade”, afirma o psicólogo Nilson Henchel.

Como identificar um EMOAbaixo algumas das características principais da tribo

Usar pintura pesada nos olhos;

Deixar a franja comprida de um lado, tapando parte do rosto;

Colocar piercings no lábio inferior, de um lado da boca, na língua ou no nariz;

Gostar de música melodiosa com batida hardcore;

Tirar fotos, muitas fotos, e modificá-las depois com o Photoshop, programa de tratamento e efeito de imagem;

Chorar ao escutar letras como “Você saiu para dividir os seus sorrisos com outro alguém que não te quer bem” e “você chora pelas frases que ainda vou dizer”.

Trocar beijos, carinhos e abraços em público. Não importa o sexo, o que importa é a demonstração de afeto;

Falar mal da violência e preconizar o respeito e a tolerância sexual;

2 comentários:

Rih disse...

ooi :) valeu gazeta por postar aê, acho super bacana o que vcs falam sobre os emos, preconceito é uma coisa super feia as pessoas tem que aprender a viver as diferenças ! =D
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eu na fotooo *-----------*

Anônimo disse...

SENHOR QUE IGNORANCIA!!! mcfly nao eh emo ¬¬'