• Sergio Sestrem
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A tarifa do transporte coletivo urbano promete render ainda muita polêmica em Joinville. Mais uma vez o assunto voltou às manchetes dos jornais. Na última semana, a cidade foi surpreendida com a informação de que as empresas de ônibus querem reajustar os valores das passagens em 9,7%, saltando de R$ 2,05 para R$ 2,25 na compra antecipada.
No apagar das luzes do seu governo e pressionado pelas empresas, o tucano Marco Tebaldi (PSDB) até que tentou convencer o prefeito eleito Carlito Merss (PT) a dividir o brutal desgaste pelo reajuste, mas diante da indefinição do petista, Tebaldi voltou atrás para não correr o risco de ver seu decreto revogado e sair ainda mais chamuscado do episódio.
Durante a campanha eleitoral desse ano, o primeiro a defender a redução do valor das passagens de ônibus foi o então candidato Kennedy Nunes (PP). Na disputa do primeiro turno o deputado estadual provou ser possível reduzi-la e usou como exemplo a proposta apresentada em Florianópolis. “Para provar que é possível a redução das passagens é só ir até a Capital. O candidato Dario Berger (PMDB) se elegeu prometendo passagem única a R$ 1,75. Por que lá pode e aqui não?”, questionou o então candidato.
Kennedy ainda alertou que Tebaldi – confiante na eleição de seu candidato Darci de Matos (DEM) – planejava aumentar a tarifa logo após o pleito municipal. Na época, incomodado com o desgaste da sua candidatura, Darci tentou uma censura prévia ao programa eleitoral do candidato pepista, mas a iniciativa foi de pronto negada pela Justiça.
Proposta de Carlito é a de subsidiar para baixar o valor
Já no segundo turno, vendo que sua candidatura naufragava dia-a-dia, o próprio Darci de Matos encampou a redução do preço das passagens, chegando a anunciar o valor de R$ 1,85 caso fosse eleito.
Absorvendo parte das propostas de Kennedy, que o apoiou no segundo turno, Carlito Merss prometeu reduzir as passagens por meio de subsídio. “Vou adotar o subsídio para baixar o preço”, prometeu.
Na época, Carlito afirmou que não tinha idéia do valor do subsídio nem o impacto que isso teria na tarifa. “Faremos o que o Dario, o Kassab já fazem. Vamos lutar também pela aprovação de subsídios na esfera federal. A passagem em Joinville, como no resto da região Sul, é muito cara”, afirmou o petista durante a campanha.
Esta semana, após reunião entre Tebaldi e o prefeito eleito Carlito Merss, o petista não se manifestou nem contra nem a favor do aumento. Ele disse que ainda não era o prefeito, mas afirmou que vai estudar o pedido das empresas com calma assim que iniciar seu mandato.
Agora a possibilidade de reajuste na tarifa do transporte coletivo caiu como uma ducha de água fria sobre os joinvilenses que depositam todas as suas esperanças na redução da tarifa. Os usuários cobram as promessas de redução nas passagens assumidas em campanha.
O operador de prensa Marcos Aurélio Cabral afirmou que espera o cumprimento das promessas. “Foi prometido em campanha. Espero que agora se cumpram”, refletiu.
Acostumada a andar a pé, a servidora pública Teresinha Ivonete de Medeiros prefere ver o que acontece. “Acredito que se ele [Carlito] prometeu baixar, ele vai cumprir”.
A doméstica Verônica Iaguseski é outra que engrossa o coro dos descontentes com o valor da passagem. “Está muito cara. Eu espero que a passagem baixe, como eles prometeram na campanha”.
O industriário José Gilberto da Costa vai além e lembra de outras tarifas públicas como a água. “Espero que seja cobrado – água – somente o que for consumido e se caso a passagem de ônibus não baixar eu vou cobrar”, completou.
O que eles prometeram
DARCI DE MATOS: Reduzir a tarifa de ônibus para R$ 1,85 nos dias de semana e R$ 1 nos sábados à tarde e domingos
KENNEDY NUNES: Aplicar R$ 6 milhões do orçamento em subsídio para a tarifa de ônibus ser reduzida para R$ 1,80
CARLITO MERSS: Incorporar propostas de campanha de Kennedy Nunes, entre elas, adotar o subsídio para baixar o preço da tarifa
O QUE ELES DISSERAM
DARCI DE MATOS: A partir de 1º de janeiro a passagem de ônibus custará R$ 1,85. Pode confiar.
KENNEDY NUNES: Vou tirar R$ 5 milhões da verba de gabinete para subsidiar a tarifa. A passagem vai custar R$ 1,80.
CARLITO MERSS: Vou adotar o subsídio para baixar o preço. Faremos o que o Dario, o Kassab já fazem.
Greve dos servidores da Prefeitura 2011
Há 13 anos
2 comentários:
Nós joinvillenses, aguardamos ansiosamente que este NOVO prefeito, analise VELHOS problemas e reclamações.
Já que a mudança tão necessária aconteceu, que isto seja sinal da virada da maré e não somente mais um marulhar nas profundas águas da política.
Att.
Paulo Tarso
Voces acreditam em papai-noel ou em duendes ? Eu também não. Em uma cidade em que empresas de transporte criam um monopólio e a Câmara de Vereadores valida sem questionar, redução de tarifas é assunto da área da mitologia.
"Prefiro acreditar em mula-sem-cabeça, lobismem, etc..."
Abraços...Edmundo
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