Novos agentes de trânsito estão em fase final de treinamento

Gisele krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br

Os novos agentes de trânsito de Joinville já estão nas ruas aprendendo a realidade do tráfego na cidade. Na última sexta-feira (23), era comum ver em diversos pontos do centro os novos agentes, ainda sem uniformes, observando o novo ofício.

Valmir Lange, fiscal de trânsito há 8 anos, conta que há turmas de manhã, tarde e noite. Ele trabalha na travessia da rua Procópio Gomes, onde os estudantes do Colégio Rui Barbosa normalmente passam.

O fiscal explica que os "novatos" tiveram dois meses de aulas teóricas e agora seguem para o treinamento prático. Conforme ele, os novos servidores começarão a trabalhar somente depois do dia 10 de novembro, pois ainda aguardam uniforme e material de trabalho.

Os agentes de trânsito necessitam também de boné, rádio, bloco de multa e bolsa.

As multas de Valmir Lange

Com bigode e cabelos brancos, Valmir Lange, de rosto risonho, multa por mês aproximadamente 30 motoristas. A causa normalmente é uso do celular enquanto dirige e avanço em cima da faixa de pedestres.

"Nos acusam de participar de uma indústria de multa. Isso nunca existiu", diz.

Paraatleta de Joinville traz seis ouro e duas prata da Colômbia

DINILSON VIEIRA
dinilson@gazetadejoinville.com.br

Cinco paraatletas de Joinville voltaram com uma coleção de medalhas conquistadas nos jogos Parapan-Americanos Juvenis em Bogotá, Colômbia, e no sábado (24), receberam uma justa homenagem no Colégio Cenecista Elias Moreira. Durante cinco dias, a competição reuniu 600 atletas dos 13 aos 21 anos de 14 países, em nove modalidades. O Brasil contou com 90 representantes, cada um com pelo menos uma medalha na bagagem.

Oito medalhas para Talisson

Entre os homens, o joinvilense Talisson Glock, 14 anos, conquistou nas piscinas do imponente Complexo Aquático do Parque Simon Bolivar nada menos do que oitos medalhas, seis de ouro e duas de prata. "O segredo do sucesso? Treinar muito e esquecer as dificuldades, sejam financeiras ou físicas", responde Talisson, justificando a auto-superação. O gaúcho Roberto Alcaide trouxe para o Brasil nove medalhas, sendo três de ouro. A dupla foi ouro no revezamento 4X50 metros livre, juntamente com André Gonsáles e Marcio Gomes.

Heróis recebem reconhecimento dos colegas de escola

Em coro com as torcidas, os atletas que participavam de uma competição no Colégio Elias Moreiras pararam o que faziam para aplaudir de pé Talisson e seus quatro companheiros de viagem à Colombia: Jonathan Faria, 15 anos (dois ouro, duas prata e duas bronze), Ana Paula Fernandes, 14 (um ouro, três prata e dois bronze), Gustavo Gartz, 16 (seis ouro, três prata e um bronze) e Leidiane Joaseiro, 14 (três bronze). "A equipe de Joinville conseguiu mais de 50% das medalhas brasileiras em natação", afirmou Vanderlei Quintino, presidente da Cepe (Centro Esportivo para Pessoas Especiais), onde os atletas treinam.

Talisson, que em 2004 perdeu o braço e perna esquerdos em um acidente de trem perto de casa, quando caminhava em direção à escola, passou muito provavelmente pelo momento mais difícil de sua vida. Porém, com o apoio incontestável dos pais, partiu para o esporte e o resultado é um dos melhores paraatletas brasileiros. "Ele ficou revoltado, mas começou a nadar e hoje é um orgulho para todos nós", afirma a mãe, Ivone, que acompanha o filho em muitas atividades.
"Além da natação, Talisson joga basquete e dá suas derrapadas no skate. Ainda faz travessias marítimas, como em Penha e Itapema. Vai à escola, nada todas as tardes e frequenta cursos de computação e inglês à noite. Determinado, pensa em cursar faculdade de sistemas de informação, mas também sobra tempo para as garotas. Na Colômbia, chegou a "ficar" com uma atleta mexicana.

Debute histórico

Na Colômbia, Talisson participou de sua primeira competição internacional. Gustavo Gratz competiu fora do país pela segunda vez. "A cidade está segura, cheia de policiais. A única coisa ruim era o arroz, muito empedrado", diz o atleta. Foi a primeira escala rumo aos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Da Colômbia, a delegação brasileira voltou para casa como campeã geral do quadro de medalhas, com 80 de ouro, 39 de prata e 14 de bronze, 133 no total. Em segundo ficou o México.

OITO ANOS NA FILA DE ESPERA: Enfim, Suzana é operada

Jacson Almeida
jacson@gazetadejoinville.com.br

Suzana da Silva, 43 anos, foi finalmente operada no Hospital São José depois de esperar mais de oito anos na fila de cirurgia da Secretaria de Saúde. O que parecia um final triste tornou-se feliz na última terça-feira (13) quando a cozinheira entrou enfim em uma sala de cirurgia.
Ela tinha uma doença chamada hérnia de hiato, também conhecida como refluxo. Um pequeno procedimento cirúrgico resolveria o problema.

Nos últimos anos, Suzana foi quatro vezes ao hospital com a esperança de se curar, mas chegando lá sempre havia um problema que deixava a cura mais distante. Agora, quando recebeu um telefonema na segunda-feira (12), pensou ser um trote. “Só na hora em que eu fui anestesiada que acreditei”, comenta.

Depois de cinco horas, Suzana acordou na sala de recuperação, às 19h30, pronta para outra vida.

Para lembrar
A Gazeta de Joinville fez uma reportagem no mês passado mostrando a dificuldade de Suzana e a espera na fila por uma cirurgia.

Mãe de três filhos, um de 16 anos, um de 17 e um bebê, ela mora com seus pais e trabalha como cozinheira, mas não podia comer por causa da doença. O refluxo trazia outros problemas, como voz rouca, falta de apetite e a gastrite crônica.

A partir de agora a cozinheira vai poder tomar café da manhã e tirar de sua rotina o omeprazol, que tomava há seis anos, de seis a oito comprimidos por dia. O medicamento era a primeira coisa que ingeria quando acordava e servia para minimizar a dor de estômago e azia, ajudando no alívio dos sintomas da doença.

Recuperação
Por enquanto, Suzana não pode comer alimentos salgados e só toma líquidos gelados. Segundo ela, o médico falou que isso é normal. Ela espera voltar a ter vontade de comer, coisa que perdeu devido à doença.

Nem tudo está perdido. Suzana elogia o bom atendimento que teve no Hospital São José. Para ela, todos a trataram bem.

Próxima batalha

Depois da vitória na saúde, Suzana espera vencer e sair da fila da Habitação com uma casa, onde aguarda há dez anos por uma casa.

Mentira: Médicos continuam à espera da valorização prometida por Carlito

Jacson Almeida
jacson@gazetadejoinville.com.br


“A prioridade na saúde é valorizar os profissionais. A partir de janeiro nós iremos recuperar o salário”. Essa era a esperança que o prefeito Carlito Merss (PT) dava para médicos nas eleições de 2008, quando deu entrevista na emissora RBS TV. No entanto, a Prefeitura de Joinville divulgou edital para concurso público, no dia 9 de outubro, onde os especialistas manterão o salário atual de apenas R$ 2.582,52.

Atualmente o setor público de Joinville paga menos que cidades da região como Guaramirim, Jaraguá do Sul e Barra Velha, onde é possível encontrar salários de R$ 4 mil a R$ 6 mil.
A diferença de salário é notável entre Joinville, o maior pólo industrial de Santa Catarina, e Guaramirim, de economia agrícola. No concurso público da cidade vizinha, edital 001/2009, um médico que vai trabalhar no Hospital Municipal Santo Antonio ganhará um salário de R$ 4.100 por 20h semanais.

Neste ano, a Prefeitura de Barra Velha chegou a lançar uma nota destacando que ampliou a equipe de médicos e redefiniu o quadro salarial reajustando a remuneração em 50% de aumento. Um médico na cidade recebe R$ 45 a hora. Segundo nota da própria prefeitura, isso dá uma média salarial de R$ 900 semanais e R$ 3.600 por mês.

Enquanto em Joinville, segundo edital de concurso público 001/2009, um médico vai ganhar R$ 2.582,52 por 120 horas mensais. Devido a essa atitude do governo, médicos joinvilenses migram para trabalhar no SUS de cidades vizinhas.

Além disso, o médico Hudson Carpes, diretor regional do Sindicato dos Médicos, lembra que a rotina de um clínico do São José e dos PAs é estressante. Para ele, é devido a essa remuneração que o governo faz concurso e não consegue médico. De acordo com Hudson, o salário ideal seria de aproximadamente R$ 7 mil por 20 horas semanais.

O próprio petista Carlito Merss admitiu no dia 21 de outubro de 2008, no jornal do Almoço, da RBS TV, que a saúde de Joinville era um problema grave. “A questão da saúde é gravíssima. Ela foi se deteriorando nos últimos anos. E nós temos colocado inclusive para a população de Joinville com muita clareza: nos primeiros cem dias, essa é a questão que vamos atacar de verdade. Principalmente melhorar o salário dos médicos. Essa é uma questão urgente”.

Ainda segundo o edital, Joinville paga por um médico na função de “medicina de família e comunidade” R$ 5.175,00, por 220 horas por mês e mais gratificação. Já em Jaraguá do Sul a prefeitura abriu um concurso público neste ano para contratar clínico geral para a Equipe de Saúde da Família. O médico irá ganhar R$ 6.428,31 por 40 horas semanais. Pediatras e outras especialidades recebem R$ 3.783,86 por 80 mensais.

A classe

Um médico fica na faculdade seis anos e depois mais três anos de residência médica. Além disso, é obrigado a participar de congressos e cursos. Conforme o médico Hudson Carpes, um profissional da área médica não pode parar de estudar. “Os livros custam no mínimo R$ 300 a R$ 400”, diz. Além disso, uma faculdade de medicina na Univille, por exemplo, cobra aproximadamente R$ 3.100, ou seja, mais que um médico vai ganhar no SUS em Joinville.

Hudson aponta ainda que o médico na cidade não tem um plano de carreira que valoriza o servidor da área. Segundo ele, a diferença de um profissional que trabalha há um ano para outro que trabalha há 20 anos é de R$ 400.

Ele alerta que se não houver aumento, a população vai continuar jogada pelos cantos do Hospital São José.

O diretor da regional também tem gravada uma entrevista do petista Carlito Merss assumindo o compromisso de aumentar o salário atual para R$ 4 ou até 6 mil, de imediato. “Prometem e depois reclamam quando fazemos escândalos”, ironiza o diretor.

Sofrimento com calçadas continua

Jacson Almeida
jacson@gazetadejoinville.com.br

Andar pelas calçadas de Joinville virou uma aventura, com buracos, poças de água e elevações. Mas a situação piora quando se trata de deficientes físicos se deslocando por essas vias. No centro e nos bairros, a falta de orientação e fiscalização fez com que as calçadas fossem construídas sem um padrão. O piso táctil, para acessibilidade, é colocado de forma desigual e ao invés de ajudar, acaba causando acidentes.

A estudante Jaqueline Mello conta que calçadas estão em falta na cidade e as que existem estão danificadas ou cobertas por jardins, quando não por mato. "Sem falar que não tem acesso para deficientes físicos", completa.

Uma batalha todos os dias

Há sete anos e meio, José Souza de Santos não imaginava que ir tomar banho no rio Piraí mudaria sua vida. Ao mergulhar, ele sofreu um acidente e quebrou duas vértebras da coluna, ficando tetraplégico. O trabalhador da construção civil ficou dois meses e oito dias na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).

Ao acordar, não sabia que jamais voltaria a mexer o corpo. Quando sua irmã contou-lhe, o sofrimento foi maior do que o próprio acidente. "Tive muitas convulsões depois da notícia", lembra José.

Agora, já em uma cadeira de rodas, para não deixar a deficiência abater, começou a fazer curso de pintura na Casa da Cultura, aonde vai todas as terças-feiras. Ele pinta quadros com a boca.
Sua batalha semanal são as calçadas de Joinville. Tanto para ir à fisioterapia, como para ir ao banco, tem que usar calçadas sem acessibilidade nenhuma. "Tenho vontade de sair de casa, mas é impossível", lamenta.

Já na saída de sua residência, no Morro do Meio, é um verdadeiro drama. A via é de barro e cheia de buracos. No lugar de calçadas há saibro e mato. Por isso, José não sai na rua. Quando vai ao centro, a estratégia que o cadeirante usa é andar na rua juntamente com os carros, pois na calçada é difícil.

Ele vive com um salário mínimo do auxílio doença, que ajuda sua mãe em casa e paga uma mulher para cuidar dele, pois não consegue empurrar, sozinho, a própria cadeira de rodas. Seu pai, que o ajudava, faleceu nesse último mês. "Aprendi a me virar", diz.

Depois de sair da UTI, José teve escaras, grandes feridas que aparecem no corpo pelo não movimento. Ele lutou com as feridas durante cinco anos e fez três cirurgias. Agora, a batalha é contra uma infecção urinária.

Questionado se isso o deixava triste, enfatizou: "o bom é que a gente está vencendo". Para ele, a única coisa que o deixa infeliz é que as ruas de Joinville não são adequadas para os cadeirantes.

Melhoria pode demorar

A Prefeitura de Joinville chegou a apresentar no dia 14 de outubro o Programa Calçada Legal. De acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Joinville (Conurb), Tufi Michreff Neto, o projeto visa primeiramente revitalizar a rua XV de Novembro, implantando ciclovias e calçadas padrão.

Mesmo com esse programa, vai demorar muitos anos para que idosos, mulheres grávidas, crianças e deficientes físicos andem por calçadas acessíveis.

ODIR NUNES: acertos e contradições

Gisele Krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br
 
O vereador Odir Nunes (DEM) foi eleito seis vezes pelo Distrito de Pirabeiraba e é articulador da oposição ao governo de Carlito Merss (PT). Além de candidato a deputado federal em 2010, também é presidente da Comissão de Finanças da Câmara e relator do orçamento da prefeitura para o próximo ano. O democrata conta com exclusividade à Gazeta de Joinville como foi a discussão a respeito da viagem do prefeito à Suiça, que foi cancelada na sexta-feira (23).
 
Questionamento
Ninguém questionou a viagem do prefeito. Foi questionada a ida de um funcionário que não é de carreira. Até porque no ano passado nós também vetamos funcionários que não eram de carreira para viajar. Dessa comitiva, o funcionário que não era de carreira era Alexandre D’Ângelo, da Promotur. A posição do prefeito, segundo informações, é de que se o rapaz não fosse, ele também não iria. Essa foi a posição dele. Em nenhum momento a Câmara vetou à ida do prefeito. Até porque eles (PT) sempre questionavam que a Câmara era um cartório de homologação. Então estamos apenas fazendo aquilo que ele (Carlito) pediu. Agora, em nenhum momento, os vereadores questionaram a ida dele. O prefeito e os demais servidores estavam liberados para irem. Não viajaram porque foram intransigentes em querer levar alguém que não é de carreira.

Carlito não é vítima
Acho que o prefeito quer se fazer de vítima. Ele quer ser vítima. Aliás, era normal o PT sempre se pousar de vítima. Ele disse no jornal que foi assustadora a posição da Câmara. Mais assustadora ainda foi a enganação que ele fez ao povo de Joinville. Essa foi mais assustadora. Até porque aquilo foi uma batalha do próprio PT no ano passado. Eles sempre criticaram as viagens e iam sempre quatro pessoas. Mas agora estão indo em sete. O que mudou de lá para cá?

Importância da viagem
Eu não gostaria de questionar se é ou não é importante (a viagem). Compete ao prefeito avaliar a ida dele. A conveniência e o que isso traria de resultado para Joinville. O convite chegou no dia 7 de abril. Ele só mandou para a Câmara, que eu acho uma falta de respeito com a Câmara, no dia 21, para no dia 25 viajar. Eu acho que foi em cima da hora.

O veto
Tivemos que ser coerentes porque no ano passado pessoas da nossa base, pessoas do nosso partido, o próprio Tebaldi com 16 vereadores, nós também votamos contra a ida de um funcionário que não era de carreira, um comissionado.

Sem experiência
Eu acho que a situação (de Joinville) está cada dia pior. Eu acho ainda que eles (petistas) precisam se encontrar. O governo PT ainda não se encontrou. Até as pessoas que lá estão, a começar pelo prefeito, pouco sabem sobre a atividade pública, as dificuldades da administração pública em Joinville. E também, a falta de experiência que o prefeito tem por nunca ter sido do Executivo.

Erros do PT
O maior erro do prefeito, e descrédito dele até agora, está em cima daquilo que ele não cumpriu no seu plano de governo: o não aumento das passagens de ônibus; o não aumento da tarifa de água; passaram-se dez meses e o PA do Aventureiro ainda não foi colocado em funcionamento; a casamata agora que se está iniciando; o plano de carreira do magistério não aportou na Câmara ainda; o plano de carreira dos funcionários da saúde, que ele tinha prometido os salários dos médicos. Tudo isso não aconteceu. E também a questão de que está faltando planejamento na administração. Estamos vendo a cada dia que passa erros sucessivos.

Prioridade da prefeitura
A prioridade da atual administração é projetar o que as futuras administrações farão nos próximos anos. Todas essas obras que o atual prefeito vai fazer são frutos de projetos e tratados que foram feitos há dez e doze anos. O Carlito não vai fazer nada mais do que executar as obras já que os projetos estão aí, que os recursos estão aí. Nenhum prefeito de Joinville recebeu uma prefeitura há 20 anos com tantos projetos encaminhados e tanto dinheiro liberado, um monte de recursos liberados, como este governo.

Sem mudança
Eu não acredito tão cedo em mudanças. E essas obras que fizeram de limpeza de rios são graças a recursos que não vieram da prefeitura, e sim da Defesa Civil Estadual e do Governo Federal. O governo (PT) tem muito a que se encontrar. Até porque é muito fácil ficar na oposição e eles ficaram 20 anos na oposição. E quando mudaram para o Executivo, com certeza não acharam que era tão difícil quanto é. Entre a teoria e a prática tem uma diferença tão grande. Eles viveram 20 anos na teoria. Eles viram agora que a teoria não se coaduna com a prática e a prática não se coaduna com a teoria.

Oposição
Nós estamos fazendo uma oposição inteligente. O que nós temos visto é uma falta muito grande de entrosamento e do conhecimento da máquina administrativa. Estamos fazendo uma oposição coerente, cobrando aquilo que ele prometeu a Joinville e à sua população. Nada mais do que isto. Temos que fazer cumprir. Assim como eles cobravam de nós. Nós também estamos cobrando. Mudaram-se apenas os campos, os lados.

Presidente da Câmara
A eleição do Sandro Silva (PPS) para a presidência da Câmara de Vereadores foi uma articulação de várias pessoas. Entendendo que o Sandro poderia resgatar a independência do Legislativo. Eu acho que é a única oposição há 20 anos. Só tivemos a legislatura de 1989 até 93. De lá para cá os prefeitos sempre tiveram a maioria com folga. Agora existe um equilíbrio. O que é bom e saudável para a sociedade. Na minha avaliação, o Sandro tem sido um bom presidente. Aliás, ele está nos surpreendendo porque ele nunca passou por lá. Não tinha experiência.

Projeto do DEM para 2010
Raimundo não somente vai ser candidato como também vai ser governador. A tríplice aliança vai acontecer porque se os democratas forem importantes para o PSDB e para o PMDB, haverá uma reciprocidade. Também o PSDB e o PMDB são importantes para os democratas, que foram, na verdade, os fieis da balança para a primeira eleição de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e na segunda eleição. O Luiz tem o compromisso conosco. Sempre fomos muito fiéis ao governador.

Candidato a deputado
Eu estou há seis mandatos na Câmara. Nunca disputei outra eleição a não ser para vereador. Agora estou preparado para disputar outro cargo. Darci de Matos (DEM) já está definido como candidato a deputado estadual. E eu vou disputar a deputado federal. Estamos trabalhando para isto. Estou preparado para disputar uma nova eleição. Vou trabalhar por Joinville e região assim como trabalhei por Pirabeiraba nestes seis mandatos.
 
Relação com Tebaldi
Nós temos uma relação (com o ex-prefeito Marco Tebaldi). Nós fomos parceiros, companheiros. Eu não tenho nenhuma dificuldade de relacionamento com o Tebaldi. Até porque se fizer uma avaliação do governo Tebaldi ao governo petista, o Tebaldi dá um show. Não estou dizendo isso porque sou oposição. Mas é a população que está dizendo isto. Basta ouvir a população.

EDITORIAL: O calote

Vários empresários estão andando de cabeça baixa e olhando para o chão. Sem expectativa de receberem pelos serviços executados estão num beco sem saída. É difícil imaginar que a maior cidade do Estado, a mais rica e diversificada retorne ao tempo do: "devo, não nego, pago quando puder".

Há mais de 20 anos não se via tanta desorganização e descontrole nas finanças municipais como tem havido nos últimos 10 meses de governo do PT.

Desmontou-se, de maneira irresponsável, uma credibilidade que foi construída desde a primeira gestão do ex-prefeito Wittich Freitag, iniciada em 1983. Nas últimas duas décadas, quando ainda recebiam em dia, as empresas prestadoras de serviços elevaram o status de Joinville com a construção de inúmeras escolas, creches, centros educacionais infantis, ambulatórios e pronto-atendimentos.

Este ano, sob o pretexto de fiscalizar antigos contratos, o prefeito Carlito Merss praticamente paralisou Joinville. Agilidade mesmo, só mostrou na hora de conceder aumentos na tarifa da água e na passagem do ônibus.

Construtores de escolas e pontes, que não recebem há quase um ano, foram obrigados a recorrer a bancos e agiotas para pagarem seus funcionários. E, para piorar, algumas destas obras foram concluídas este ano com a promessa, da atual gestão, de que seriam pagos pelos serviços.
Foram enganados. Receberam só o calote e mais promessas de que no ano que vem a prefeitura começará a pagar.

Para quem está há tantos meses sem receber, as novas promessas soam como escárnio, deboche da mais rica cidade catarinense.

Nome de capital, mas parado no tempo

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

Basta o sol aparecer após algumas horas de chuva para a Secretaria Regional Nova Brasília começar a receber dezenas de pedidos de recuperação de ruas, limpeza de córregos e capina de terrenos. O trabalho nunca vence, até pelo fato do poder público municipal contar com uma acanhada estrutura de mão-de-obra e equipamentos para atender 12 mil habitantes.

Para complicar, uma das duas motoniveladoras (equipamento conhecido por patrola) a serviço da regional quase sempre está parada por causa de problemas mecânicos. Com apenas uma máquina em funcionamento, fica difícil dar conta para atender todos os chamados da população.
O desafio é enorme.

As 131 ruas do bairro totalizam 48,3 quilômetros, dos quais apenas 14,1 são asfaltados ou revestidos de paralelepípedos, sobrando 34,2 quilômetros em saibro. Para piorar, geralmente onde não há pavimentação existem valas a céu aberto que funcionam como rede oficial de esgoto.

O bairro recebeu o nome de Nova Brasília em homenagem à nova capital brasileira que o país ganhava, em 1960. Quase cinquenta anos se passaram e o que se percebe é uma região estacionada no tempo, contrariando o "boom" de desenvolvimento que se pretendia dar naquela época.

"Era para ser um exemplo de lugar em matéria de desenvolvimento para Joinville, mas não é bem isso o que temos. É necessário trabalhar, trabalhar e trabalhar para mudar esse quadro", diz o secretário regional Alido Lange, cuja unidade administrativa sob seu comando ainda tem que cuidar de mais dois núcleos populacionais igualmente carentes: Morro do Meio e São Marcos. Normalmente, todos os dias entram pelo menos dois pedidos de novo ensaibramento de ruas para o Nova Brasília.

População está decepcionada

Radialista de uma emissora comunitária do bairro e coordenador do programa de adesão com moradores para planos de pavimentação da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Vandio Barbosa afirmou que o Nova Brasília ficou "muito tempo" esquecido pela administração municipal. "Para recuperar o tempo perdido, é necessário dar ao bairro um choque de pavimentação. E isso não se sabe quando pode acontecer", explicou Barbosa.

O bairro possui seis associações de moradores, o que não significa muita coisa, pois as entidades não se entendem. "Temos todas essas entidade que não falam a mesma língua e perdem a credibilidade. Por isso, a população não se interessa pelas reuniões", declara João Batista Tomaz, presidente da Associação de Moradores Nova Brasília 2 e também funcionário da própria Secretaria Regional. "Cada associação olha muito para o próprio umbigo e não enxerga o geral. Isso impede as chegada de melhorias", completa João, cujo tom de discurso nega ser político. "Aqui na regional sou funcionário, lá fora sou morador comum".

O bairro é cortado pela rua Minas Gerais, que tem asfalto, mas reserva perigos de circulação a motoristas e pedestres. A sinalização é precária, há buracos que servem de armadilhas e não há calçadas em vários trechos. A rua serve de acesso para o acesso ao Terminal de Integração do Transporte Coletivo e para ao da Polícia Militar.

Falta esperança

"Perdi a fé na prefeitura. Não acredito mais que um dia vou ver asfalto na frente de casa", afirma o aposentado Santulino Correia Neto, que mora há mais de 20 anos na rua Theodoro Oscar Bohn, uma das seis principais vias do bairro. Enquanto um pequeno trecho da via tem pavimentação, os moradores da outra parte, caso de Santulino, continuam comendo poeira. "Somos obrigados a fechar todas as janelas em dias ensolarados".

A dona de casa Maria Antonia da Silva teve um pouco mais de sorte. A rua Joana D’Arc, onde fica a casa de Maria, acaba de ser asfaltada e o meio fio está a caminho. "A obra demorou muitos anos e minha família comeu muito pó. Tenho gente em casa com problemas alérgicos até hoje. Alguns vizinhos já morreram e não chegaram a ver o asfalto, como eu cheguei".

Bairro ganha 1ª filial do Procon

O Nova Brasília tem o privilégio de ser o bairro de Joinville a ganhar a primeira filial do Procon (serviço de atenção e defesa do consumidor), o que deve facilitar a vida de quem tem algum problema de relação com o comércio. O serviço funciona em uma sala da Secretaria Regional local (rua Minas Gerais, 1.303, telefones 3436-4964 e 3426-6239) e ajuda a encontrar soluções ou esclarecer dúvidas em casos que envolvem compra de produtos, planos de saúde, empréstimos, telefonia fixa e celular, entre outros.

O objetivo do Programa Procon nos Bairros é descentralizar o serviço, cuja sede funciona na rua Dona Francisca, 1.283, Saguaçu, onde ocorrem cerca de 40 audiências e até 140 outros atendimentos diários. "A intenção é levar o Procon mais perto da população, fazendo-a ficar familiarizada com o Código de Defesa do Consumidor. A extensão do Procon terá capacidade para abrir processos e marcar audiências, além de responder dúvidas", afirma o gerente do órgão, Jorge Nemer Filho.

O novo escritório conta com um estagiário de Direito, mas serve como local de audiências, que continuarão sendo realizadas na sede do órgão. O interessado em atendimento deve comprovar que reside na região do Nova Brasília. "Mas antes de procurar o serviço, o consumidor sempre deve tentar um acordo com seu fornecedor. Se isso não ocorre, o Procon entra no caso", explica Jorge. Uma vantagem é o morador não precisar se deslocar até o outro lado da cidade para tentar encontrar soluções para seus problemas de relações de consumo.

Aluguel mais barato atrai comerciante

Fechar um novo contrato de locação com a certeza de economizar R$ 150,00 mensais, além de dispor de um espaço maior para estocar mercadorias foram motivos suficientes para a comerciante Karina de Camargo e o marido deixar o bairro Guanabara para tentar a sorte no Nova Brasília. O bairro, que já tinha 173 pontos comerciais, passou a ter 174 com a loja de Karina, que vende móveis e eletrodomésticos novos e usados.

"Pagava R$ 600,00 e agora fechei contrato de R$ 450,00. Parece que não é muito, mas pesa no bolso. Ainda não sei se fizemos a coisa certa, porque é muito cedo. Estamos aqui há apenas dois meses e precisamos ganhar a confiança dos moradores", diz Karina.

Dois fatores foram decisivos na hora de escolher o local para instalar a loja: a proximidade com o Posto de Saúde do Nova Brasília e com a academia de melhor idade, que proporcionam movimento de moradores. E por falar em atendimento médico, Karina necessitou do serviço recentemente: "Minha pressão estava alta e o atendimento foi atencioso".

Região sediou primeiros loteamentos de Joinville

A região que compreende o atual Bairro Nova Brasília foi uma das primeiras a ser loteada em Joinville. Através desses loteamentos feitos principalmente nas terras dos senhores Mathies, Tilp, Roos e Welter o bairro iniciou seu processo de urbanização, sendo as famílias residentes no local os Goll, Fisher, Pereira, Pahl, Benica, Siedschlag, Vogelsanger, Souza, Tilp, Roos, Mathies, Welter, entre outras.

Já no início do século XX estavam em andamento as obras para a instalação dos trilhos e logo as primeiras locomotivas começaram a transitar pelo bairro. No início da ocupação, era grande a dificuldade dos moradores para se locomoverem ao centro da cidade, pois a região só dispunha de uma única via de acesso, a Estrada Guiguer Nova, formada atualmente pela Estrada Jativoca e parte da Rua Tupy.

No início da década de 50, a abertura da rua Minas Gerais facilitou o trajeto. Surgiu na região, nos fins da década de 50, o primeiro loteamento do bairro, com a denominação de "Galho da Sorte", de propriedade da família Welter. A partir daí a região começou a sofrer transformações e os novos loteamentos atraíram moradores de inúmeras regiões de Joinville. E a inauguração da Capital Federal, no início da década de 1960, cedeu o nome ao núcleo habitacional Nova Brasília.

Equipamentos públicos importantes para o bairro foram criados no final dos anos 50 e na década de 60, como transporte coletivo, energia elétrica e água encanada, incentivando a instalação das atividades econômicas como a Cerealista Mathies.

Ex-comandantes do Nosso Batalhão têm seus trabalhos reconhecidos

A rigidez dos procedimentos militares ficou de lado na noite desta quinta-feira, dia 22, e deu lugar a uma grande confraternização. A Câmara de Vereadores reuniu ex-comandantes do 62º Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro em Joinville, conhecido como “Nosso Batalhão”, para render-lhes homenagem aos serviços prestados na (e pela) cidade.

Pelo menos nove ex-comandantes foram agraciados, entre eles os generais Américo Salvador de Oliveira e Adhemar da Costa Machado Filho, e os coronéis Bráulio Pereira Dória Júnior, Murilo Bettamio Guimarães, Silvio Paulo Casali (in memorian), Joaquim Gabriel Alonso Gonçalves, Almir José Cavasotti, Luiz Augusto de Oliveira Santiago e Antônio Carlos Freitas de Córdova.

O 62º Batalhão de Infantaria tenente-coronel Francisco de Lima e Silva foi criado há 216 anos, mas somente há 91 anos está em Joinville. Desde 2001, tornou-se um “Batalhão de Força de Ação Rápida na Região Sul do Brasil”. Isso lhe conferiu modernização de equipamentos, procedimentos e a elevação técnica de seus quadros. “O Nosso Batalhão está entre os mais destacados e almejados do Exército Brasileiro. Quando há escolha de novos comandantes, o 62º BI é um dos mais disputados”, afirma o atual comandante, o tenente-coronel Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves.

O proponente da sessão, vereador Lauro Kalfels, observou que o Nosso batalhão está inserido no dia-a-dia de Joinville. Para o parlamentar, a população tem admiração e respeito pela instituição e pelas atividades que desenvolve, especialmente em momentos de crise, como nas enchentes do final de 2008 e começo de 2009.

O comandante Costa Neves disse, ainda, que os vínculos de amizade e de cooperação unem o povo joinvilense ao 62º BI. “Ao homenagear os ex-comandantes, a Câmara expressa o sentimento do povo, que enxerga o Nosso Batalhão como instituição companheira e que está de braços dados para a concepção dos grandes objetivos de Joinville”, declarou. “Os ex-comandantes foram competentes, abnegados e os passos dados por eles aumentam ainda mais nossa responsabilidade e apontam direções a seguir.

Os atuais integrantes do 62º BI são muito gratos a eles”, acrescentou. O ex-presidente da Câmara de Vereadores, Fábio Dalonso, hoje presidente da Associação de Veteranos e Amigos do Nosso Batalhão, lembrou que cada ex-comandante, dentro de sua particularidade, contribuiu para o engrandecimento do 62º BI.

As peculiaridades que cada um nele inseriu, afirmou o ex-vereador, tornou-o um destacamento com os quadros dos mais qualificados do Exército Brasileiro. Dalonso, Kalfels e Costa Neves entregaram placas comemorativas aos nove homenageados da noite.

Esforço de Kennedy garante lei anti-pedofilia

O governador em exercício Leonel Pavan (PSDB) sancionou nesta quinta-feira (22) a lei que disciplina o controle de usuários em estabelecimentos voltados à comercialização do acesso à internet no Estado, mais conhecidos como lan houses. A matéria já tinha sido aprovada em Plenário no dia anterior, como Projeto de Lei n.º 217/09, do deputado Darci de Matos (DEM), e que teve o deputado Kennedy Nunes (PP) como relator. Pavan, que estava em viagem no Oeste catarinense e seguia para o Rio de Janeiro, fez uma parada no Aeroporto Hercílio Luz para a assinatura da nova lei.

“Estamos sempre buscando o melhor para nosso povo. Optamos por trabalhar pela segurança para qualificar cada vez mais nosso Estado”, disse o governador. Sobre a lei, afirmou acreditar que, a partir de agora, muitos tipos de crimes serão evitados, em especial o uso de imagens de pornografia infantil. “Essa lei será mais um equipamento de combate a esse crime hediondo. É mais uma forma de proteger nossas crianças”, disse.

Antes da lei ser aprovada em plenário, Kennedy Nunes teve acesso a documentos de investigação da Polícia sobre a pedofilia em Santa Catarina. Chocado com o relatório e impactado pelas fotos do documento, foi à tribuna para solicitar aos deputados aprovação imediata do Projeto de Lei, com o intuito de cadastrar todos os usuários das casas que prestam serviços de internet, já que muitos dos crimes acontecem a partir desses estabelecimentos.

Kennedy, que se esforçou para traduzir no plenário o mesmo impacto que teve ao ver as fotos, descobriu que projetos de igual teor foram apresentados na legislatura passada pela deputada Odete de Jesus, pelo deputado Nilson Gonçalves e pelo ex-deputado Maurício Eskudlark, e que receberam parecer de inconstitucionalidade. “É um absurdo! Se esse projeto tivesse sido aprovado há cinco anos, talvez essa rede de pedofilia não tivesse sido formada, ou estaria na cadeia”.

Durante sua fala, Kennedy mostrou algumas fotos do documento da polícia e trechos de um texto do site, que segundo o relatório é o código da rede de pedofilia de Santa Catarina. Frases como “Assim é como todas as pequenas garotas deveriam estar prontas para tortura”, “Pequenos corpos prontos para serem abusados”, “Machuque eles [sic] de qualquer forma” e “faça ela gritar em total agonia, faça ela sofrer num pânico terrível” deixaram os deputados emudecidos.

Atendendo ao pedido de Kennedy, o presidente da Assembleia, Jorginho de Mello, abriu votação e, por unanimidade, o projeto foi aprovado. “Santa Catarina já poderia estar com essa lei em vigor em 2006. Quando vi essas imagens fiquei impactado. Esse tipo de crime tem que ser combatido com severidade”, afirmou o deputado do PP. A lei brasileira não possui o tipo penal pedofilia. Entretanto, a pedofilia, como contato sexual entre crianças e adultos, se enquadra juridicamente no crime de estupro de vulnerável (art. 217-B, do Código Penal), com pena de oito a 15 anos de reclusão e é considerado crime hediondo.

Homem é preso com carro furtado e documento falso

O serviço de inteligência do 17º Batalhão de Polícia Militar realizou levantamento de informações de que um foragido da justiça estaria na zona sul de Joinville em posse de um veículo furtado com adulteração de chassi.

Policiais realizaram abordagem ao Fiat Uno de placas AFH 8286 de Joinville-SC e ao averiguar o chassi constataram que apresentava irregularidades. O chassi verificado pertencia ao Fiat Uno de placas MAY 2435 de Joinville-SC com registro de furto do dia 14/09/2009.

Também foi verificado pelos policiais que o veículo era conduzido com uma chave micha. O condutor que assumiu a propriedade do veículo era Lauro Jorge Kaszceszen de 46 anos com passagem criminal pelo artigo 180 do CPB.

Em sua companhia estava um homem que em primeiro momento se apresentou com documentos como sendo W.V. de 45 anos, mas após os policiais o reconheceram e constataram que se tratava de Luis Carlos Custódio de 39 anos, com passagens criminais pelos artigos 155, 180 e 311 do CPB.

Ambos foram detidos e levados juntamente com o veículo recuperado a Central de Polícia onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante pelos artigos 180 e 311 do CPB para Lauro e um termo circunstanciado pelo artigo 307 do CPB em desfavor Luis.

Caminhoneiro é feito refém em roubo de carga

Por volta das 17h30min de ontem, um caminhoneiro de 38 anos que vinha do Estado do Paraná sentido cidade de Taió em Santa Catarina, foi vítima de um roubo no Km 11 da Rodovia BR-101. Dois homens, sendo que um deles estava armado de pistola, se aproximaram do motorista e anunciaram o roubo, obrigando a vítima a entrar no caminhão com os mesmos.

Os ladrões foram até a Estrada Caminho Curto, Distrito de Pirabeiraba, onde um deles permaneceu com a vítima no mato enquanto o outro saiu com o caminhão carregado de gás sentido Joinville.

Por volta das 23h30min um veículo que a vítima não soube precisar o modelo chegou ao local e levou o ladrão que o rendia até então. Buscas foram efetuadas porém nenhum suspeito foi localizado. A vítima foi encaminhada a 3ª D.P. para registrar B.O.

O caminhão roubado é um Mercedes Benz de placas IJQ 2442 de Taió-SC da empresa de gás Kirst Comércio de Combustíveis.

Cesta básica fica mais cara em Joinville

Joinville teve aumento de 2,3% nos produtos alimentícios nesse mês em relação a setembro deste ano, conforme pesquisa realizada pelo PROCON, em outubro 2009. A cesta de 131 produtos listados custa R$ 151,57.

Os mercados Angeloni e Big tiveram os valores mais altos. Já os estabelecimentos de bairro ofereceram menores preços, como o Campos, no bairro Costa e Silva.

Por isso, o Procon destaca a importância de realizar pesquisa de preços antes de adquirir qualquer produto ou serviço. E a reportagem da Gazeta de Joinville foi conferir os valores em alguns bairros da cidade.

Renato Cuba, proprietário do Mercado Wagner, no bairro Boa Vista, diz que a maior concorrência é com os mercados de grandes redes, como Big. Conforme ele, as pessoas se encantam com a variedade de produtos nos comércios maiores e que nem sempre são mais baratos.

O pequeno empresário busca margens de lucros menores para manter os clientes. "Os mercados pequenos são mais leais aos clientes, já os grandes fazem promoções com preços baixos e compensam o lucro com outros itens", explica.

Mercados de bairro comemoram vendas

Terezinha Doraci Schmitz, dona do Mercado Vieira, no Saguaçu, comemora as vendas neste ano. Ela é sócia do comércio junto com a filha há um ano, mas o estabelecimento existe há duas décadas.

"Não temos promoção, mas sim preços baixos", afirma. De acordo com ela, se cobrar muito, não vende os produtos.

Mas Neide Tesinha Costa, proprietária do Mercado Golf, no Iririú, não exibe os menores preços em seu mercado. Para ela, é mais difícil fazer preços baixos por causa da pouca quantidade de produtos comprados das distribuidoras. "O volume é baixo, por isso o preço é maior", admite.

Por melhoria nas condições de trabalho, agentes prisionais fazem paralisação

Jacson Almeida
jacson@gazetadejoinville.com.br

Enquanto na Penitenciária Industrial tudo está tranquilo, no Presídio Regional de Joinville agentes prisionais fizeram um manifesto na manhã de terça-feira (20) pedindo melhorias e segurança no trabalho. Desde 2003, quando houve aumento de 1%, o salário dos servidores continua sem reajuste.

A mesma paralisação acontece em todo o estado, mas em datas diferentes. O presidente da Sintespe (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Santa Catarina), Mário Antônio da Silva, adianta que, se Luiz Henrique da Silveira não atender as reivindicações, no dia 04 de novembro os agentes vão entrar em greve.

Atualmente os servidores do presídio trabalham sem ganharem nada mais pelo perigo que vivem diariamente. "Andamos no meio dos presos", afirma um agente. A classe solicita também o Adicional de Risco de Vida.

"A cadeia nova é uma casquinha de ovo e na ala velha não dá para ficar. Tudo está enferrujado", lamenta um agente, que não quis se identificar. Ele destaca ainda que "a nossa sorte é que identificamos o ‘preso problema’ e transferimos".

No Governo Luiz Henrique houve um aumento apenas em 2003. Segundo um agente, o salário base do servidor é de R$ 781, com alguns abonos fica R$ 1.380. Outra reivindicação é o Projeto de Plano de Cargos e Salários e abonos.

Outro pedido da classe é o reajuste do Vale de Alimentação.

O diretor do Presídio de Joinville, Jonas Cavanhol, não quis falar com a imprensa.

Presídio e penitenciária vivem realidades distintas

O Presídio de Joinville e a Penitenciária Industrial são conhecidos em Joinville como o "primo rico e o primo pobre". Os dois são administrados pelo Governo do Estado estado, mas um é mais cuidado do que o outro.

Um agente reclama que na Penitenciária Industrial o governo destina R$ 1 milhão por mês para fazer manutenção. Segundo o servidor, já no presídio, o diretor tem que vender o lixo reciclável para comprar lâmpada e cadeado porque não tem dinheiro.

"Amanhã estou no inferno", é a fala de um dos agentes quando sai de casa para ir trabalhar. Ele destaca que convive no local com vários presos sem nenhuma grade para separar. Na cozinha e na hora da faxina aproximadamente 70 presos trabalham lado a lado com agentes.

Carlito quer dobrar gastos com publicidade para o próximo ano

da redação
redacao@gazetadejoinville.com.br

A cidade de Joinville tem como principal marca a precariedade na saúde, que tem uma fila de espera para cirurgia de mais de três mil pessoas e de consultas que pode chegar a 70 mil. No entanto, a prefeitura quer retirar dos cofres públicos aproximadamente R$ 15 milhões somente para a comunicação do executivo, em 2010.

O orçamento de R$ 1,5 bilhão foi enviado para a votação na Câmara de Vereadores. Mas o que o governo petista não espera é que esse valor sofra cortes, dos parlamentares de oposição, principalmente na área de comunicação.

Relatoria já fez cortes

O vereador Odir Nunes (DEM), presidente da Comissão de Finanças da Câmara, e relator do orçamento cortou R$ 550 mil de verba destinada à comunicação da Secretaria da Administração, da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), da Fundação de Esportes, Lazer e Eventos (Felej) e da Fundação do Meio Ambiente (Fundema).

Mesmo assim, a prefeitura lançou edital para contratar a empresa de publicidade no custo de R$ 10 milhões. O valor destinado à comunicação petista é quase o dobro do orçamento anterior, feito por Marco Antônio Tebaldi (PSDB). A verba para comunicação em 2009 é de R$ 7,4 milhões.
Só para a divulgação da cobrança de IPTU de 2009 e do aniversário de Joinville, foram tirados dos cofres públicos mais de R$ 600 mil.

Prefeitura lança edital para contratar agência de propaganda

No edital lançado pela prefeitura em 5 de outubro, o serviço publicitário foi dividido em três lotes. O primeiro, de R$ 6,4 milhões, é destinado ao Gabinete do Prefeito, às Secretarias de Comunicação, de Administração, da Fazenda, de Infraestrutura Urbana, de Assistência Social, da Habitação e de Integração e Desenvolvimento Econômico.

Já o segundo lote destina-se às fundações, ou seja, à Felej, à Fundação Cultural e à Fundação de Promoção e Planejamento Turístico (Promotur). Para estas entidades foi reservado quase R$ 1,9 milhão da verba para publicidade.

E no lote três, deve ser gasto outro R$ 1,6 milhão, que será destinado às peças publicitárias da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), a qual receberá quase R$ 800 mil, do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano de Joinville, a Fundação 25 de Julho, a Agência Reguladora de Água e Esgoto (Amae) e o Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos (Ipreville).

Além disto, não estão neste montante as despesas com as assessorias de imprensa, que também fazem papel de publicidade governista.

Consta no edital que esse valor de publicidade servirá para incrementar o diálogo entre o poder executivo e a população. O edital explica ainda que isso faz parte de uma nova forma de governo.
Conforme a prefeitura é papel da agência de publicidade divulgar a importância dos investimentos prioritários que são realizados em diversas áreas e que estão qualificando a vida dos joinvilenses e a estrutura da cidade. No entanto, se o prefeito Carlito Merss priorizasse a saúde, educação e habitação, a população veria a importância dos investimentos e não necessitaria de publicidade em rádios, jornais e canais de televisão para ver aonde a verba seria gasta.

O nome da empresa ganhadora vai será divulgado no dia 23 de novembro.

Dinheiro poderia ser investido em outras áreas

Se a prefeitura de Joinville fosse aplicar os recursos de publicidade que estão no edital em setores mais importantes para a população, deveria ser em saúde e habitação. Com esse montante, de R$ 10 milhões, poderiam ser contratados pelo menos mais de 80 médicos, considerando salário, encargos sociais e um contrato vigente de quatro anos. Vale lembrar que R$ 2.587,52 é a remuneração que o Governo Municipal paga a um especialista para trabalhar 120 horas por mês.

Com essa cifra milionária também poderiam ser construídas casas populares no custo de R$ 24 mil, cada, beneficiando em torno de 416 famílias.

Essa atitude evitaria ações como a assumida pelo secretário de Habitação, Alsione Gomes de Oliveira Filho, que registrou boletim de ocorrência contra famílias que poderiam ir morar em ocupações. A preocupação do secretário é que essas pessoas invadam terras do governo e de proteção ambiental. No entanto, a função de Alsione seria resolver o problema destas famílias, que não têm lugar para morar.

Setores que mais recebem verbas para comunicação

Secretaria de Comunicação (Secom) R$ 7,1 milhões
Secretaria da Administração R$ 3 milhões
Gabinete do Prefeito R$ 625 mil
Fundação Cultural de Joinville R$ 590 mil

No orçamento para 2010, não estão mencionados os valores para comunicação das secretarias da Educação, Saúde, Gestão de Pessoas e Hospital São José. Só para o meio ambiente serão destinadas duas verbas de comunicação social, uma para a Fundação do Meio Ambiente (Fundema), no valor de R$ 390 mil, e para o Fundo Municipal do Meio Ambiente, no montante de R$ 407 mil.

EDITORIAL: Propaganda resolve tudo?

Antes de ser escolhido para ser o companheiro de chapa de Luiz Henrique da Silveira para disputar a prefeitura de Joinville no ano de 2000, Marco Tebaldi era um político medíocre que tinha apenas uma virtude: era do partido com o qual LHS queria formar uma aliança estratégica para chegar ao Governo do Estado.

Não demorou muito para que Tebaldi visse que boa parte do sucesso de seu novo parceiro devia-se a forte articulação que ele fazia junto às rádios, TVs e jornais da cidade.

Luiz Henrique é um craque na arte de seduzir a imprensa e Tebaldi foi um discípulo exemplar. Assim que herdou a prefeitura em 2002, após a vitória de LHS ao Governo do Estado, Tebaldi imediatamente iniciou as tratativas para assumir também o comando nos meios de comunicação.

Em menos de dois anos praticamente todos os veículos e comunicadores da cidade estavam alinhados com Tebaldi que em 2004 se reelegeu com uma estrondosa vitória, já no primeiro turno.

Mas, como dizem os americanos, "não existe almoço de graça" e o custo da bajulação quem acaba pagando são os cofres públicos.

O sucesso de Tebaldi, em utilizar os meios de comunicação como ferramenta de poder, parece ter influenciado fortemente seu sucessor.

Carlito, que antes criticava Tebaldi por torrar dinheiro público com publicidade, resolveu aderir ao clube e está propondo para o orçamento do próximo ano a bagatela de 15 milhões de reais.
Será que esta montanha de dinheiro irá conseguir mudar a percepção que o joinvilense tem de que foi enganado com mentiras e propostas que até agora não foram cumpridas?

JOÃO COSTA: Luta interminável para revitalizar principal rua

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

Com um dos maiores índices de ruas sem asfalto de Joinville – somente 9,1 quilômetros das 140 vias têm pavimentação, sobrando 22,6 quilômetros em saibro – o João Costa, bairro da região Sul entre os mais carentes do município, tem muito a conquistar para melhorar a qualidade de vida de seus quase 11 mil moradores. O bairro não tem posto de saúde e nenhuma área de lazer, apesar da promessa de que em 2010 ganhará uma praça com academia da melhor idade.

No entanto, o desafio atual de lideranças comunitárias locais não é mais alguns metros de asfalto ou melhorar o atendimento médico, e sim pressionar o poder público municipal a iniciar obras de revitalização de sua principal via, a João Costa Júnior, onde boa parte do setor de serviços e comércio está concentrada, mas acumula trechos com armadilhas para quem dirige ou caminha por ela - inibindo investimentos na região.

A segunda via mais importante é a Monsenhor Gercino, que apresenta problemas principalmente de estrangulamento de tráfego em qualquer horário do dia, nos arredores do terminal de integração de transporte coletivo. O João Costa ocupa um território de 3,41 quilômetros quadrados e possui 640 pontos comerciais.

Na altura do número 1.536 da João Costa Júnior há riscos de acidentes para quem não conhece o local, principalmente à noite. Quem trafega no sentido bairro-centro dificilmente percebe quando a área lateral à direita, ao lado da ciclovia, se transforma em pirambeira. Despencar no local significa invadir alguma residência. Há outros pontos da via com o mesmo problema.

O pedestre também se arrisca, pois é obrigado a caminhar pelo asfalto quando a calçada desaparece.

O pedreiro Paulo Alves Borges costuma pedalar pela via diariamente e conhece o perigo. "As autoridades nunca deram atenção para essa situação que coloca muitas vidas em perigo. É uma guerra entre pedestres, bicicletas e carros. E quem não está nos carros sempre sai perdendo", diz Paulo.

Ao transitar no sentido centro/bairro, próximo ao PA (Pronto-Atendimento) Sul, existe uma situação antônima. Uma área em plano elevado ameaça desbarrancar em veículos ou na cabeça de algum pedestre, além do perigo da queda de árvores. Os ventos fortes que atingiram a cidade em setembro derrubaram galhos de árvores no local, prejudicando o trânsito. Os sinais são visíveis até hoje.

Risco de tragédia

"A revitalização da via é urgente porque há trechos sinuosos e com grotas que levam a situações perigosas. O Tufi (Michreff Neto, presidente da Companhia de Desenvolvimento e Urbanização – Conurb) visitou o bairro recentemente e disse que as obras de revitalização começam em poucos dias", afirmou Cláudio Aragão, presidente da Associação de Moradores do João Costa.

Tufi Michreff confirmou a visita. Afirmou que em poucos dias devem começar a reforma da sinalização viária, substituição de tachões da ciclovia e instalação de uma lombada para reduzir a velocidade em uma das curvas, sem especificar qual. Sobre as calçadas, Tufi explicou que o problema continuará até que seja feito um levantamento técnico da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura). "Mas lembramos que os proprietários de imóveis são responsáveis pelas calçadas", afirmou ele. "É claro que a rua em ordem atrai mais investimentos", concluiu.

Culpa da chuva

José da Silva Inácio, secretário da Regional Fátima (unidade administrativa que cuida do João Costa), adiantou que a revitalização da rua João Costa Júnior poderá contemplar, num primeiro momento, o reforço da sinalização viária, como pintura de faixas de segurança. "Isso será feito rapidamente, basta a chuva dar uma trégua", afirmou José da Silva.

Rio Itaum-Mirim ‘engole’ quintais

A Secretaria Regional Fátima executou recentemente a limpeza do rio Itaum-Mirim, que corta boa parte do João Costa. Os trabalhos, que se concentraram na limpeza das margens e retirada da água de materiais como pneus velhos e garrafas pet, além de areia e saibro do leito, causadores de assoreamento, mereceu elogios dos moradores, principalmente porque ajudaram a combater enchentes.

Mas nem todos saíram ganhando com o trabalho. Localizada no final da rua Maria Pires Gomes dos Santos, a casa da doméstica Carla Alves ficou mais visível por causa da limpeza, dando ao local um aspecto de menos isolamento. Porém, a retirada da mata ciliar provocou desbarrancamentos com as últimas chuvas e parte do quintal do imóvel foi engolida pela margem.

Mãe de duas crianças, uma de 2 anos e outra de apenas dois meses, Carla reconhece o perigo, mas permanece no local porque não tem condições de se mudar. "Não solto mais o menino de 2 anos no quintal. Agora, ele só fica dentro de casa", afirmou ela.

No lado oposto está a casa de Patrícia Maiorca da Cunha, que sofre com o mesmo problema, porém de forma conformada. "É melhor do que o rio transbordar e a água invadir tudo", diz Patrícia. O secretário regional José da Silva Inácio informou que vai averiguar a situação e que uma das prioridades de sua gestão tem sido reconstruir pontes de madeira de travessia de pedestres sob o rio.

Trem deixará de cortar bairro

Antigamente, o João Costa era chamado de Itaum-Costa. O nome atual originou-se da rua principal (João Costa Júnior) que corta a região em direção norte-sul, sendo uma homenagem à família Costa, que doou boa parte das terras para a implantação de cemitério, igreja e escolas.

O desenvolvimento do bairro foi rápido, sendo necessário o asfaltamento das vias de acesso, possibilitando aos moradores opções de linhas de ônibus. É contornado à leste pelos trilhos da via férrea, que liga Joinville a São Francisco do Sul e que há algumas décadas desempenhou importância para o desenvolvimento econômico da região.

A novidade é que as obras do contorno ferroviário em Joinville já começaram e vão deixar a ligação a São Francisco do Sul 8,1 quilômetros mais curta. A grande curva que passa por dentro de Joinville vai virar uma quase reta. Ao invés dos 26 quilômetros atuais, serão 17,9. Os trilhos mal cortarão a área urbana joinvilense, inclusive deixando de passar no João Costa. Passarão apenas no bairro Itinga, quase no limite com Araquari.

DESEMPREGO: um fantasma que assusta moradores

Pelo menos duas vezes por semana, a desempregada Claudilene Girardi, 22 anos que tem um bebê para sustentar, sai de casa com sua bicicleta em busca de ocupação. Com a mãe, ela divide uma modesta casa de madeira situada na rua Maria Alves Espinha, e conta que no bairro é difícil encontrar uma família que não tenha pelo menos um de seus membros em busca de emprego e passando dificuldades.

Para se animar, Claudilene geralmente parte pela conquista do emprego com carteira assinada acompanhada de amigas como Elisandra Gomes, de 17 anos, e Rosângela Monteiro, 30, ambas também desempregadas. "Só não estou em situação pior porque faço bicos em fins de semana em eventos de festa", afirma Claudilene.

"Esse bairro tem muita gente desocupada. É só sair pelas ruas e ver jovens em adultos sem fazer nada e sem perspectivas", afirma Rosângela. O João Costa tem mais da metade de sua população com renda per capita que não ultrapassa três salários mínimos, um dos índices mais baixos de Joinville, segundo senso demográfico de 2000. Dessa metade dos moradores, pelo menos 14% tem renda de até um salário.

PEDOFILIA: O perigo está mais perto do que se imagina

Jacson Almeida
jacson@gazetadejoinville.com.br


Enquanto a maioria dos meninos e meninas brinca e recebe bonecas ou carrinhos no Dia das Crianças, outras são exploradas ou vítimas de abusos e violência sexual em seu próprio lar. A internet virou inimiga dos pais e mães quando se trata de pedofilia.

O aumento dos casos de compartilhamento de imagens na internet de crianças nuas, muitas vezes em posição erótica e fazendo sexo com adultos, preocupa. Outro perigo são os "chats", onde se escondem muitos "fantasmas" desse crime.

Não é difícil encontrar alguém online que deseja conversar, de uma maneira maliciosa, com uma criança. Em salas de bate papo não há regras, entra quem quer. Já vídeos e imagens de pequenos, que ao invés de brincarem, estão nus, muitas vezes com os próprios pais, não são difíceis de encontrar principalmente em programas de troca de arquivo, como o conhecido Kazaa. Basta uma palavra para abrir centenas de vídeos e fotos, onde os menores perdem a inocência sem saber.

O assustador é que os números de casos aumentam rapidamente. Segundo a SaferNet, entidade que mantém uma Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, em parceria com o Ministério Público Federal, em 2005 eram registradas, em média, 286 denúncias por mês de crimes em sites de relacionamento. Já neste ano, o número é de 350 denúncias por dia, sendo que 220 estão relacionadas à pedofilia.

Já a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) tem dados alarmantes. Conforme o órgão, mil sites com conteúdo de pedofilia são criados mensalmente no Brasil e 76% dos pedófilos do mundo estão no país. Outra pesquisa, do site nacional Censura, divulgado na ISTOÉ, em 2006, mostrou que o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de pedofilia pela internet.

Conforme a Polícia Federal, há o crime de pedofilia e o de divulgação de imagens de cunho pornográfico infantil. Atualmente, posse de vídeos ou imagens de exploração sexual com crianças leva à prisão em flagrante.

A denúncia desse crime pode ser feita por telefone, discando o número 100.

Na internet

Há pouco tempo não havia uma maneira dos órgãos de combate à pedofilia acharem os fantasmas que andavam soltos pela internet. O mundo virtual que trazia ensino, aprendizado, entre outras coisas, passou a ser um caminho livre para criminosos conseguirem suas vítimas, colocando em prática suas táticas. A empresa americana Google, por exemplo, proprietária do site de relacionamento Orkut, achava que a internet era um território livre e não passava a identidade de alguns suspeitos.

Depois de ser criada a CPI da Pedofilia no Brasil, houve uma pressão para que a empresa quebrasse o sigilo dos internautas responsáveis por veicularem sites e comunidades de pedofilia. Agora, segundo a Polícia Federal, o Google compartilha a identidade, ou seja, o IP dos suspeitos.

Já nos programas de compartilhamento é mais fácil achar conteúdo de abuso contra criança. São vídeos variados, onde bebês de dois anos são molestados. Até mães aparecem tendo relações sexuais com os próprios filhos. Como em alguns países não é crime, o pedófilo brasileiro pode baixar o conteúdo de um computador de outro país. No entanto, a PF já tem softwares que chegam aos servidores que hospedam esse tipo de arquivo. Conforme a Polícia Federal, em Joinville já teve apreensões de computadores suspeitos.

A cidade catarinense com mais casos de pedofilia é Jaraguá do Sul. Quando há operações nacionais da PF sempre há alvos (pedófilos) na cidade.

Atualmente, possuir vídeo ou imagem de conteúdo pedófilo no computador é crime, não importa se apenas baixou-as. A pessoa pode ser presa em flagrante com pena de 1 a 4 anos de reclusão em regime fechado. Já se disponibilizar esse tipo de conteúdo a pena pode ser de 3 a 6 anos de reclusão em regime fechado.

Quanto mais se difunde a internet mais aumenta os casos de trocas de imagens ligadas a pedofilia.

O perigo pode estar ao lado

"Tem que observar quem está perto de nossos filhos". Assim alerta o psicólogo do Centro de Direitos Humanos de Joinville (CDH), Nasser Haidar Barbosa. Para ele, as pessoas que cometem esse crime quase sempre estão muito perto da família da criança, como padrasto, pai e tio. Mesmo assim, não há um perfil exato de um pedófilo.

Já na internet existem dados que mostram que muitos são garotos mais novos entre 17 a 24 anos, adolescentes e homens que se excitam com imagens de crianças nuas acabam incentivando a pedofilia. Embora seja grande parte masculino, também existem mulheres que praticam o crime.

Antigamente muitos casos que vieram à tona foram de pessoas casadas, de classe baixa, pais separados e família desestruturada. No entanto, hoje a pedofilia está em todo o lugar e em toda classe social.

Nasser conta que a pedofilia é um crime muito comum. Ele atende mulheres adultas que foram abusadas quando eram crianças e hoje tem algum tipo de transtorno.

O psicólogo destaca que muitas vezes a criança não tem noção do perigo e sente-se culpada quando é vítima de abuso. "Nem todo mundo que sofre o abuso será um abusador, mas aqueles que abusam, quase todos foram abusados", completa.

Nasser, que já trabalhou no Presídio Regional de Joinville, conta que presos por esse crime eram pais de família, padrasto e adulto que mora com a mãe.

Ele pede para que os pais tenham cuidado com seus filhos na internet. Para o psicólogo, muitos não controlam o acesso da criança e não estão presentes realmente no dia a dia delas.
A pior situação hoje é que muitas famílias "encobrem" o crime dentro de casa, ou seja, não denunciam quando, por exemplo, um pai ou um padrasto pratica o crime.

Você sabe com quem seu filho conversa no chat?

A tecnologia traz seus males. Hoje as pessoas têm acesso fácil à internet e isso, se não for moderado, faz com que crianças de até sete anos entrem em salas de bate papo ou em programas como o MSN. O perigo nesses lugares é constante e a equipe de reportagem da Gazeta de Joinville entrou com o nome "jaqueline11", dizendo ser uma menina de onze anos.

Logo no início, várias pessoas vieram conversar, com a idade entre 22 a 45 anos. Pensando ser uma criança de 11 anos, adultos não tiveram censura e faziam todo o tipo de pergunta obscena. Outros questionaram se os pais não estavam em casa. Muitas crianças chegam a passar o endereço de casa e de onde estuda para pedófilos. Depois de algumas horas, duas pessoas pediram o MSN de "jaqueline11" e a conversa continuou no programa.

Com o nome de "Fábio", dizendo ser médico, a pessoa do outro lado disse "vc teria coragem de tirar uma foto nua ou só de calcinha?". "Jaqueline11" respondeu que sentia muita vergonha. Logo após foi questionado se ele gostava de meninas magras, pequenas e novinhas. Novamente uma resposta assustadora: "adoro meninas novinhas, sem muito corpo. Sempre gostei, eu até namorei uma menina assim, de 11 anos". Depois, "Fábio" começou a perguntar sobre as partes íntimas de "jaqueline11". Foi dito para o internauta que era uma investigação jornalística e o mesmo fechou a conversa.

A outra pessoa que conversou com "jaqueline11" mostrou ser "educado" e "prestativo", dizendo ser amigo. Com o nome de Everaldo, 40 anos, diz que mora em Joinville e é formado em administração. Faz perguntas sobre tudo e afirma que vai ensinar muitas coisas. Até um encontro foi marcado para ir ao cinema.

Depois de muito tempo de bate papo a pessoa do outro lado diz que pode se apaixonar pela "jaquelinee11": "sabe, pra ficar apaixonado é preciso ter química, quem sabe podemos ter uma química que nos atrai. Mas agora eu gosto de ti, te acho muito bonita e inteligente. Quero muito ser teu amigo". Logo depois o "amigo" começa a mudar e escreve: "sabe Jaqui (nome fictício) eu gosto muito de beijar... eu tenho bastante experiência, eu gosto de beijar a mulher por completa desde o cabelo até os pés... é uma sensação bem gostosa".

Ao ser questionado porque beijaria "jaqui", de 11 anos, ele enfatiza: "porque queria te ensinar, mostrar pra você como é gostoso". Everaldo continuou sempre enfatizando que era educado e queria ser amigo, pois ensinaria tudo.

Onde denunciar

Com o avanço desse tipo de crime é mais fácil achar órgãos para denunciar. No site da ONG SaferNet, qualquer cidadão pode fazer a denúncia, que é encaminhada para o Ministério Público e juiz. Se houver mandado de apreensão, a Polícia Federal vai na casa do acusado verificar seu computador. Se não constar nada no momento, a máquina é apreendida para um perito analisar vestígios de imagens de pedofilia. Outros órgãos que combatem esse tipo de crime são a Interpol, a Unicef, a Unesco, o site Censura, a Polícia Federal, o Conselho Tutelar e o Ministério Público Federal.

Alguns sites indicados para crianças

www.ziraldo.com.br
www.canalkids.com.br
www.divertudo.com.br

Sites sobre pedofilia

www.abranet.com.br
www.cecria.org.br
www.censura.com.br
www.denuncie.org.br
www.safernet.org.br

Dicas para os pais

Sempre verificar histórico de navegação
Supervisionar, acompanhar e conversar sobre a internet
Limitar o tempo de uma criança na internet
Peça para seu filho ler o que escreve e o que coloca no blog e em salas de bate papo, orkut e MSN.
Obter programas que filtram e bloqueiam determinados sites.
Ensinar para a criança que não se deve passar dados pessoais.
Verificar amigos virtuais

Onde denunciar

Denunciar por telefone: Disque 100 - Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Discagem gratuita em todo o território nacional.

Polícia: Em caso de flagrante, a polícia deve ser acionada imediatamente.

Conselhos Tutelares

Varas da Infância e Juventude

Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente.

Delegacias da Mulher.

Pela Internet
www.censura.com.br

Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (www.cedeca.org.br)

Departamento da Polícia Federal (aceita denúncia clicando em "fale conosco" ou pelo e-mail dcs.dpf.gov.br)

Rede Nacional de Direitos Humanos (www.rndh.gov.br)

Kids denúncia (www.portalkids.org.br)

Justiça determina exoneração de servidores por nepotismo

Gisele Krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br

A prefeitura de Joinville terá que fazer as primeiras exonerações por nepotismo desta gestão. Na última sexta-feira (09), foi expedida uma liminar para exonerar cinco pessoas que ocupavam cargos administrativos e têm parentes em funções comissionadas. Agora, Carlito Merss (PT), atual prefeito, irá recorrer na Justiça para que os funcionários continuem nas respectivas cadeiras.

O prefeito terá que escolher se demite o secretário de Educação, Marcos Fernandes (PT), ou a esposa, Ivana Maria Pereira Fernandes, gerente na Secretaria de Assistência Social. Também estão na lista: a secretária de Gestão de Pessoas, Márcia Alacon, casada com Pedro Alacon, diretor da Companhia Águas de Joinville, além do presidente do Ippuj, Luiz Alberto de Souza, marido de Simone Anderle, coordenadora na Fundamas.

PT defendia demissões

Uma das maiores críticas dos petistas ao ex-prefeito Marco Antônio Tebaldi (PSDB) era a contratação de parentes. No entanto, Carlito Merss afirma que nunca foi contra os casos de nepotismo na gestão tucana.

Já Marcos Aurélio Fernandes, em 2005, disse que "é um abuso o emprego de parentesco", ao se referir à moção feita pelo vereador Adilson Mariano contra o nepotismo na Câmara. Para Marquinhos, naquela época, não bastava dizer que era imoral e sim existir uma lei para provar a ilegalidade da contratação de familiares.

Em 1 de março de 2007, Marquinhos apresentou um requerimento e pedia ao presidente da Câmara, Darci de Matos, para demitir todos os parentes de vereadores, que ocupavam cargos comissionados.

O começo do processo

Essa ação que proíbe o nepotismo no Poder Executivo de Joinville foi movida, em 2007, contra o prefeito Marco Antônio Tebaldi (PSDB). Naquele ano, foram denunciadas oito contratações de parentes. Ficou determinado que tais servidores deveriam ser exonerados e que não seriam mais admitidos parentes de servidores com cargos comissionados.

No começo deste ano foi feita uma denúncia contra a prefeitura referente ao caso de nepotismo do Secretário da Educação e sua esposa. Carlito Merss, para resolver esse problema, fez o pedido de extinção da ação de 2007, que proibia contração de parentes. Mas não obteve resposta do judiciário.

Prefeitura recorre da sentença

Conforme o procurador geral do Município, Naim Andrade Tannus, a prefeitura vai recorrer assim que receber a intimação. "Entende-se que em três casos apontados na sentença tratam-se de servidores de carreira e por isso não é nepotismo", diz.

Para Naim, ninguém pode ser taxado de criminoso só por ser parente de alguém. Conforme ele, o prefeito pensa que não existe nepotismo em nenhum destes casos.

EDITORIAL: Decisão acertada

Nesta quarta feira (14) a redação da Gazeta recebeu a confirmação da Justiça Eleitoral sobre a decisão do juiz Davidson Jahn Mello a respeito da posse de mais seis vereadores na Câmara de Joinville.

O magistrado havia recebido uma batata quente para decidir e optou em atuar em linha com o pensamento do judiciário nacional. Assim, decidiu que o aumento de 19 para 25 vereadores, só passa a valer a partir de 2012.

Na verdade, os próprios suplentes sabiam que suas chances eram remotas depois das declarações, contrárias a posse imediata, dos ministros Carlos Ayres Britto, presidente do TSE, e Carmen Lúcia, relatora do processo no STF.

No entanto, inflados pelo governo petista de Joinville, que vislumbrava obter maioria na Câmara de Vereadores, os suplentes apelaram ao judiciário local em busca de mandato.

Com a decisão de manter 19 vereadores até 2012, o juiz Davidson atende duas questões importantes: adota a mesma posição já definida pelos ministros dos tribunais superiores e vai de encontro aos anseios da população que desaprova esta artimanha.

A Gazeta já tinha se manifestado contrária a decisão do Congresso que, arbitrariamente, criou algo como 7.300 a 7.700 novos vereadores em uma porção de Câmaras Municipais. Em Joinville seis novos vereadores irão representar 78 novos assessores, já que, aqui, cada vereador nomeia treze assessores parlamentares, que na prática nada mais são que cabos eleitorais.

A sentença do juiz não impede que se aumente, a partir de 2012, o número de vereadores, mas consegue barrar a manobra de antecipar esta lei que só beneficiará os próprios parlamentares.

PRESÍDIO: Terror para detentos e funcionários

Gisele Krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br
 
A rebelião da manhã do dia 4 de outubro no Presídio Regional de Joinville serviu para mostrar mais uma vez a realidade do sistema prisional de Santa Catarina. A maior cidade do estado encarcerava 750 pessoas num lugar que mal podia abrigar 350.

A ala nova, chamada de contêineres, mantinha as pessoas consideradas de alta periculosidade. O prédio foi inaugurado no mês de abril e teve as paredes construídas com isopor e revestidas de microfibras de vidro.

"Como dez agentes penitenciários vão dar conta de mais de setecentos presos?" questiona um dos funcionários. Assim é a situação dos agentes prisionais que trabalham no presídio e dos três policiais militares que fazem a ronda em oito guaritas, por turno.

SEM TREINAMENTO

Para trabalhar sem armas, sem coletes a prova de bala e sem treinamento, cada agente ganha o salário-base de R$ 781. Também não recebem adicional de insalubridade e nem adicional de periculosidade.

Na porta do presídio não tem detector de metais. É feita somente uma revista nos visitantes, mas não é suficiente para barrar a entrada de armas, serras de cortar ferro e drogas.
"Pode trazer uma metralhadora se quiser. É fácil" diz outro agente. Para eles, o aumento do presídio, com a construção de outra ala, só irá piorar a situação e causar mais transtornos. "Vai ficar um inferno", ironiza.

Com a expansão, o Presídio Regional pode ter mais de mil detentos usando o mesmo espaço, como cozinha e pátio.

Um domingo de pânico

A fuga aconteceu na troca de plantão de domingo (04), às 8 horas. Quando os agentes prisionais chegaram, os detentos já tinham tirado as grades.

Para fazer a rebelião, os presos queimaram colchões. O hidrante não funciona e os extintores estão vencidos. Toda a ala dos contêineres ficou carbonizada.

Dois agentes foram rendidos no motim, mas eles não puderam pegar licença e ainda foram obrigados a ficar no tempo de folga prestando depoimento.

Os presos pularam o muro e a Polícia Militar atirou. Dos que fugiram, quatro foram recapturados e estão em isolamento, dois foram mortos e cinco permanecem foragidos.

Conforme o diretor do presídio, Jonas Cavanhol, não havia motivo aparentes para a rebelião.
Naquele dia, os contêineres tinham 165 detentos, num local feito para 176. Ou seja, não faltava espaço.

Já foi solicitada reforma para o local. Enquanto isso, os detentos foram colocados no pátio usado para "banho do sol".

Jonas explica que o maior problema é o muro, que foi construído há 20 anos, e não oferece nenhuma segurança. "Está muito próximo das celas e isto facilita a fuga", diz.

Negligência leva detentos à morte

Gilmar do Santos, 26 anos, morreu de pneumonia no Presídio Regional de Joinville, no mês de junho. Ele estava doente há dias e pedia ajuda para ser levado ao hospital, mas não era atendido.
O detento foi levado com dor de cabeça e tosse. Gilmar teve insuficiência respiratória antes de sair do presídio e morreu no hospital.

Conforme a advogada do Centro de Direitos Humanos de Joinville, Cynthia Pinto da Luz, a morte só aconteceu por negligência do Governo de Santa Catarina, que é responsável por oferecer atendimento médico a todos que estão sob custódia.

"O falecimento no presídio por falta de médico é recorrente", diz a advogada.

Quando é preciso atendimento, os detentos são levados para pronto-atendimentos e hospitais. São necessários policiais e viaturas, além disto, a população também corre perigo.

Segundo o diretor Jonas Cavanhol, foi feita a solicitação para a contratação de profissionais da saúde, mas até agora não houve resposta do Governo Estadual.

Visita da Comissão de Justiça da AL

Para resolver o problema, foi realizada uma visita dos deputados estaduais que fazem parte da Comissão de Segurança. Essa medida já tinha sido solicitada pelo Deputado Soares, mas foi barrada pelo presidente da mesa, Darci de Matos (DEM).

Com a fuga de onze presos, com a morte de dois deles e o falecimento de um policial, fez com que o democrata enfim consentisse a visita.

"Constatamos que falta uma muralha, faltam profissionais e uma nova ala", diz Kennedy Nunes (PP). Ele destaca que o Presídio Regional de Joinville é só um monte de remendos. Conforme o pepista, a situação não é única e se repete em todo o estado.

Kennedy explica ainda que a situação do Parque Guarani é o reflexo da sociedade, onde se tem de um lado o "favelão", para representar o Presídio Regional, e o primo rico, a Penitenciária Industrial. Ambos são mantidos pelo Governo do Estado.

"Qual a diferença? De quem é a culpa? O estado não quer investir", diz o parlamentar.
A Comissão de Justiça da Assembléia Legislativa vai pedir a construção de um muro de 4 metros no subsolo e 6 metros acima do solo. Mas os agentes alertam que não é só esse o problema. Os presos também cavam túneis porque os pisos das celas têm somente 30 cm de concreto.
A maioria dos detentos são pedreiros, auxiliares de obras ou pessoas que já tiveram contato com a construção civil e atualmente foram detidos por tráfico de drogas. "Eles não fogem porque não querem", diz um agente.

Depois de escolas, agora prefeito abastece CEIs com jornais diários

Da redação
redacao@gazetadejoinville.com.br

Os Centros de Educação Infantil (CEIs), mantidos pela Secretaria Municipal de Educação, recebem atualmente exemplares de diversos jornais da cidade. O argumento da prefeitura é de que os professores precisam se atualizar e que o material também é usado para crianças fazerem recortes. Mas pais, alunos e profissionais da área de educação alertam para o perigo de crianças terem acesso a conteúdos relacionados à violência, principalmente os alunos de séries iniciais.

No mês de agosto, a prefeitura tirou dos cofres públicos mais de R$ 39 mil para fazer 155 assinaturas do jornal Notícias do Dia para diversas escolas do município. Assim, alunos da 1ª a 9ª série, ou seja, crianças de 6 anos até adolescentes de 14 anos terão acesso a essas informações.
A única assinatura que se enquadra no padrão didático pedagógico é o Jornal da Educação, onde foi gasto somente R$ 7.068 para fazer as 155 assinaturas. Assim, a Secretaria de Educação, que já havia desembolsado outros R$ 83 mil com o A Notícia, Jornal dos Bairros e Ponto a Ponto, agora tira dos cofres públicos outros R$ 39 mil para comprar o jornal Notícias do Dia.

Ao todo, são R$ 122 mil investidos em periódicos que perdem a utilidade no dia seguinte e são descartados.

Leitura para "momentos de folga"

A diretora do CEI Doce Infância, Sônia Nemer, do bairro Nova Brasília, conta que recebe diariamente os jornais Notícias do Dia e A Notícia. "Esse material serve para os professores se atualizarem nos momentos de folga", diz. Porém, ela destaca que há a necessidade de renovar brinquedos, jogos e livros de literatura, muito usados pelas crianças. Já os jornais, explica a diretora, são enviados para a coleta seletiva.

Enquanto isso, materiais que são necessários para as escolas são deixados de comprar, como alerta a diretora da Escola Municipal Pastor Hans Muller, no bairro Glória, Regina Cátia Dominoni. Segundo ela, seria importante para a unidade receber exemplares da Revista do Professor e Super Interessante. "A Super Interessante chamaria mais a atenção das crianças e dos adolescentes", diz.

Revistas que poderiam ser compradas

Se for enumerar as revistas da Editora Abril que seriam relacionadas à educação teria: Aventuras na História, que custa R$ 131 a assinatura anual, National Geografic por R$ 179, Nova Escola por R$ 34, Recreio por R$ 517,40 e Super Interessante por R$ 138,70.

Já da Editora Segmento, poderiam ser adquiridas as Revistas Escola Pública, que custa R$ 43, e a Revista Língua Portuguesa por R$ 98.

Custo semelhante

Para fazer as sete assinaturas de revistas mensais relacionadas à educação e ao interesse dos estudantes e professores, o Governo Municipal gastaria R$ 1.141 por escola. Bem diferente dos quatro jornais que foram adquiridos pela Secretaria de Educação, que no dia seguinte não têm mais utilidade e são jogados no lixo.

Além é claro, de que os R$ 122 mil gastos em jornais poderiam ser utilizados para comprar livros de literatura, didáticos, gramáticas e dicionários para rechear as prateleiras das bibliotecas das escolas.

Qualidade da educação cai, segundo Ideb

Enquanto a Secretaria de Educação investe o orçamento em jornais, os índices de qualidade da educação básica caem e Joinville fica atrás de cidades pequenas. Conforme dados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), em Santa Catarina, a cidade que ganhou maior nota foi Iporã do Oeste.

Joinville obteve a média de 5,5 pontos para os anos iniciais e 4,8 para os anos finais. Já Iporã do Oeste, no extremo oeste do estado, teve a média de 6,5 para os anos iniciais e 5,4 para as series finais.

Mesmo Joinville sendo a maior cidade do estado e pólo industrial, ou seja, com maior arrecadação e possibilidade de investimentos em educação, obteve menores notas do que uma cidade que vive da agropecuária e agricultura familiar.

Conforme o secretário de Educação de Iporã, Nereu José Barth, a cidade investe em educação por mês aproximadamente R$ 200 mil. Destes, R$ 120 mil são para a folha de pagamento dos funcionários e R$ 55 mil para transporte dos estudantes. Nereu destaca que quase todos os alunos da rede municipal são carentes.

Lacerdópolis ficou em segundo lugar no quesito séries iniciais, pois obteve nota 6,3, igual a cidade de Vargeão. O município de Meleiro tirou nota 6,2 para séries iniciais e 4,6 nas séries finais. Joinville também perde no ranking para as cidades de Itá, Ipira e Ipuaçu.

Iporã do Oeste tem 1º lugar nas séries iniciais

"Quando soubemos do resultado, em 2007, tratamos a notícia com naturalidade e com preocupação", comentou o secretário de Educação. Para ele, o planejamento foi o responsável pelas boas notas.

Além do mais, Nereu destacou que desde 2002 a cidade tem um plano de carreira para os professores e que este ano irão aderir a mais melhorias. "Todos os profissionais da educação básica são formados e com especialização", destaca.

Conforme ele, o salário inicial de um professor em Iporã do Oeste é de R$ 1,5 mil. Depois de algum tempo passa para R$ 2 mil e tem aumento de 50% a cada nível de especialização.

SEU BAIRRO/ SANTO ANTÔNIO: Melhor idade quer ser lembrada

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

Com 36% de seus 5,5 mil habitantes – 1.980 pessoas – com idade acima de 50 anos, o bairro Santo Antônio prefere, através da parcela mais organizada entre seus moradores, concentrar esforços para tentar melhorar a qualidade de vida da terceira idade e até assegurar maior comodidade e conforto quando o assunto é a morte. Como somente 5,6 quilômetros do total de 25,4 quilômetros de extensão das 70 ruas e uma avenida do bairro ainda permanecem sem pavimentação, índice que o coloca em vantagem sobre outras regiões de Joinville, além do Santo Antônio se manter razoavelmente seguro e sem maiores problemas na área de saúde, o jeito foi eleger outras prioridades.

Basicamente residencial, bem localizado e servido pelo Terminal Norte (estação de integração do transporte coletivo), o Santo Antônio anda reivindicando das autoridades municipais a instalação de uma academia da melhor idade; a construção da sede de um centro comunitário, onde mães possam se reunir para o chá da tarde e oferecer cursos de corte e costura e os aposentados se divirtam com suas partidas de bocha; e até um prédio para velar seus mortos antes que sejam sepultados, a exemplo do que acontece no Iririú, que tem sua própria capela mortuária.

"Temos uma área que a Prefeitura nos cedeu e onde poderíamos construir uma sede comunitária e também um local para os velórios, desde que os espaços fossem devidamente separados. Hoje, vários moradores do bairro que falecem são velados na capela do cemitério Dona Francisca, mas o lugar está muito acanhado, é pequeno", afirma a dona de casa Edela Mahs, moradora do Santo Antônio há 60 anos e presidenta do Clube de Mães, que funciona com espaço emprestado do Clube 25 de Agosto, uma das agremiações mais tradicionais da cidade.

IDEIA APROVADA

O terreno citado por Edela fica no final da rua Dr. Jerkes de Sellos Rocha. Ao saber da sugestão de que o local poderia ser usado para velórios, a também dona de casa Iracema Tromm, com 22 anos de Santo Antônio e atualmente morando na rua Alexandre Humbolt, gostou da ideia. "O velório na capela do cemitério é pequeno, desconfortável. Precisamos mais atenção e respeito para nossos mortos e suas famílias", disse ela.

Só promessa de campanha

Presidente do Grupo Momentos da Vida, que reúne 50 moradores com mais de 60 anos, o aposentado Baldos Mahs diz que vários políticos já ganharam votos no bairro prometendo que se empenhariam pela construção da capela. "O velório no Dona Francisca é pequeno e quando chove, o pessoal se molha porque não tem espaço suficiente", diz ele. "Se ampliarem as instalações no cemitério já está bom. O problema é que a promessa vem de anos".

Pedro Campos, secretário regional do Costa e Silva, unidade administrativa que cuida do Santo Antônio, afirma conhecer a reivindicação da capela e adianta que o problema poderá ser resolvido do jeito sugerido por Baldos. "Existe um projeto em andamento no Ippuj (Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville) para que a capela do cemitério seja ampliada, pois o espaço é realmente pequeno. Só não arrisco com prazos para a obra", afirma o secretário.

Para Campos, a construção de uma capela mortuária no próprio bairro implicaria em problemas de trânsito e sanitários. "Imagine um féretro com uma fila de dezenas de carros, isso prejudicaria o trânsito no próprio Santo Antônio", afirmou o secretário.

Já o vereador Manoel Bento, que nas últimas eleições teve parte dos votos oriundos do Santo Antônio, reconhece a demanda pela capela. "Conheço essa reivindicação, mas não temos recursos suficientes, pois assumimos o governo há apenas oito meses", diz ele, que pertence à base aliada ao prefeito Carlito Merss.

‘Faltam saneamento e posto de saúde’

O vereador Manoel Bento não reside no Santo Antônio, mas afirma que tem intimidade com o bairro por ter amigos e pessoas com quem já trabalhou morando na região. "Sempre freqüentei o Santo Antônio e conheço as vantagens e desvantagens de morar no lugar", diz Bento. Sobre a reivindicação de uma capela mortuária para o bairro, ele explica que o assunto é complexo porque implica com questões ambientais. Segundo o vereador, a Fundema (Fundação Municipal do Meio Ambiente) possui um projeto de ampliação da capela do cemitério Dona Francisca.

A seguir, um pequeno depoimento de Bento:

"O bairro Santo Antonio é considerado por muitas pessoas como uma área nobre. Trata-se de um lugar bom para se viver, onde moram muitos operários das indústrias. Em relação à estrutura oferecida aos moradores, ainda faltam serviços básicos como um posto de saúde e saneamento. Hoje, apenas 16% da população de Joinville tem acesso à coleta de esgoto. Mas com a vinda dos R$ 68 milhões liberados pelo Ministério das Cidades, a cobertura de coleta e tratamento de esgoto sanitário será ampliada para 50% nos próximos três anos. Dentro do PAC saneamento esta ação visa também despoluir o Rio Cachoeira, desde o bairro Costa e Silva no trecho onde fica a nascente do rio, até o centro da cidade, cortando o Santo Antônio".

Praça Linear, a trilha ecológica para caminhadas

Inaugurada em março de 2004, a Praça Linear localizada entre o rio Cachoeira e a Avenida Vice-prefeito Luiz Carlos Garcia, é o principal ponto de referência dos moradores do Santo Antônio, quando o assunto é buscar qualidade de vida através de caminhadas ou pedalar uma bicicleta.
Na verdade, apenas um pequeno trecho da avenida pertence ao Santo Antônio, sendo a maior parte da extensão da via pertencente ao bairro Costa e Silva. Mas a população dos dois bairros convive em harmonia na hora de utilizar o espaço para atividades físicas. "Pela segurança que oferece, este lugar é apropriado para as crianças andarem de bicicleta", afirma a dona de casa Ercília Gragefe, moradora do Costa e Silva.

"O único problema, que não chega a ser um grande obstáculo, é a distância de onde eu moro. Mas aproveito o trajeto para o aquecimento antes da caminhada pela praça. Nosso bairro já merecia uma pista, mas fazer o quê" declara a também dona de casa Iracema Tromm, do Santo Antônio.
O secretário regional Pedro Campos afirmou que está prevista para 2010 a implantação de uma academia da melhor idade em uma área pública anexa à praça. A novidade deverá ser contemplada pelo orçamento participativo. "O Santo Antônio não possui associações de moradores, o que dificulta o acesso a melhorias pelo OP", afirma o secretário.

Região é ligada à Colônia Dona Francisca

Moradores são unânimes em afirmar que o bairro recebeu essa denominação em função da Igreja Santo Antônio, construída na década de 60, embora de acordo com a planta da cidade, o templo não esteja localizado no bairro. Esta região já recebeu outras denominações, ligadas diretamente ao desenvolvimento da Colônia Dona Francisca.

Sua principal artéria, também em homenagem à Princesa, se denominava Dona Francisca e era conhecida ainda por "Serrastrasse" ou Estrada da Serra, por ligar a então colônia a outras localidades. O cultivo e a produção em pequena escala obrigava a população a comprar produtos de estabelecimentos comerciais no centro e no próprio bairro.

Entre as décadas de 30 a 50 ocorreu uma mudança significativa na infra-estrutura e nos serviços oferecidos ao bairro, como transporte coletivo, energia elétrica e água encanada. A água encanada veio fazer parte do cotidiano da população a partir da década de 40. Até então, era usada a água da nascente do Rio Cachoeira, para lavar roupa. Antes do chuveiro elétrico, os banhos eram tomados em banheiras de madeira.

A pavimentação da Estrada Dona Francisca foi um dos acontecimentos mais marcantes da região, merecendo uma festa em comemoração.

Uma curiosidade a ser citada é a presença da Orquestra da Fiação joinvilense nos bailes que eram realizados no Salão Catarinense. Essa mesma orquestra acompanhava o prefeito Dr. João Colin em seus comícios.

O bairro ocupa uma posição geográfica privilegiada em Joinville, próximo à Zona Industrial. Cresceu rapidamente tornando se uma região predominantemente residencial. O Grêmio Esportivo 25 de Agosto antes era conhecido por Arsenal Futebol Clube, e por desavenças entre seus participantes, foi desativado, sendo substituído a partir de 25/08/1961 pelo Grêmio Esportivo 25 de Agosto, local muito freqüentado por moradores de toda cidade.

Carlito admite “acerto” com donos de mídia

O prefeito Carlito Merss (PT), confessou durante entrevista em um programa de televisão, na quinta-feira (01), que tem como filosofia de trabalho chamar proprietários de empresas de comunicação para entrar em acordo sobre o tom das notícias que falam sobre sua gestão. O modus operandi de Carlito para que a mídia elogie a administração é semelhante ao adotado pelo seu antecessor, Marco Tebaldi (PSDB), com a diferença de que o segundo tratava com jornalistas empregados das empresas, enquanto o petista prefere fazer os acertos com seus superiores.
"Essa emissora aqui (de TV) , porque não fazia elogios ao prefeito não tinha mídia. Nós estamos fazendo... nós chamamos o dono da televisão, do rádio e do jornal e fazemos a mídia com o dono", admitiu Carlito a apresentadora do programa.

Carlito, que costumava criticar esta prática no governo Tebaldi, agora estaria utilizando a mesma fórmula para manipular a imprensa. Ou seja, continua a farra com o dinheiro publico irrigando as emissoras de radio e TV em troca de reportagens favoráveis ao mandatário do município.

Pagando pelo grátis A generosidade da prefeitura não fica restrita apenas a direção das rádios e TVs, os jornais também foram agraciados com recursos públicos na ordem de R$ 120 mil utilizado para fazer assinatura dos periódicos para as escolas municipais e Secretarias Regionais.

Fica evidente o caráter de negociata da prefeitura quando vem à tona através do Jornal do Município a informação de que mesmo aqueles jornais com distribuição gratuita são pagos como assinatura anual.

MENSALINHO: Devido ao escândalo, vereadores pedem saída de Toninho Neves

Da redação
redacao@gazetadejoinville.com.br

Vereadores de Joinville esperam que o presidente da Câmara, Sandro Silva (PPS), exonere o radialista e diretor de comunicação da Casa, Antonio Viana Neves, mais conhecido como Toninho Neves. Na semana passada veio à tona um escândalo envolvendo o radialista, que segundo a denúncia do Ministério Público, recebia "mensalinho" da Prefeitura de Joinville. Além de radialista, Toninho ocupa o cargo de Diretor de Comunicação na Câmara, com o aval de Sandro Silva.

Segundo denúncia do promotor Assis Marciel Kretzer, da 13ª Promotoria de Justiça, a prefeitura proporcionou o enriquecimento ilícito de Toninho Neves e Juliane Maia, enteada do radialista, em troca de "bajulação" em seu programa de rádio.

No começo desse ano Sandro exonerou o jornalista Luiz Fernando Battisti, assessor de imprensa do vereador Manoel Francisco Bento (PT), por causa de um erro. O assessor passou uma informação equivocada para um repórter do jornal Notícias do Dia.

Na época Sandro afirmou que "qualquer assessor, seja de A ou B, situação ou oposição, a postura seria a mesma: manchou, maculou a imagem da câmara, tá fora". Agora cabe ao presidente exonerar ou não Toninho Neves.

O vereador Bento lamenta que a escolha de exonerar Luiz Fernando tenha partido do presidente sem consultar ninguém. Para ele, a decisão foi absurdamente arbitrária e exagerada. O petista defende que seu assessor de imprensa não passou a informação errada para prejudicar. Bento vai pedir uma reunião para a Câmara tomar uma decisão com relação a Toninho.

IMORALIDADE

O vereador Patrício Destro (DEM), da mesa diretora, explica que a pessoa que trabalha no setor público não pode receber repasse do governo por outro trabalho fora, pois é imoral. Aí já estaria o primeiro erro apontado pelo parlamentar. Para ele, a decisão de exonerar o radialista será do presidente, mas destaca que Sandro não pode usar "dois pesos e duas medidas", ou seja, se exonerou o assessor do Bento teria que tomar posição igual agora. O democrata conversou com Sandro para o presidente tomar uma posição.

Sandro Silva não deixa claro sua posição. Ele explica que é apenas uma denúncia e verá se o juiz vai acatar. Já o companheiro de bancada, Patrício Destro, conta que conversou bastante com o promotor Assis e diz que ele sempre tem prova do que fala. "Assis é um homem que não fala sem ter certeza", enfatiza.

Sandro adianta que vai conversar com a mesa diretora e não tem problema nenhum em exonerar Toninho. Verá a gravidade do caso e verificará no jurídico da Câmara.

Denúncia repercute entre profissionais da comunicação

O coordenador do curso de jornalismo da Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc, Silvio Melatti, lamenta um episódio assim num momento em que o jornalismo está tão questionado. Acha preocupante o caso, mas garante que é melhor que fatos assim venham à tona. "Esperamos que não fique só nisso", completa.

O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murilo, deixa claro que todos são inocentes até que se prove o contrário. Mas reconhece que é uma denúncia grave. Conforme ele, atualmente qualquer um pode ser jornalista e é por isso que ocorrem fatos assim.

A vereadora Tânia Eberhardt (PMDB) espera que o presidente da casa use o bom senso e repita a atitude tomada no início do ano e também exonere o diretor de comunicação. Conforme a peemedebista, um dia esses fatos têm que acabar.

O ex-diretor de comunicação da Prefeitura de Joinville Benhur de Lima foi procurado pela reportagem, mas não quis falar sobre o assunto. Apenas destacou que o que sabe está na denúncia do promotor.

Para professora, Toninho comete erro ético grave

A professora das disciplinas teóricas e práticas de rádio da faculdade de jornalismo do Bom Jesus/Ielusc, mestre em História, Izani Mustafá, diz que o radialista comete um erro ético: "Se ocupa um cargo no Legislativo, não deve comandar um programa numa rádio da cidade". Para ela, ele não tem isenção para trabalhar emissora como um profissional de comunicação, como um radialista.

Segundo ela, se ele ocupa um cargo na área de comunicação e a denúncia é voltada a esta área, cabe ao diretor da Câmara dos Vereadores avaliar até que ponto vale a pena mantê-lo no cargo, já que existe uma denúncia contra um funcionário da casa.

Boca alugada

Para o radialista Sared Buéri, é muito clara a posição de alguns radialistas com determinados grupos políticos que têm abertura nesses programas.

No caso de Toninho Neves não há uma sentença, mas há uma investigação. Sared acha arriscado manter o radialista até que tudo esteja apurado. "Fatos como esse deixa frágil a credibilidade da nossa profissão", alerta. Ele explica que um radialista pode ter um lado, mas não obter vantagem com isso.

Estudantes de jornalismo cobram pessoas formadas em cargos públicos

A estudante de jornalismo Emanuelle Carvalho acompanha o escândalo envolvendo Toninho Neves. Para ela, as denúncias são graves e partem de uma promotoria séria e atuante. "Muito se ouve falar sobre patrocínios a radialistas em Joinville sob pena de acusações em programas da cidade", completa.

Como outras pessoas, afirma que é evidente que qualquer escândalo envolvendo a Câmara de Vereadores é prejudicial a sua imagem, que existe para ser representante do povo.

"O afastamento do Toninho independente do veredicto só trará benefícios. A democracia se exerce com alternância de poder, além disso, é preciso que pessoas capacitadas e formadas na área assumam cargos de tanta responsabilidade", alega.

Para ela, como diretor de comunicação da Câmara é inadmissível que ele tome atitudes que beneficiem financeira ou politicamente a si próprio ou seus familiares.

Punição

O estudante Jacson Alves de Lima diz que se o fato for verídico, tem que haver uma punição. Para ele, o dinheiro público é para todo cidadão. Mas alerta para o jogo político.