Paraatleta de Joinville traz seis ouro e duas prata da Colômbia

DINILSON VIEIRA
dinilson@gazetadejoinville.com.br

Cinco paraatletas de Joinville voltaram com uma coleção de medalhas conquistadas nos jogos Parapan-Americanos Juvenis em Bogotá, Colômbia, e no sábado (24), receberam uma justa homenagem no Colégio Cenecista Elias Moreira. Durante cinco dias, a competição reuniu 600 atletas dos 13 aos 21 anos de 14 países, em nove modalidades. O Brasil contou com 90 representantes, cada um com pelo menos uma medalha na bagagem.

Oito medalhas para Talisson

Entre os homens, o joinvilense Talisson Glock, 14 anos, conquistou nas piscinas do imponente Complexo Aquático do Parque Simon Bolivar nada menos do que oitos medalhas, seis de ouro e duas de prata. "O segredo do sucesso? Treinar muito e esquecer as dificuldades, sejam financeiras ou físicas", responde Talisson, justificando a auto-superação. O gaúcho Roberto Alcaide trouxe para o Brasil nove medalhas, sendo três de ouro. A dupla foi ouro no revezamento 4X50 metros livre, juntamente com André Gonsáles e Marcio Gomes.

Heróis recebem reconhecimento dos colegas de escola

Em coro com as torcidas, os atletas que participavam de uma competição no Colégio Elias Moreiras pararam o que faziam para aplaudir de pé Talisson e seus quatro companheiros de viagem à Colombia: Jonathan Faria, 15 anos (dois ouro, duas prata e duas bronze), Ana Paula Fernandes, 14 (um ouro, três prata e dois bronze), Gustavo Gartz, 16 (seis ouro, três prata e um bronze) e Leidiane Joaseiro, 14 (três bronze). "A equipe de Joinville conseguiu mais de 50% das medalhas brasileiras em natação", afirmou Vanderlei Quintino, presidente da Cepe (Centro Esportivo para Pessoas Especiais), onde os atletas treinam.

Talisson, que em 2004 perdeu o braço e perna esquerdos em um acidente de trem perto de casa, quando caminhava em direção à escola, passou muito provavelmente pelo momento mais difícil de sua vida. Porém, com o apoio incontestável dos pais, partiu para o esporte e o resultado é um dos melhores paraatletas brasileiros. "Ele ficou revoltado, mas começou a nadar e hoje é um orgulho para todos nós", afirma a mãe, Ivone, que acompanha o filho em muitas atividades.
"Além da natação, Talisson joga basquete e dá suas derrapadas no skate. Ainda faz travessias marítimas, como em Penha e Itapema. Vai à escola, nada todas as tardes e frequenta cursos de computação e inglês à noite. Determinado, pensa em cursar faculdade de sistemas de informação, mas também sobra tempo para as garotas. Na Colômbia, chegou a "ficar" com uma atleta mexicana.

Debute histórico

Na Colômbia, Talisson participou de sua primeira competição internacional. Gustavo Gratz competiu fora do país pela segunda vez. "A cidade está segura, cheia de policiais. A única coisa ruim era o arroz, muito empedrado", diz o atleta. Foi a primeira escala rumo aos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Da Colômbia, a delegação brasileira voltou para casa como campeã geral do quadro de medalhas, com 80 de ouro, 39 de prata e 14 de bronze, 133 no total. Em segundo ficou o México.

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