EDITORIAL: No mínimo imprudência

Joinville é uma das poucas cidades do Brasil em que todo o processo de abastecimento de água se dá dentro do próprio município, ou seja, a nascente da água usada em Joinville e o destino final do esgoto ocorrem dentro da cidade. Isso gera custos significativamente menores.

No entanto, seis anos após a criação da Companhia Águas de Joinville (CAJ), as tarifas de água e esgoto são as mais altas do estado, entre as municipalizadas. Esta combinação de custos baixos e tarifas altas fizeram o lucro da CAJ disparar. Hoje, o caixa da empresa supera os R$ 53 milhões.

A companhia paga atualmente R$ 10 mil por mês de aluguel, mas com excesso de dinheiro em caixa resolveu fazer uma nebulosa negociação para adquirir sua sede própria. Só para se ter uma ideia, os R$ 5 milhões destinados para a compra do prédio dariam para pagar mais de 41 anos de aluguel. Ao invés de investimentos no saneamento básico, a opção foi comprar um palacete.

Agora, surge mais uma suspeita no caso da aquisição do prédio. Documentos comprovam que o imóvel estava e continua penhorado na Justiça, ou seja, não poderia ser vendido.

Por que então uma empresa de caráter público precisa envolver-se nesse tipo de situação?

Os diretores da Companhia Águas de Joinville, que são nomeados diretamente pelo prefeito, deveriam saber que as transações com dinheiro público só podem ser realizadas quando a lisura e a transparência estiverem presentes.

Essa negociação, no mínimo imprudente, serve de alerta a todos, inclusive ao Ministério Público que deve fiscalizar eventuais desvios nocivos aos interesses da sociedade joinvilense.

2 comentários:

Marinho Lobo disse...

Dinheiro em excesso é uma desgraça!

Cinquenta e tres milhões de reais é muito dinheiro e está mexendo com a cabeça do pessoal do PT.

Se não tivesse tanto dinheiro em caixa, alguem acha que eles iriam torrar 41 anos de aluguel antecipadamente? Não.

O que se vê na Aguas de Joinville dá para definir em uma palavra:
DESLUMBRAMENTO (com a possibilidade de "se dar bem")

Nina disse...

Eu discordo do DESLUMBRAMENTO. Creio ser mais apropriado SAFADEZA.
Me digam: se um político paga o dobro do preço pela casa da Logocenter é porque está deslumbrado?? São safados que estão fazendo rolo!