Mesmo com a falta de produtos de limpeza, que culminou na realização de gincanas e rifas entre alunos para arrecadar dinheiro e suprir as necessidades das instituições, a Prefeitura de Joinville comprou assinaturas anuais de três jornais locais para a Secretaria de Educação distribuir em escolas municipais. O custo para os cofres públicos é de aproximadamente R$ 83 mil e a medida divide opiniões.
A maior fatia da verba, saída dos cofres públicos, ficou com o tablóide diário ANotícia. A prefeitura desembolsou R$ 67.580 para a aquisição de 155 assinaturas do periódico. Mesmo comprando em grande quantidade, o governo pagou R$ 1,21 cada edição do AN, sabendo que um usuário comum compraria o mesmo jornal por R$ 1,16. Ou seja, a prefeitura adquiriu as assinaturas por uma quantia maior do que a de mercado.
Essa estratégia de pagar a mais do que custa para os assinantes também foi adotado com o jornal Ponto a Ponto. Apesar de ser distribuído gratuitamente em vários locais da cidade, como edifícios residenciais e comerciais, a prefeitura adquiriu outras 155 assinaturas do semanário ao custo de R$ 8 mil por ano. No entanto, as escolas recebem o jornal com carimbo de cortesia, semelhante ao restante da população.
Nas bancas, o Ponto a Ponto é distribuído sem custo algum. Conforme a proprietária da Casa das Revistas, Cristina Ravache, toda sexta-feira chega edições do impresso com carimbo de cortesia.
Outro periódico distribuído gratuitamente é o tablóide Jornal dos Bairros, que também acabou abocanhando uma parte da verba pública. Para este, foram repassados pela prefeitura mais R$ 9 mil. Mas poucas escolas de Joinville recebem o jornal.
As informações sobre as assinaturas constam na edição nº 780 do Jornal do Município, do dia 14 de agosto deste ano.
O que diz a dona do Ponto a Ponto
A reportagem, se identificando como alguém que queria comprar assinaturas, entrou em contato com Elaine Melchert. Ela afirmou que era dona do jornal Ponto a Ponto e explicou que as edições eram distribuídas gratuitamente para a população. Mas ressaltou que só era cobrado para governos.
Na última quarta-feira (26), a reportagem voltou a entrar em contato com Elaine, dizendo que era da Gazeta de Joinville. Elaine Melchert não quis falar sobre o contrato com a prefeitura e destacou que não estava autorizada a falar sobre o assunto. Ela mencionou que não era dona, e sim sócia do jornal, e que precisava conversar com o outro proprietário Helmut Kleczewski.
Secretaria de Educação A Gazeta também procurou a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação. Porém, na segunda e na terça-feira a assessora estava em reunião.
Para alunos, livros são mais importantes
A reportagem da Gazeta visitou algumas escolas municipais para esclarecer como é feita a distribuição dos jornais nas instituições.
A diretora da Escola Municipal Pastor Hans Muller, no bairro Glória, Regina Cátia Dominoni, diz que a unidade recebe edições do jornal A Notícia e Notícias do Dia. Segundo ela, o Ponto a Ponto só é recebido como cortesia, como em toda a região.
Falta de notícias estaduais
A diretora explica ainda que a Escola Hans Muller recebia as edições do Diário Catarinense, mas que este ano a assinatura foi cortada. Segundo ela, os alunos sentem falta de noticias estaduais.
Perguntada se as assinaturas dos periódicos, feitas pela Prefeitura interessavam ao corpo docente e aos alunos ela foi taxativa: "Seria importante para a unidade receber exemplares da Revista do Professor e Super Interessante". A Super Interessante chamaria mais a atenção das crianças e dos adolescentes.
Segundo Regina, a escola já foi assinante destas revistas, mas por falta de dinheiro não puderam mais receber os exemplares.
O estudante G.F., 13 anos, alerta que os livros são mais importantes do que jornais. Ele costuma ir à biblioteca, mas só lê os periódicos se encontrar "coisas boas" na capa.
Apenas anúncios
Juliana Borges, mãe de dois alunos da Escola Municipal Pastor Hans Muller, diz que a leitura de jornais como o Ponto a Ponto não é educativa. "Jornal deste tipo só serve para atiçar o lado consumista dos estudantes", alerta. Conforme Juliana, esse tipo de jornal somente divulga anúncios.
Neli Fernandes, que tem dois filhos na Escola Hans Muller, também apoia a opinião de Juliana. "Leituras deste tipo não interessam na escola", afirma.
A professora de Português da Escola Municipal Padre Valente, Dione Cristina Coppi Eller, diz que a escola não recebe o Jornal Ponto a Ponto e nem conhece a publicação. Conforme ela, a escola recebe os jornais A Notícia e Notícias do Dia.
Psicopedagoga preocupada com conteúdo dos jornais
A psicopedagoga Cleonice Zanluca explica que a leitura é importante para os alunos, no entanto, a preocupação são os assuntos e a forma de abordagem dos jornais. Para ela, os professores têm que filtrar o que a criança pode ler do impresso. "Tem que ser algo direcionado à criança", completa. Ela explica que teria que ser pequenos jornais destinados ao público infantil e com uma linguagem diferente.
Outro problema apontado por Cleonice é a violência geralmente abordada por jornais. Um exemplo de publicação voltada para os professores, que aborda diretamente educação, é o Jornal da Educação, que as escolas municipais também possuem assinatura.
COMPARE As três assinaturas para 12 meses custaram aproximadamente R$ 83 mil. Tomando como referência os valores de produtos mais baixos que a última pesquisa de preços do Procon Joinville encontrou nos mercados da cidade, realizada no dia 10 de agosto, a quantia daria para comprar 80 mil rolos de papel, 20 mil sabonetes de 50 gramas, 10 mil litros de água sanitária, cinco mil litros de detergente, 50 mil peças de sabão em barra e quase três toneladas de sabão em pó. Os produtos fazem parte da lista que as escolas pediram para os alunos adquirirem.
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5 comentários:
CADA VÊS MAIS SE COMPROVA QUE A GAZETA SE ESFORÇA MUITO PARA QUE ALUNOS NÃO SAIBAM DAS COISAS BOAS QUE ACONTESSEM EM JOINVILLE,,, EM OUTRAS INSTITUIÇÕES ISTO É COISA DE UM PASSADO MUITO MAS MUITO DISTANTE,
É UMA PENA QUE VIVENDO NUMA DEMOCRACIA TEMOS QUE CONVIVER COM ISTO AO NOSSO MEIO,,,PARABÊNS A PREFEITURA QUE SE PREOCUPA COM QUEM QUER ESTAR INFORMADO.
Ilustre Anônimo, ou talvez, nem tão anônimo assim.
Existe uma máxima no jornalismo que diz o seguinte, "Se um cachorro morder um homem, não há notícia. Agora, se o homem morder o cachorro, então se tem umm fato de interesse das massas". Eu acho que as tais coisas boas que você se refere, são as "obrigações" de quem foi eleito. Por exemplo, não se vê notíciar que determinado coveiro sepultou um duzia de cadaveres em um único dia. Isso é obrigação dele, por isso recebe salário. Agora, se o atual prefeito promovesse mudanças e afastasse os que sempre mamaram nas tetas estatal, aí sim, teriamos "boas novas" para divulgar a população joinvilense.
Por enquanto, a carniça continua, mudaram apenas as moscas.
Esse governo está mesmo no labirinto. A verdadeira informação que eles deveriam entregar de casa em casa é o Jornal do Município, esse sim tem as verdadeiras informações, todas as Leis,decretos e atos, que vão concientizar o povo e mostrar que todos nós podemos fiscalizar o Executivo e o Legislativo. Mas não, o que esse governo quer, é dar pão e circo.
sinto as vezes vergonha por ter votado nesta corja e tem vereador querendo fazer projetopara enumerar cadeiras de cinema seus vazilhas faça projeto para que donos de jornais doen para as escolas gratuitamente e prefeito deixa de comprar aviao caindo o dinheiro nao e seu e nao use a escola para comprar jornal manda material de limpeza e deixe de mandar listinhas para os pais
Parabens a prefeitura,,,isso e uma piada Anonimo,,,o seu diheiro esta indo pelo ralo e vc nao percebe,,francamente, o pior e ler isso que voce escreveu concordando com as porcarias que estao sendo feitas,,,mas nao esquecam,,do que o Tebaldi fez,,o Cristo fez,,Juarez fez,,a informatica da prefeitura agradece, porem o bolso de alguns tambem agradecem,,,votem certo na proxima eleicao,,tem gente ai que quer ser deputado federal,,Tebaldi,,francamente, volta para Erechim,,voce esta mal assessorado e rodeado de pessoas de esquemas,,
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