BULLYING: Mais de 60% dos estudantes já

POR Gisele Krama



A agressão praticada no ambiente escolar por crianças e adolescentes é uma realidade brasileira e tem sido alvo de discussões no mundo todo. Um fenômeno chamado bullying já preocupa país e professores, principalmente depois que casos de assassinatos e suicídios repercutiram na mídia, como nos atentados de Columbine e Virgínia, nos Estados Unidos. No Brasil, aproximadamente 45% dos estudantes foram vítimas ou agressores dentro das escolas, e no mundo a estatística aumenta para 60%.

Bullying é um fenômeno que representa uma ação agressiva, feita repetidamente e com a intenção de machucar fisicamente ou psicologicamente. A palavra significa tirano. Conforme a psicóloga Roberta Balsini, a violência praticada por crianças sempre aconteceu e não é algo moderno. No entanto, ela ressalta que antes essa realidade era deixada escondida e não se dava importância.

A situação mudou quando a imprensa de todo o mundo anunciou o assassinato de 15 adolescentes em Columbine, nos Estados Unidos, em 1999. Os estudantes Eric Harris e Dylan Klebold entraram no colégio armados e atiraram em alunos e professores. No incidente, 15 pessoas foram mortas e 24 feridas.

Investigações apontaram que Eric e Dylan sofriam agressões dos colegas, e principalmente da equipe de esportes da escola. Pois os alunos preferiam estudar que praticar exercícios, além de serem mais tímidos. Os agredidos começaram a arquitetar um plano de vingança, ocasionando o massacre do dia 20 de abril.

Até então não eram repercutidas as conseqüências do bullying. Conforme a psicóloga, as pessoas que sofriam a violência ficavam caladas. "A situação não era denunciada por medo que a perseguição piorasse e o que o grupo agressor prejudicasse ainda mais", destaca.

Nem sempre as conseqüências do bullying serão mortes ou suicídio, mas mesmo assim tiram a tranquilidade das vítimas, fazendo com que as crianças agredidas tenham falta de sono, pesadelo, medo, apavoramento e dificuldades escolares. Nestas situações, cabe aos pais observar o comportamento dos filhos em casa.

Joinvilenses relatam suas experiências

Quando a criança que sofreu o bullying se tornar adulta pode ter depressão, pânico, fobia social, insegurança e desajustes relacionais. No entanto, a violência e perseguição também acontecem na idade adulta, porém neste período a pessoa tem maior formação e está fortalecida para falar e resolver o problema. Conforme a psicóloga, a criança e o adolescente não têm estrutura para resolver essa questão e para distinguir se isso é normal ou não.

C.S., 13 anos, já participou de teatro sobre bullying em que era agressora. Mas na vida real já viu piadinhas, xingamento e "zoação" com outros alunos. Foi com a peça que estudante percebeu quanto essa atitude pode prejudicar muita gente. Ela conta que antes o bullying ficava por isso mesmo, ninguém denunciava, agora é o contrário.

Já B.R., 13 anos, também sofreu violência. Ela diz que na sala de aula havia pessoas que só zoavam e julgavam os alunos que não eram "iguais". A estudante tem uma amiga que já apanhou de colegas por causa da aparência e das notas. "Ela teve que mudar de colégio", lamenta. A aluna também já viu gente zoando e implicando com assuntos sérios, principalmente quando uma garota contou para os colegas que apanhava da mãe em casa.

"Vocês me levaram a isso", diz em carta Cho Seung-Hui, estudante que matou mais de 30 pessoas e se suicidou nos Estados Unidos, em 16 de abril de 2007. O aluno era de origem asiática e estudava letras na Universidade Politécnica da Virgínia. Os investigadores acharam estranho o fato de que o jovem estava a tempo na universidade e não conhecia quase ninguém.

Ainda em 2007, um aluno do ensino fundamental do Texas levou no dia 24 de abril uma granada para a escola. Professores e alunos tiveram que sair correndo e se abrigar numa igreja ao lado.

Agressores, normalmente, são os mais "populares"

Os adolescentes entrevistados pela reportagem montaram um perfil-padrão para os agressores. Eles destacam que essas pessoas normalmente são as mais populares e que "se destacam" das outras, dando direito de maltratar. Normalmente, os padrões físicos são os maiores motivos de "chacotas". "Eles excluem todos que não estão na linha de interesse, como gordinhos e pessoas com acnes", explica uma adolescente.

O perfil do agressor na maioria é de crianças sem limites. "A tendência é ser mais agressiva, mais corajosa", ressalta Roberta Balsini. Conforme a psicóloga, se este jovem não tiver "freio" a tempo, será um adulto sem limite e poderá se tornar alguém que passa por cima dos outros para ganhar dinheiro, para trabalhar e para amar. "A pessoa que cresce sem limites, não vai se relacionar bem com o mundo e não vai dar continuidade às relações", afirma.

Cyberbullying e válvula de escape para quem sofre na vida real


A frustração de quem passa pela violência e de quem a comete vão acumulando com o tempo e só servem para aumentar a agressividade, por isso uma vítima de bullying pode se tornar um agressor. A válvula usada para extravasar essa raiva pode ser tanto em jogos de videogame sobre bullying, quanto cyberbullying.

No jogo, o cenário de uma escola é reproduzido e a criança persegue e briga com os colegas, se colocando no papel de "valentão". Já na internet o agressor começa a perseguir outra pessoa, xingar usando e-mail e redes de relacionamento. Roberta conta que já ouviu de alunos que se não fizesse (a agressão) no jogo, teria que fazer em outro lugar.

Pressão dos pais aumenta agressividade da criança

No entanto, para as vítimas que não se tornam agressoras resta usar alguma compensação, que pode ser tirar notas altas na escola. Ou seja, a criança, que não se destaca por ser um líder ou por não ser bom no esporte, tira nota dez. "As boas notas viram uma espécie de compensação emocional, mas não recupera o sofrimento causado pelo bullying", explica Roberta Balsini.

O que há hoje em dia é uma pressão dos pais para que os filhos fiquem bem, que estudem e façam cursos. "Essa cobrança vai tirando a inocência das crianças", alerta a psicóloga. Roberta diz ainda que a sensibilidade e convivência destas pessoas são trocadas por atividades cada vez mais individuais.

A conseqüência desta mudança é que a relação entre as pessoas não fica clara. Para Roberta Balsini, essa situação gera desconforto na criança, deixando mais rebelde e agressiva. Quando a violência é detectada nos estágios iniciais permite à família questionar e rever os padrões de comportamento.

O tratamento para o bullying deve ser feito em família, já que muitos dos pais já passaram pela mesma situação, tanto como vítimas como agressores. A denúncia é outro fator importante e que deve ser incentivado. Ainda hoje 70% dos casos são silenciados.

Lei obriga escolas a ter programa de prevenção

Em Santa Catarina há a lei nº 14.651, sancionada no começo deste ano, que prevê a criação de um Programa de Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária, nas escolas públicas e privadas do estado. Em Joinville, o projeto é de responsabilidade do Núcleo de Educação e Prevenção de Joinville (NEPRE), criado em parceria com o Ministério da Saúde e da Educação.

A equipe de reportagem procurou a Gered (Gerência Regional de Educação), mas o responsável pelo Nepre e pelo programa de bullying está de licença e ninguém mais tem dados sobre o núcleo. Já a Secretaria Municipal de Educação não enviou as informações sobre a aplicação do projeto em Joinville e sobre a situação do bullying na cidade.


2 comentários:

Anônimo disse...

vitima de professores e de alunos . veho por mei desta denunciar abuso o bulling nessa escola pois , a criança da primeira serie foi vitima de bulling de alunos o anotodo e a diretoria da escola foi informada e nao fez nada foi levado ao medico pediatra com aftas na garganta e eles constatou que era devido ao sistema nervoso da criança de 7 anos , foi ameaçado varias vezes por crianças de terceira e quarata serie se nao repartisse ou entrega-se o lanche que levava els bateriam nele . A criança chegava em casa amedontrada e chorando e dizendo que nao queria ir mais para a escola e chorava aos prantos e dizendo que falava aos professores e a diretora e ninguem resolvia nada . se fosses forem no yotube , digirarem ( que tapa muleke lah no maua!!! de manha !!!! voces iram ver um pouco disso que estou falando , voces iriam ver so um pouco do que acontece la naquela escola e a dreçao nao faz absolutamente nada . fora que tambem a direçao foi avisada pelos pais desça criança que esta sofrendo de bulling de que um muerao que esta quase caindo na cabeça das crianças , tanto que esta ate amarrado com arame e a diretoria nada fez , isso ate que , deus nos livre de aqule muro que as crianças vivem embaixo dele na hora do recreio cai em cima da cabeça deles ou algo de pior aconteça . Eu estou indignada com tudo isso e e sse e meu desbafo , espero que vcs possam fazer algo
. porque por aqui ninguem faz nada . obrigada pela atençao

Anônimo disse...

vitima de professores e de alunos . veho por mei desta denunciar abuso o bulling nessa escola pois , a criança da primeira serie foi vitima de bulling de alunos o anotodo e a diretoria da escola foi informada e nao fez nada foi levado ao medico pediatra com aftas na garganta e eles constatou que era devido ao sistema nervoso da criança de 7 anos , foi ameaçado varias vezes por crianças de terceira e quarata serie se nao repartisse ou entrega-se o lanche que levava els bateriam nele . A criança chegava em casa amedontrada e chorando e dizendo que nao queria ir mais para a escola e chorava aos prantos e dizendo que falava aos professores e a diretora e ninguem resolvia nada . se fosses forem no yotube , digirarem ( que tapa muleke lah no maua!!! de manha !!!! voces iram ver um pouco disso que estou falando , voces iriam ver so um pouco do que acontece la naquela escola e a dreçao nao faz absolutamente nada . fora que tambem a direçao foi avisada pelos pais desça criança que esta sofrendo de bulling de que um muerao que esta quase caindo na cabeça das crianças , tanto que esta ate amarrado com arame e a diretoria nada fez , isso ate que , deus nos livre de aqule muro que as crianças vivem embaixo dele na hora do recreio cai em cima da cabeça deles ou algo de pior aconteça . Eu estou indignada com tudo isso e e sse e meu desbafo , espero que vcs possam fazer algo
. porque por aqui ninguem faz nada . obrigada pela atençao