Gidion e Transtusa querem impor aumento nas passagens

Acostumados a ditar as regras livremente, Bogo e
Harger tentam "encurralar" Carlito

Rogério Giessel
rogeriogiessel@hotmail.com

Os empresários do transporte coletivo de Joinville, Moacir Bogo, da Gidion e Beno Harger, da Transtusa, estiveram reunidos com o prefeito Carlito Merss na última terça-feira, dia 3, para reivindicarem um aumento nas passagens de ônibus.

Mesmo com o retrocesso promovido pela Transtusa e Gidion no sistema de transporte coletivo com a redução de algumas linhas (Sul/Tupy e Tupy/Norte) e o fim dos micro-ônibus Pega Fácil, Bogo e Harger sequer demonstraram rubor na face ou qualquer outro tipo de constrangimento ao afirmarem que o aumento de 9,76% pretendido em novembro estaria defasado.

Eles propuseram um reajuste de 14,58% elevando o preço da passagem antecipada de R$ 2,05 para R$ 2,40. O novo estudo foi apresentado na manhã da última quarta-feira, dia 4. A prefeitura não tem prazo para se manisfestar.

Motivos para não se admitir o aumento

Primeiro foi o enxugamento de pessoal com a bilhetagem eletrônica, implantada em 2001, que incontestavelmente cortou gastos das empresas ao extinguirem vários postos de trabalho com a dispensa dos cobradores. Na ocasião, outro ônus foi criado aos usuários do ônibus em Joinville ao se criar a famigerada tarifa embarcada. Situação em que o passageiro paga um valor maior quando adquire a passagem no interior do coletivo. E, recentemente a implantação dos polêmicos corredores de ônibus, que também trouxeram uma significativa economia para as empresas.
Estudo da planilha deverá ser rigoroso.

Além disso, existe o compromisso do prefeito Carlito Merss em sua campanha eleitoral de estudar uma redução nas tarifas. Carlito informou aos empresários durante a reunião que existe uma expectativa muito grande do joinvilense em relação a sua administração. "Há uma cobrança muito grande da população. As pessoas me alertam sobre a série de ajustes realizados pelas empresas no final do ano. E como aumentar o preço agora?", disse. Assim que receber a nova planilha que será apresentada pelas duas empresas, um minucioso estudo será realizado. "Com a nova reapresentação em mãos iremos reunir a equipe técnica e estudar todos os detalhamentos das planilhas, tirar dúvidas e contribuir com sugestões.

Todo esse diálogo será acompanhado pela população e pela Câmara de Vereadores de forma muito transparente", afirmou Carlito, anunciando que irá avaliar pessoalmente a qualidade do serviço oferecido. Para isso, ele e o secretário de infraestrutura Nelson Trigo, irão escolherão um dia da agenda para utilizar o transporte.

O fim de prejuízos também deverá constar na planilha

O deputado estadual Kennedy Nunes (PP), defensor da redução do preço das passagens, comentou que entre pedir um reajuste e ser atendido não envolve apenas a ânsia dos empresários. "Eu entendo que eles podem pedir o quanto quiserem de aumento. É o papel deles. Agora quem vai definir mesmo é o prefeito", explicou.

Kennedy lembrou ainda as condições de seu apoio ao então candidato Carlito. "Existe o compromisso do Carlito feito no segundo turno em adotar as minhas propostas. Entre elas, a de haver um subsídio financeiro público no preço das passagens." O deputado observou outro aspecto que deverá influenciar na decisão do prefeito. "Da eleição prá cá, quatro itens favoreceram as empresas.

A implantação dos corredores de ônibus, que aumentou o lucro das empresas; o fim do Pega-Fácil, que segundo as empresas dava prejuízo; a redução das linhas de terminal a terminal que segundo eles também acarretavam prejuízos; e a manutenção dos terminais que não são mais responsabilidade das empresas. Isso tem que constar nas planilhas. É necessário saber qual era o prejuízo que esses itens produziam", finalizou o progressista.

Empresas querem R$ 2,40

O empresário da Gidion, Moacir Bogo, disse que o estudo realizado traz e novos itens a serem considerados. Nele, foi constatada uma economia de 18 mil quilômetros por mês com a redução das linhas Sul/Tupy e Tupy/Norte.

O redirecionamento das linhas alimentadoras também contribuiu para a diminuição da quilometragem. Porem, segundo ele, houve um acréscimo em outros serviços. "Houve um aumento de quilometragem com a linha "Madrugadão" recentemente implantada, e também nas linhas universitárias".

Outro custo alegado por Bogo, e que passaram a compor o novo estudo apresentado, diz respeito a uma exigência da prefeitura. "Para atender a lei de mobilidade serão adquiridos 10 ônibus com o piso baixo (Low Entry)", justificou. "De acordo com nosso estudo, chegamos ao valor da passagem ao custo de R$ 2,40. É claro que haverá um estudo da prefeitura, o qual, geralmente constata um valor menor.", finalizou o empresário.

6 comentários:

Anônimo disse...

Que nosso novo prefeito Carlito Merss não se deixe abater pela pressão do monopólio que paira no transporte público de Joinville.
Que ele e sua equipe possam pegar, por exemplo, um TUPY / NORTE as 18:30 h, e constatar o quanto é indecente a tarifa de R$ 2,05 cobrada atualmente pelo transporte, e imoral o aumento que as empresas sugerem.
Os ônibus vão lotados, bem acima de sua capacidade.
As pessoas se amontoam como sardinha em lata.
Os motoristas não têm respeito por idosos, grávidas e crianças.
Sugiro que compartilhem com aqueles que se encontram nas plataformas suas verdadeiras opiniões sobre nosso transporte.
Duvido que alguém tenha elogios.
Questionem o porquê dos cortes de várias linhas.
Extinguiram o único serviço louvável, que era o Pega Fácil. Utilizei-o durante meus quatro anos da faculdade e é inverídico o fato de que o serviço não era utilizado.
Espero que nosso prefeito possa colocar Joinville no patamar que realmente merece.
Que o serviço público de transporte vise primeiramente o bem estar dos passageiros.
Pois é preferível andar a pé em Joinville (cuidando é claro, para não tropeçar em suas calçadas mal acabadas) do que pagar R$ 2,05 ou mais para termos um transporte de péssima qualidade.

Anônimo disse...

Que se abram algumas linhas, mesmo que fora do sistema integrado, para outras empresas explorarem. Já que extinguiram o "Pega-fácil", por que não abrir licitação para alguma outra empresa explorar o serviço? Obviamente Gidion e Transtusa não participariam, já que este tipo de linha dá prejuízo. A implementação de uma verdadeira concorrência no transporte é a melhor maneira de melhorar esse serviço, tanto em qualidade de atendimento como em custos. Já passou da hora de tirar esses acomodados (Bogo e Harger) da sua zona de conforto.

Anônimo disse...

Bela sugestão do senhor Oscar Jr. Se as empresas do transporte coletivo alegam prejuízo na linha Pega Fácil - que por isso foi extinta - então que se abra uma licitação para que outras empresas possam explorar este serviço que só tem a beneficiar a comunidade joinvilense.

Unknown disse...

é um vergonha as empresas quererem o aumento da passagem, tiraram o pega fácil, o sul tupy, ainda os terminais agora é a prefeitura que cuida, além elas tiveram o corredor de onibus, olha bogo e harger só querem encher o bolso, queriam que eles fossem andar no horario de pico nos onibus com somos tratados, como um sardinha, se liga carlito não se deixe levar por esses caras

adilson disse...

Pare pra pensar... Depois de trabalhar horas a fio, ter que tomar as vezes dois ou três ônibus entupidos de trabalhadores como se fossem sardinhas enlatadas para voltar para casa, e ainda ter de pagar por isso R$ 2,05 é muita falta de consideração com o consumidor. Sem contar que ao invés de aumentar o número de coletivos, o MONOPÓLIO do transporte coletivo está retirando os veículos de circulação alegando prejuízo. Então nada mais se pode fazer, a não ser abrir licitação para novas empresas explorarem o transporte coletivo de nossa Joinville. Isso é para ontem...

Anônimo disse...

A grande solução está no fim do monopólio para o transporte coletivo. Existindo a concorrência, não haverá acomodamento para as empresas, que farão investimentos para superar suas concorrentes, e não cortes para prejudicar a população. Acho o transporte coletivo da cidade bom, tendo como ponto de visão os outros municípios brasileiros, porém grandes problemas existem e devem ser corrigidos, como por exemplo o custo elevado das passagens, a super-lotação dos veículos e as rotas e horários das linhas.