Fundema embarga obra de construtora no centro de Joinville

Sergio Sestrem
reportagemjoinville@gmail.com

Depois de uma tarde tumultuada, a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema) resolveu embargar, na última segunda-feira (23), o corte e a supressão de vegetação em uma área de morro localizada nos fundos da rua Otto Boehm, no centro da cidade.

O morro – coberto por vegetação nativa - estava sendo suprimido para dar lugar a um edifício residencial com 17 pavimentos. Segundo vizinhos da obra, a construtora, com sede em Curitiba, estaria desrespeitando os termos da autorização concedida pela fundação.

Moradores próximos ao local acusam a empresa de iniciar o corte da mata no feriadão de Carnaval para escapar da fiscalização por possíveis irregularidades. Eles alegam que houve a supressão de mais pés de palmitos do que o autorizado no laudo aprovado pela Fundema. A licença autoriza apenas 48 peças para corte.

Além disso, segundo os moradores, outras espécies nativas da Mata Atlântica, tais como canela branca, caúna congonha, cupiúva, guaçá de leite, licurana, tanheiro e jacatirão também estariam sendo ceifadas de forma irregular.

Por precaução, o presidente da Fundema, Marcos Schoenne, achou melhor suspender a autorização de corte para investigar se houve alguma irregularidade cometida pela construtora paranaense.

Medo de deslizamentos

O possível crime ambiental não é a única preocupação dos moradores que ficaram revoltados com a ação da empresa. Eles temem riscos de desmoronamento do morro caso as chuvas sejam mais intensas. Alguns relembram a tragédia recente ocorrida no Vale do Itajaí. “Se der uma chuva mais forte, todo morro pode vir abaixo”, alertou o professor de Ecologia, Fernando Manco.

Manco, que também leciona em escolas de Blumenau e viu a tragédia no Vale de perto, aponta também a degradação de rios como conseqüência da liberação da obra. “Com a terraplenagem do morro, muita terra vai correr, assoreando ainda mais o rio Mathias, que corta o terreno e desemboca no rio Cachoeira”, comentou.

Para o advogado Marco Schettert, “é flagrante o crime ambiental e as autoridades não podem ser coniventes com isso”. Ele planeja ajuizar uma medida cautelar para impedir que a empresa continue o desmatamento. “Se está tudo liberado, vamos questionar a liberação. Aqui parece que eles puseram a carroça na frente dos bois”, completou.

Advogado da empresa nega irregularidades

O advogado da construtora paranaense, Luiz Augusto Penteado de Oliveira, negou qualquer irregularidade no corte da mata. “Temos todos os documentos que comprovam que tudo está de acordo com o que foi autorizado pela licença”, explicou.

Mostrando-se contrariado com a pressão dos moradores que reclamavam do suposto crime ambiental, Penteado chegou a chamar a Policia Militar para garantir a continuidade dos trabalhos. Duas viaturas se dirigiram ao local e permaneceram por cerca de uma hora.

A confusão só chegou ao fim depois da chegada do presidente da Fundema, Marcos Schoenne, que determinou a paralisação dos trabalhos, até que não reste nenhuma dúvida quanto à quantidade de palmito extraída do local.

Um comentário:

Anônimo disse...

Carlos Roberto da Silva
karlosr_silva@yahoo.com.br

Sim, só após o presidente da fundema chegar é que paralizaram o trabalho? E o Auto de Embargo emitido pelo Fiscal de Meio-Ambiente, para que serve, que desrespeito com esses funcionários , profissionais concursados, que fazem seguir as leis, aprovadas pelos vereadores municipais. Onde está seu poder de polícia. Olha hein, esses advogados estão muito desinformados, e deveriam prestar mais respeito a esse profissionais. Se não fosse a fiscalização, Joinville já seria um caos muito maior do que já está. Nos tempos de Wittich freitag, eles viviam nas ruas atuando os desrespeitadores das leis, LHS entrou e em lugar de Fiscais, lotavem em seus lugares SUPERVISORES, esses não tem poder de polícia, é bom que a população saiba, talvez alguém foi embargado por um Pseudo-Fiscal, isto quer dizer, é nulo o ato fiscal por alguém assim. Tebaldi teve a coragem de mandar embora esses supervisores e contratar novamente por meio de concurso fiscais municipais, e esperamos que Carlito continue cuidando da cidade, afinal, sem ficalização , tudo vira Esbórnia, desde o Flanelinha até a Sonegação de grandes empresas, e só quem perde com isso é nossa cidade e seus moradores.