EDITORIAL: Bombando até explodir

A rádio CBN/Globo diariamente apresenta suas duas grandes estrelas de economia: Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg para comentarem, ou melhor, defenderem, com unhas e dentes, o "senhor mercado".

Agora que a crise criada pela ciranda financeira sem controle levou à falência o mercado financeiro internacional fica claro que a posição defendida pelos economistas da Globo era, na verdade, a receita do desastre.

É ilustrativo este artigo de Sardenberg publicado em abril de 2007:

"A semana termina na euforia, com recordes de alta nas bolsas de valores de todo o mundo. Farra dos mercados?

Não. A verdade é que, descontada uma turbulência aqui, outra ali, a economia mundial segue em marcha de sólido crescimento. Sólido porque não é nenhuma bolha financeira. Ao contrário, está baseado em aumento da produção e do consumo em todas as regiões do mundo.

Nos países emergentes, em geral, na Ásia em particular, a produção cresce. E encontra consumidores nos países mais ricos, especialmente nos Estados Unidos. Há multiplicação de investimentos produtivos, na economia real, por toda parte.

Mesmo a África, sempre atrasada, se beneficia, por exemplo, com o desenvolvimento de campos de petróleo e gás. Cresce o consumo de alimentos, coisa, aliás, que beneficia diretamente o Brasil, forte exportador.

As companhias multinacionais ganham dinheiro, reinvestem, abrem novos negócios, as ações se valorizam e segue a ciranda.

A verdade é que a economia globalizada, capitalista, está bombando, no exato momento em que muitos vizinhos aqui da América Latina voltam aos velhos modelos populistas alegando justamente a morte da globalização".

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