Duplicação da Marquês de Olinda vai ficar no papel

Dinilson Vieira
especial para a Gazeta de Joinville

Bairro bem arborizado e com poucas ruas ainda sem pavimentação, a obra que realmente poderia fazer a diferença no Glória – a duplicação da avenida Marquês de Olinda – não tem data para sair do papel, embora o assunto já tenha rendido dividendos políticos ao ex-prefeito Marco Tebaldi, e para o atual, Carlito Merss, que usaram o assunto para cooptar votos em suas respectivas campanhas. Desde a inauguração em pista simples da terceira etapa da via, em junho de 2005, não se mexeu em mais um tijolo da avenida, deixando moradores e comerciantes da região sem uma resposta a respeito da obra.

A via é uma importante opção para quem deseja chegar às zonas Sul e Norte da cidade, sem que o motorista precise transitar pelo centro. Quando a avenida foi inaugurada com asfalto, cumpriu bem seu papel de desafogar o fluxo de veículos na área central. À época, o então prefeito Marco Tebaldi, ressaltou que estava prevista a duplicação da via, assim como sua continuação até o bairro Guanabara, no encontro com a rua Graciosa. Saiu Tebaldi, entrou Carlito e nada mais aconteceu.

Observar por apenas alguns minutos o trânsito atual na Marquês de Olinda permite ao cidadão mais leigo no assunto a constatação de problemas sérios na via. E conversar com quem trabalha na avenida percebe-se a falta de esperança de que um dia a duplicação vai acontecer. É nos períodos de rush que o trânsito se mostra mais caótico, já que a avenida visivelmente não comporta mais tantos veículos ao mesmo tempo.

"Já existem trechos com recuos esperando a duplicação, mas não há nada previsto. Desconheço sobre qualquer data para a obra ser iniciada", diz Pedro Campos, secretário regional do Costa e Silva, unidade administrativa que cuida do Glória.

PERIGO CONSTANTE

O aposentado Guido Mohr, morador do número 250 da Marquês de Olinda há 40 anos, talvez seja o maior prejudicado com o trânsito local. Veículos em alta velocidade trafegando no sentido Centro já invadiram o muro de sua casa pelo menos três vezes. Após um dos acidentes, Guido ficou tão assustado que a forma encontrada para evitar o perigo foi mudar do quarto da frente e dormir numa área dos fundos. Para ele, o melhor seria instalar redutores de velocidade na avenida.

Presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Joinville, cujo prédio fica na Marquês, Arodi de Oliveira conta que a avenida para nos dois sentidos em horários de maior movimento. "Nossos aposentados têm dificuldade para atravessar a via e até de entrar no prédio com seus próprios carros", afirmou Arodi.

A comerciante Eliane Miers, dona do Bar Glória, localizado na esquina da Marquês com a rua XV de Novembro, espera pela duplicação. "O bairro é ótimo para morar, mas fraco comercialmente. A obra poderia dar um impulso no movimento comercial do bairro", diz Eliane. O problema é que o bar deverá ser demolido, se a obra realmente acontecer. "Não há problemas se me pagarem o preço justo pela desapropriação".

"Pelo tempo que demorou para fazer a Marquês em pista simples, não acredito em duplicação a curto prazo. Mas precisamos lembrar que o trânsito inteiro de Joinville é caótico. Ninguém anda no cruzamento da Marquês com a Benjamin Constant em horários de rush", diz Carlos Horn, que preside uma das três associações de moradores do Glória.

Área de lazer é prioridade para moradores

Com 130 ruas que somam 47.856 metros de extensão, sendo 21.377 metros de asfalto, 21.377 metros de calçamento em paralelepípedos e os restantes 14.025 metros em saibro (que somam 28 ruas), o Glória é uma das melhores regiões da cidade em termos de pavimentação de vias, se comparado a outros bairros. Os dados são do Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (IPPJU).

Se valerem as propostas emplacadas até agora no papel de seis delegados comunitários do bairro, que ajudam a discutir o Orçamento Participativo (OP) da prefeitura, a extensão em asfalto aumentará, pois para 2010 está prevista a pavimentação da rua Tutóia, que hoje tem apenas 150 metros asfaltados.

O OP ainda deverá contemplar a construção de uma área de lazer, cujo local no bairro ainda é indefinido. "Deverá ser uma área pública e deverá ser equipada com academia de ginástica para a terceira idade, playground e iluminação", diz Carlos Horn, presidente de associação de moradores.

A falta de uma rede de águas pluviais adequada preocupa quem reside na rua Nazareno e imediações, principalmente após a construção de um loteamento no lugar de um brejo, que fazia o papel de piscinão em dias de chuva. Para complicar, uma galeria de água que passa sob a BR-101 e que deveria aliviar o Glória, está num nível que impede que funcione adequadamente. "É coisa da engenharia, pois a galeria foi construída acima do que deveria e água não passa", diz Carlos Horn, presidente da associação da moradores.

Bairro tranquilo

Já o saneamento básico é uma incógnita. A própria Companhia de Águas de Joinville informa no site oficial da prefeitura que o bairro, com área de 5,48 quilômetros quadrados, tem apenas 2,7% de seu território atendidos com rede coletora de esgoto domiciliar. O secretário regional Pedro Campos garante que em 2010 as obras de saneamento básico serão iniciadas, sendo 100% das mesmas concluídas em 24 meses. O secretário não forneceu maiores detalhes sobre o que realmente será executado.

"Com exceção de problemas estruturais, o Glória ainda é um bairro tranquilo, bucólico. Não está superpovoado e mantém áreas de mata atlântica preservadas. O lixo não se acumula nessas áreas e os casos de roubos e assaltos estão sob controle", conclui Horn. Entre 2006 e 2008, bairro registrou 12 casos de roubos à residência e 20 a estabelecimentos comerciais, de acordo com o 8º Batalhão da Polícia Militar. Em julho de 2009, foi apenas um caso de roubo a estabelecimento comercial.

Um novo projeto para a Expoville

O Glória é o bairro em que está localizado o Complexo Expoville, famoso por sediar grandes eventos. Agora, um projeto de revitalização do espaço está em estudo no IPPUJ. A idéia é separar a área de lazer da de negócios. De acordo com a Promotur (braço da Prefeitura que cuida do turismo), está prevista a construção de um espaço – com capacidade para 2,4 mil lugares, palco, camarins e sala de imprensa –, destinado exclusivamente a convenções e congressos. As obras deverão custar R$ 15 milhões, repassados pelo Ministério do Turismo, com contrapartida de 20% deste valor pela Prefeitura.

Dessa forma, os dois espaços antigos – Nilson Bender e Wittich Freitag – ficarão reservados para feiras durante todo o ano. Ainda faz parte do projeto de revitalização a construção de um parque para caminhadas, equipado com orquidário e academia de ginástica, e transformação da lagoa já existente. O antigo restaurante será reaberto sob nova concessão pública e o Pórtico e Moinho serão revitalizados ao custo de R$ 600 mil.

Trinta eventos por ano

Localizado às margens da BR-101, próximo ao pórtico de uma das entradas da cidade, a Expoville ocupa em seu espaço atual uma área de 360 mil metros quadrados, sendo 25,6 mil de área construída. É composto pelo Pavilhão Nilson Bender (onde se realizam mais de 30 eventos por ano, entre congressos, feiras técnicas comerciais e festas, atraindo mais de meio milhão de visitantes em busca de turismo de negócios); pelo Megacentro Wittich Freitag (para 24,4 mil pessoas, constitui-se num espaço destinado à realização de grandes feiras nacionais e internacionais, além de eventos diversos, com área de 11.400 m2); e pelo parque do complexo.

Ainda integra o local o Centro Turístico e Comercial, onde o visitante adquire souvenirs e produtos coloniais.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ei perunta pro Keno,,um chupizinho dos Tebaldinhos,,como eles fez a desapropriacao,,sei porque tentou comprar o da minha tia pelo valor do carne do iptu,,ela nao quis,,comprou o restante a preco de banana e quando a prefeitura desapropriou foi por milhares de reais,,,

Unknown disse...

Pior ainda é a situação da Rua Guilherme, por onde passam diariamente mais de 20 mil veículos, e nem sequer é asfaltada. A pracinha localizada na rua é utilizada para estacionamento dos veículos que utilizam o comércio local. A administração atual segue o princípio ensinado por seu líder: olho mas não vejo, percebo mas não sei de nada, enfim, cegos, surdos e mudos.

Anônimo disse...

E esqueceram de incluir que falta no bairro abrigos de ônibus - p/ embarque/desembarque de passageiros.Ex. da Rua Guilherme, próximo ao PA da Zona Norte,em determinado ponto da rua onde há curva perigosa, não há passeio pois o bairro de um loteamento desce pela rua e daí não há calçada p/pedestres e nem abrigo de ônibus.JÁ ESTÁ NA HORA DA PREFEITURA OLHAR PARA ESSA SITUAÇÃO - rua movimentada,sem passeio e ainda sem abrigo p/usuário de ônibus coletivo (local:Rua Guilherme - bairro/Costa e Silva-América).

Anônimo disse...

VIVA A DEMAGOGIA PETRALHISTA!!!
Com certeza vamos ter ampliação da Arena, muito $$$ para propaganda e esportes de massa!!

Anônimo disse...

Gostaria que fosse implantada uma linha de onibus na Marques de Olinda. POis com a retirada do Pega Facil (unica linha que fazia esse trecho) os moradores desta rua, entre a Max Colin e a Prudente de Moraes, não tem mais onibus.