EDITORIAL: Inchaço desnecessário

De forma surpreendentemente rápida o Congresso aprovou a PEC dos vereadores que cria algo em torno de 7.500 novos vereadores em inúmeras Câmaras Municipais, inclusive na de Joinville.
O aumento, por aqui, seria de mais 6 parlamentares o que totalizariam 25 vereadores.

Para o filósofo Claudio Weber Abramo, diretor da Transparência Brasil, nenhum dos promotores dessa Proposta de Emenda à Constituição conseguiu responder a uma pergunta singela: há demanda do eleitor dessas cidades por mais vereadores?

É claro que não há. Ao contrário. Dada a inoperância das Câmaras, sempre compradas pelos prefeitos por meio do mecanismo perverso do loteamento da administração em troca de apoio político, o público brasileiro considera o Legislativo inútil, dispendioso e invadido por aventureiros.

Em Joinville a atual Câmara de Vereadores retrata claramente este quadro tragicômico em que com raras exceções os vereadores mostram-se claramente despreparados para exercer suas funções básicas de fiscalizar o executivo municipal e propor as leis necessárias para o bom funcionamento da cidade.

É vergonhoso admitir que aqueles que estão numa casa legislativa não saibam nem mesmo diferenciar uma liminar de um mandado de segurança.

Será que aumentando 6 vereadores na Câmara de Joinville este quadro de mediocridade melhora? É provável que não.

O que ocorreria, de fato, seria um inchaço de mais 30 pessoas pagas com o nosso dinheiro já que cada novo vereador deve nomear de imediato cerca de 5 assessores que servirão aos interesses dos partidos e dos políticos. Na prática estes "assessores nada mais seriam que cabos eleitorais".

Como lembra Abramo: "A PEC dos Vereadores serve a eles, não a nós".

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