Obras isolam moradores do Paraíso

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

As obras de drenagem e saneamento que estão sendo realizadas no bairro Jardim Paraíso, região norte de Joinville, isolaram dezenas de famílias da rua Pollux. “Se uma ambulância precisar entrar aqui, o paciente pode até morrer porque o carro vai atolar”, afirmou o estudante Emanuel Querino Maria, morador do trecho da rua em que a concentração de lama impede a passagem de veículos e obriga trabalhadores a proteger os pés com sacolas plásticas se não quiserem chegar ao emprego em condições inapropriadas de higiene. As crianças preferem levar os sapatos nas mãos e só calçá-los após vencer o barro.

O ponto nevrálgico do problema está no encontro da Pollux com a rua Delphinus, onde foram construídas caixas de visita da rede de esgoto. A empreiteira responsável pelas obras descarregou barro no local, que, misturado com a água das últimas chuvas, deixou a via intransitável. “Sabemos que as obras são necessárias, mas também temos o direito de sair de casa”, disse a moradora Marisa Cardel Capístrano. Segundo ela, a Secretaria Regional do Paraíso pede paciência à população.

Nesta segunda-feira (29), a dona de casa Edna Vaz Lourenço enfrentou lama para levar o filho de nove meses até o posto de saúde do bairro. Na volta para casa, por pouco não escorregou com a criança no colo. “Não tenho visto trabalhadores aqui, a coisa está meio abandonada”, afirmou ela. O mecânico Júnior Pereira está tendo prejuízos com o problema, já que seus fregueses não conseguem se aproximar de carro de sua oficina, na rua Pollux. “Essa situação é absurda”, disse ele.

O secretário regional Josival da Silva responsabilizou a empreiteira Infrasul pelos contratempos vividos pelos moradores. Ele explicou que tem cobrado providências da empresa, que realiza obras por todo o bairro, e que não pode jogar saibro em cima do barro por impedimentos técnicos. Claudio Castilho, que falou em nome da Infrasul, declarou que iria fazer “o impossível” para melhorar a situação na rua Pollux. Além desta via, outras adjacentes como a Corvus e Via Láctea também apresentam pontos intransitáveis. Nas obras do Paraíso serão necessários mais de cinco mil metros de tubos de concreto. Após a construção das rede de água e esgoto, as ruas receberão asfalto.

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