Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br
Espremido entre o Adhemar Garcia e Jarivatuba, de quem foi desmembrado há pouco mais de cinco anos, o bairro Ulysses Guimarães possui um dos piores déficits de ruas asfaltadas em Joinville. A situação piora principalmente entre moradores localizados no assentamento precário conhecido por Juquiá, onde é visível a sensação de abandono por parte da administração municipal. No Juquiá, conseguir o ensaibramento de alguma via é considerado uma tarefa quase impossível.
Das cerca de 60 ruas do Ulysses Guimarães, que somam 15,5 quilômetros de extensão, apenas 1,5 quilômetro tem asfalto. Não há outro tipo de calçamento que melhorem as condições para pedestres e motoristas na maior parte das vias, restando nada menos que 13,9 quilômetros mantidos em saibro, que em dias de chuva reservam incontáveis buracos e muita lama.
Para tentar driblar o problema, estudantes e trabalhadores saem de casa com sacos plásticos protegendo os calçados. “Isso se quiser chegar um pouco limpo na escola ou trabalho”, diz a dona de casa Joraci Soares, moradora de uma rua sem nome. A referência de sua casa é o poste 40 e lote 7 da rua Dílson Funaro, uma das principais vias do bairro que empresta o nome para servir de endereço a centenas de moradores sem endereço oficial.
Recentemente, vizinhos de Joraci se cotizaram na compra de entulho que foi usado na conservação de algumas ruas, permitindo a aproximação de caminhões da coleta de lixo. “Brigamos muito para a secretaria regional (do Paranaguamirim, unidade administrativa que cuida do Ulysses) mandar a patrola para remendar as ruas, mas não adianta. Então nós mesmos resolvemos agir”, afirmou o comerciante José Benedito Trisoti.
‘Só pela misericórdia de Deus’
A situação piora no Juquiá quando a chuva faz transbordar as valas a céu aberto que cortam a região e representam o sistema de águas pluviais e de esgoto doméstico. “É tudo misturado e as crianças brincam no meio da sujeira. É só pela misericórdia de Deus”, desabafou Adriane Sandra Santos de França, também moradora da “Dílson Funaro”.
Para a dona de casa Ana Maria Pereira Ribas, moradora da rua que há poucos meses recebeu novos vizinhos que ocuparam uma área de preservação, existem regiões que não poderiam se chamar de bairros. “O Ulysses é um desses lugares”, disse ela. O desempregado Helio Alves, um dos novos vizinhos, concorda: “Se a gente precisar de uma ambulância, pode esquecer porque o carro não entra nas ruas”.
‘Onde está o dinheiro?’
Até hoje, moradores do Ulysses Guimarães se perguntam aonde foi parar o dinheiro liberado pelo Ministério das Cidades, via Caixa Econômica Federal, para implantar os sistemas de drenagem e rede coletora de esgoto em boa parte do bairro. A placa anunciando o investimento de R$ 3,1 milhões, que beneficiaria 632 famílias, está quase no chão.
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