EDITORIAL: O drible da vaca

O nosso presidente gosta muito de usar linguagem futebolística para ilustrar seus discursos. Por considerar o futebol um tema de fácil entendimento, Lula usa e abusa de expressões como “o que vale é bola na rede” ou “em time que está ganhando não se mexe”.

Pois bem, vamos também usar uma destas expressões do futebol para explicar de modo simples o que aconteceu na negociação entre as empresas concessionárias do transporte coletivo de Joinville e a prefeitura e que resultou no aumento das passagens.

Em fevereiro de 2009 as duas empresas de ônibus mandaram um ofício para o prefeito Carlito pedindo um reajuste no valor da passagem de R$ 2,05 para R$ 2,30 - bem acima da inflação.

Carlito, que tinha se comprometido na campanha eleitoral de encampar as propostas do candidato derrotado Kennedy Nunes de baixar a passagem de ônibus, resolveu jogar o abacaxi para o seu secretario de Infraestrutura, professor Nelson Trigo.

O aumento seria ou não concedido após a análise das planilhas de custos sob a responsabilidade de Trigo. Acontece que na avaliação do secretário, as planilhas eram ilegais porque não foram geradas com dados da própria prefeitura.

Carlito então resolveu desafiar a legalidade e, desprezando o parecer do professor Trigo, deu tudo o que as empresas pediram. Para compensar sua generosidade de dar aumento acima da inflação, o prefeito combinou com as empresas que elas dariam a gratuidade aos idosos de 60 a 64 anos.

Carlito esqueceu que estava no campo da ilegalidade. As empresas não esqueceram. Foram à Justiça, conseguiram cancelar a gratuidade e ainda ficaram com o aumento acima da inflação.

Deram o “drible da vaca” no prefeito e correram para comemorar.

2 comentários:

Anônimo disse...

A prefeitura deveria agora fiscalizar os ônibus em Joinville,tipo, horários não respeitados e passar a multar as empresas e quanto a conservação dos mesmos, pneu ¨careca¨ rodando é o que mais têm, motoristas em excesso de velocidade,dando troco em movimento,etc..........acorda carlito.

Vera Lucia G. disse...

Acho que tudo já estava acertado entre o prefeito e os empresários.
O problema foi o professor Trigo não ter aceitado o acôrdo. Pagou por isso. Teve que sair.
Na administração petista é assim, quem quiser ser honesto tem que pedir o boné e sair.