Álcool sobe 12% em um mês e perde vantagem

DINILSON VIEIRA
dinilson@gazetadejoinville.com.br
A pesquisa semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) da semana passada mostra nova alta nos preços dos combustíveis, corroborando a tese do governo para reduzir o percentual de álcool na gasolina, reduzindo a quantidade misturada de 25% para 20%.
O levantamento mostra que o litro do álcool combustível subiu, na semana passada, 3,77% na média de todo o país, custando, em média, R$ 1,842. Nas últimas quatro semanas, o álcool ficou 7,91% mais caro.

A mistura do álcool acaba influenciando também o preço da gasolina, cujo litro aumentou 0,51% na semana passada. Nas últimas quatro semanas, o combustível subiu 0,75%.

Com a redução da quantidade de álcool misturada à gasolina, o governo espera disponibilizar maior quantidade do combustível renovável no mercado, cuja oferta está prejudicada nos últimos meses.

A alegação dos usineiros é que as fortes chuvas vêm prejudicando a produção. Ao mesmo tempo, a maior demanda por açúcar no mercado internacional vinha fazendo com que parte da produção de cana de açúcar estivesse sendo direcionada para a produção da commodity.

Álcool em Joinville custa até 83% do litro da gasolina

Abastecer o carro com álcool em Joinville também deixou de ser interessante porque o litro do combustível derivado da cana-de-açúcar chega a custar 83% do valor pago por litro de gasolina – o recomendável pelo governo é que esse limite não ultrapasse 70%.

“Um carro flex chega a rodar até cinco quilômetros a mais com um litro de gasolina em relação ao de álcool. A procura por álcool por aqui chegou a cair 80%. Vendíamos até 3 mil litros por dia e agora não passa de 600”, explicou Miguel Martins, funcionário do posto da avenida Juscelino Kubischek, 315, Centro, um dos estabelecimentos visitados pela reportagem.
No posto de Miguel, o litro do álcool custava 81,5% do de gasolina – R$ 2,18 contra R$ 2,68. No posto da esquina das ruas Abdon Batista e Procópio Gomes, centro, o álcool custava R$ 2,159 contra R$ 2,59, ou 17% de distância de um para outro. “De cada 20 automóveis que abastecem, 18 motoristas pedem gasolina. Antes, esta relação era meio a meio”, disse um funcionário.

No posto da esquina das ruas Saguaçu com Dona Francisca, no Saguaçu, a gasolina custava R$ 2,65 e o álcool, R$ 2,09 – 79% do valor do segundo em relação ao primeiro. “A venda de álcool caiu 50%”, disse o gerente Sergilio Camargo. No estabelecimento do Binário do Iririú, o litro da gasolina estava em R$ 2,64. Para que o litro de álcool valesse a pena, deveria custar até R$ 1,85, mas estava a R$ 2,15. “Só compra álcool quem é obrigado”, afirmou o frentista Antonio Bispo.

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