Região pede pontes de concreto

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

Considerado único bairro com status de distrito em Joinville e com 151 anos de idade, Pirabeiraba custou a engavetar a luta por sua transformação em município.

Agora, a palavra de ordem é reivindicar junto ao poder público benfeitorias mais prosaicas, como substituir pontes e pontilhões de madeira por equipamentos mais resistentes a temporais, construídos em concreto e aço. Desde o início da gestão Carlito Merss (PT), em janeiro de 2009, o distrito já teve decretado dois estados de emergência em razão das chuvas. “Mais do que asfalto, precisamos construir novas pontes que acabaram destruídas ou danificadas com os temporais. O pior é que não poderemos fazer esse ano”, declarou o secretário regional distrital, Sidney Sabel.

Das 14 secretarias regionais da cidade, a unidade comandada por Sabel é a única que conta com um fundo específico dotado pela Prefeitura para tentar desenvolver o distrito. Com isso, além dos orçamento normal repassado às secretarias, Pirabeiraba tem R$ 1,5 milhão a mais para gastar durante o ano. “Nos últimos meses, gastamos esse dinheiro para consertar o que a chuva estragou”, disse o secretário, lembrando que o fundo foi criado em 1999, justamente para acalmar os ânimos do movimento que gostaria de ver o distrito livre de Joinville, com seu próprio prefeito e vereadores.

Quando se fala em emancipação entenda-se Pirabeiraba e os vizinhos bairros Dona Francisca e Rio Bonito. Juntos, somam um território de nada menos que 412 quilômetros quadrados – dos quais, 398 na área rural e apenas 13 na urbana. A dona de casa Patrícia de Oliveira, moradora da rua Paulo Schramm, que fica na ponta de Pirabeiraba, ao lado da BR 101, se mostrou preocupada com a ponte sobre o rio Alandff, na rua Conselheiro Pedreira. Sem uma das grades de proteção e com espaço apenas para os carros, a ponte é caminho obrigatório de moradores locais, entre eles o filho de 7 anos de Patrícia. “Explico para ele que só se pode atravessar quando não vem carro. Já houve acidentes de quedas de motoristas no rio”.

FALTA ASFALTO

A presidente da Associação de Moradores e Amigos de Pirabeiraba, Vilde Beltrami, disse que substituir as pontes é importante, mas lembrou outras deficiências do distrito. “Precisamos de asfalto e trocar os pavimentos de paralelepípedos”, afirmou ela. Além disso, segundo Vilde, é necessário dar mais atenção à rua Dona Francisca, que liga o centro ao distrito. “É uma via muito perigosa, que exige atenção redobrada dos motoristas. Há trechos esburacados e sem acostamento. A duplicação está longe de começar”. Pirabeiraba, Rio Bonito e Dona Francisca têm 102,6 quilômetros de estradas e ruas pavimentadas, mas ainda amarga 168 quilômetros sem calçamento.

Empresa gera incômodo

Recentemente, moradores de Pirabeiraba se reuniram com a Comissão de Urbanismo Obras, Serviços Públicos e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores na Sociedade Guarani em Pirabeiraba, ocasião em que foi discutida a instalação da empresa Britânia no Distrito.

Morador de Rio Bonito, o vereador Odir Nunes (DEM) intermediou o envio de um ofício das Associações de Moradores para a vereadora Dalila da Rosa Leal, presidente da Comissão, após receber inúmeras reclamações dos moradores.

CARGA PESADA
Participaram da reunião os diretores da Empresa Britânia, o presidente do Ippuj (Fundação Instituto de Pesquisa e Planejamento Sustentável para o Desenvolvimento de Pesquisa), além de representante da Litoral Sul Auto Pista. As reclamações são sobre a circulação dos caminhões com cargas pesadas dentro do centro do distrito, o que tem causado danos nas ruas. Os moradores pedem o desvio dos caminhões e ainda saber se a empresa está em dia com a licença para a construção.

Nome já foi Pedreira

O ano de 1858 foi de grande importância, não apenas para o desenvolvimento da Colônia Dona Francisca, mas também de toda uma vasta região do nordeste catarinense: em março daquele ano foi iniciada a construção da grande estrada da Serra, mais tarde denominada Estrada Dona Francisca. Em março de 1859, chegou a Joinville o conselheiro Luiz Pedreira de Couto Ferraz, a fim de inspecionar o andamento das obras.

Em 15 de abril do mesmo 1859, Léonce Aubé, na qualidade de diretor da Colônia, doou ao conselheiro um lote de 500 braças quadradas de área fértil, que, em sua homenagem, recebeu então o nome de Pedreira. Assim foi fundado o distrito de Joinville.

NOME DE RIO
A partir da Segunda Guerra Mundial, o nome foi mudado oficialmente de Pirabeiraba, para não ser confundido com uma vila de São Paulo, que também tinha o nome de Pedreira. A denominação Pirabeiraba originou-se no rio que corta a região e que quer dizer peixe brilhante.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nós, moradores de Pirabeiraba nunca vimos a cor deste dinheiro, só agora com as chuvas, tem uma desculpa do fim da grana.
Sendo que no caso de desastres o dinheiro para as obras viria de qualquer jeito!
Mas nos anos anteriores?
To falando deste mandato e do outro!!

Anônimo disse...

Gostaria de saber em que lugar foi parar esse dinheiro, porque não vejo nada ser feito. O asfalto da minha rua foi pago pelos moradores.
A estrada Dona Francisca que é o principal acesso a Pirabeiraba é uma vergonha, já danifiquei o carro nos enormes buracos encontrados ao longo de toda a estrada.
Os vereadores de Pirabeiraba não fazem nada por nós.

Anônimo disse...

Pirabeiraba nunca viu a cor desse dinheiro. O asfalto da minha rua foi pago pelos moradores e obras aqui não existem.
A estrada Dona Francisca que é a prinicpal ligação do distrito com as outras regiões de Joinville é uma vergonha. Sem acostamento em muitos lugares, com caminhões pesados que deixam o trânsito lento, além dos buracos que já danificaram o meu carro.