Obra de revitalização da Rua XV vai parar na Justiça

Jacson Almeida
jacson@gazetadejoinville.com.br

O embate entre Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Joinville (Conurb) e a Lobo & Creddo Construtora, responsável pela revitalização da Rua XV de Novembro, está longe de terminar. Ambas entrarão na Justiça para o ressarcimento de supostos danos. A confusão começou depois que a Conurb rompeu o contrato com a empresa argumentando irregularidades no serviço. Por outro lado, o sócio da Lobo & Creddo, o engenheiro Jerson Trautwein Di Creddo, afirma que a irregularidade está na licitação da companhia, que teria interesse político e particular em colocar outra construtora. A queda de braço transtornou proprietários dos estabelecimentos do local, que viram a obra parada por dias.

Na mesma fila dos empreiteiros que prestam serviço às secretarias regionais e estão sem receber da prefeitura, o engenheiro acusa a Conurb de calote. “Ninguém faz mais nada para esse governo. Os construtores grandes não fazem mais serviço”, dispara. A dívida da prefeitura com a construtora seria de aproximadamente R$ 120 mil reais pela execução de calçadas.

A partir da assinatura do termo de contrato começou a briga entre o governo e a empresa. Na interpretação da construtora, a proposta de licitação pedia que o serviço de colocação de três mil metros quadrados de calçadas seria com paver (lajota) da cor cinza e depois a Conurb pediu outras cores, elevando o custo da obra. O sócio da empresa acusa ainda a prefeitura de obrigar a fazer o que não estava no contrato.

CONURB SE DEFENDE
O presidente da Conurb, Tufi Michreff Neto, diz que as acusações não são verdadeiras e explica que a contratação era para a confecção das calçadas de Joinville, sem especificar os locais. Segundo ele, fazer um preço abaixo do mercado para ganhar uma licitação e depois usar termo aditivo para conseguir mais dinheiro é uma manobra bastante comum em Joinville. E acrescenta ainda que as ordens do Governo são para não aceitar este procedimento. “Nós não vamos compactuar com esse tipo de coisa”, ressalta Tufi.

Segundo o dono da construtora, a Conurb seria a responsável pela demora na obra. No termo de aditivo enviado à companhia, o engenheiro pede mais dinheiro por causa de gastos que não estavam no contrato e diz que a prefeitura demorou a fornecer alguns materiais. “Por várias vezes demorava em chegar o material para colocar antes do piso”, diz.

A briga maior entre construtora e prefeitura foi o rompimento do contrato, após um processo administrativo. “Não há interesse em solução da questão ou apuração de responsabilidades, mas simplesmente fazer valer uma vontade particular/política que de tão clara e abusiva, sequer aguardou ouvir a defesa do contratado”, diz a parte da resposta de defesa do processo administrativo.

O rompimento do contrato, conforme Tufi, foi devido as irregularidades que começaram quando a construtora não terminou quatro calçadas no bairro Floresta. Já na obra da rua XV de Novembro, o presidente afirma que a empresa não seguiu normas técnicas, demorou na obra, fez o trecho do passeio sem a qualidade necessária, entre outras irregularidades. Um dos erros, segundo a Conurb, foi não ter travado o piso que, com a chuva, causou estragos na calçada.

Quem perde com o embate

Quem perde com a briga são os lojistas da rua XV de Novembro que viram a obra parada por muitos dias. A revitalização iniciou novamente na quarta-feira (21) e outra construtora assumiu o lugar da Lobo & Creddo.

Salete Sassaki, 43 anos, é proprietária da Universo Loterias, que fica em uma parte das calçadas. Ela cansou de ouvir cliente reclamando diariamente. Além da dificuldade em trafegar, as vagas de estacionamento que existiam foram interditadas. Na sexta-feira (23), quando a equipe do jornal foi à obra já o estacionamento já estava liberado.

Salete reclama ainda que não deram nenhuma data para finalizarem a grande “bagunça” e diz que a Conurb culpou a empreiteira. Para ela, a calçada não precisava ser revitalizada. “As calçadas estavam em excelente estado e inventaram essa obra, que não vai para frente”, diz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Este governo cada dia que passa só perde a credibilidade com o povo joinvillense e com as empresas...estou contanto os dias para acabar esta aflição.