Agora é a falta de passageiros

Da redação
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O transporte coletivo de Joinville faz com que milhares de usuários se cansem dos empurrões para conseguir um lugar nos ônibus lotados e da longa espera nos terminais para o embarque, que pode demorar até 30 minutos. Além de fazer com que os passageiros paguem uma das tarifas mais caras do Brasil, o transporte coletivo causa estragos políticos. Por um lado, o usuário sofre no dia-a-dia, por outro o prefeito Carlito Merss e o Partido dos Trabalhadores caem no desgosto popular devido às escolhas do executivo em aumentar a tarifa da água e a passagem do transporte. Nas eleições para prefeito, em 2008, o prefeito petista foi eleito com mais de 60% dos votos pelo anseio de mudança da população, que queriam outra forma de gestão e não uma impopular. Mas uma sucessão de aumentos concedidos pelo Executivo – reajustes de 6,41% da água em 2009 e 4,58%, em 2010, e 12% no transporte coletivo em 2009 – deixou a população desacreditada com a nova gestão.

Agora, mais uma vez, o prefeito Carlito Merss (PT) tem nas mãos o pedido de aumento das concessionárias que oferecem o serviço de transporte coletivo, a Gidion e a Transtusa. As empresas pedem o reajuste de 15,22% e usam como argumento a queda no número de passageiros, aumento de custos na manutenção e o futuro reajuste dos funcionários.
Em 2009, primeiro ano da nova gestão, a decisão de aumentar o transporte coletivo acima da inflação fez com que Carlito tivesse uma avaliação péssima. Além da insatisfação popular, a medida causou o rompimento político com o aliado das eleições de 2008, o deputado estadual Kennedy Nunes (PP). E se o Executivo conceder o aumento neste ano, os usuários podem pagar até R$ 2,65 pela passagem.

Fingimento de Carlito

Um dos mais críticos ao governo Carlito, o deputado Kennedy diz ser otimista e crê que o petista não vai dar aumento porque sofrerá com a revolta popular. “Se Carlito aumentar a passagem, a população vai desacreditar no governo. As concessionárias estão fazendo o papel delas, visam o lucro. Vamos ver se prefeito é funcionário do povo ou das empresas de ônibus”, desafia.

A Gidion e Transtusa querem novamente um aumento acima da inflação. Segundo elas, as planilhas apresentadas, que compreendem dados entre dezembro de 2009 e fevereiro de 2010, apontam a queda no número de passageiros pagantes como o principal fator que contribuiu para realinhamento de preço. Ressaltam, ainda, que precisam aumentar a frota.

Enquanto o executivo fala em analisar as planilhas, Kennedy diz que Carlito “finge” quando diz que estuda as planilhas. “O prefeito não fiscaliza, prevarica”.

Novamente, como em 2009, entidades como o Centro de Direitos Humanos (CDH) formaram o Comitê de Luta do Transporte Coletivo para barrar o possível reajuste, já que no ano passado o governo Carlito também falou que iria estudar as planilhas e concedeu o aumento. O vereador Adilson Mariano, do mesmo partido de Carlito, também faz parte do Comitê.

“As entidades reunidas entenderam que o aumento é inaceitável, pois, além de se tratar de uma concessão pública de mais de 40 anos e inúmeras prorrogações ilegais que estão sendo contestadas na Justiça, traz um ônus insuportável para os trabalhadores e estudantes, usuários do transporte coletivo que não obtiveram esse percentual de reajuste em seus salários”, diz carta do Comitê enviada à imprensa.

O Movimento Passe Livre também entra na briga para barrar o aumento.


“Superlotação é desumana”

Igual a milhares de usuários que trafegam diariamente nos ônibus de Joinville, Juliane Adriane de França, de 23 anos, tem muitas histórias sobre o transporte coletivo da cidade. Ela, que utiliza diariamente o serviço para ir ao trabalho, na região norte da cidade, lida com os problemas, como superlotação e passa diariamente mais de duas horas dentro de um ônibus. Segundo ela, em duas semanas dois veículos quebraram e atrasaram vários trabalhadores.“O terminal central é desumano às 18 horas”, lamenta Juliane ao se referir a milhares de pessoas que se empurram para conseguir um lugar no terminal.

Já a estudante Jeane dos Santos Nunes, de 15 anos, tem na cabeça que comprar uma moto compensa mais do que andar de ônibus por causa do preço da tarifa. Além de ser mais confortável e rápido. Segundo a estudante, há dias que junto com as amigas vai sentada nos degraus dos ônibus devido à lotação. Ela usa diariamente o transporte coletivo para ir à escola, que fica no Centro da cidade. “Diariamente várias pessoas ficam trancadas nas portas”, diz.

Cadeirantes sofrem com despreparo

Muitos dos veículos da Gidion e Transtusa não possuem elevador para acessibilidade dos deficientes físicos. E os que possuem muitas vezes a máquina não funciona e em muitos casos o motoristas não sabe controlar o elevador. Segundo Juliane, durante um percurso na linha Norte/Sul o horário de ônibus atrasou em virtude do despreparo do motorista em atender ao usuário cadeirante. Ela destaca que o funcionário das empresas não sabia mexer na máquina.

A assessoria de imprensa da Gidion e Transtusa reconhece a demora. Segundo ela, o tempo do motorista até estacionar devagar, conduzir o cadeirante até sua vaga, fixar a cadeira no box, colocar o cinto de segurança, recolher o elevador e retornar ao volante para dar continuidade no percurso tem tempo estimado de sete minutos, desde que o passageiro esteja em local adaptado no espaço ideal, com altura e nivelamento do piso adequados para o elevador.

7 comentários:

Fabricio disse...

Como esses empresários do transporte coletivo de Joinville mentem e se contradizem.
Uma das alegações para solicitar um novo aumento na tarifa, é que o número de passageiros pagantes esta caindo a cada ano, o que já é uma mentira, e se segundo eles o número de passageiros esta diminuindo, porque uma das alegações para se aumentar a tarifa é para que se aumente a frota.
Carlito ao menos uma vez bata na mesa e diga não a esses exploradores e ladrões do povo Joinvillense!

Anônimo disse...

Carlito de novo? Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Adilson disse...

Deputado Kennedy, é obvio que o Carlito vai conceder aumento da passagem do ônibus, até porque sua popularidade já está baixíssima à muito tempo, e ele tem um compromisso com as empresas de retribuir a ajuda recebida para sua campanha eleitoral. Agora, a desculpa das empresas de que reduziu o número de passageiros é motivo para aumentar o preço da passagem é um absurdo! É um descaso com o contribuinte. Está mais do que na hora de colocar essa máfia pra correr e abrir licitação, talvez assim tenhamos um transporte digno e de qualidade que a maior cidade do estado tanto necessita.

Anônimo disse...

Tá na hora de colocar uma mulher para ser prefeita de Joinville.Tem que ter "peito" para dizer não aos empresários que enriquecem mais e mais a cada dia!

Anônimo disse...

Pelo preço da passagem tem que ser tudo Pega Fácil. Tá mais caro que a gasolina!

Anônimo disse...

já temos uma mulher de prefeito ...
O que falta é alguém com peito pra enfrentar essas empresas e abrir licitação . Mesmo que tenha que pagar multa por quebra de contrato , abrindo mais concorrencia o preço com certeza baixará.

Anônimo disse...

Um absurdo Carlito aumentar a tarifa dos onibus!!! porque ao invez disso nao aumenta o salario dos servidores publicos que prometeu e ate agora nada!!!