Carlito é subalterno de empresas de ônibus, diz vereador petista

da redação
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Há duas semanas, o deputado Kennedy Nunes (PP) reacendeu a discussão por uma tarifa de transporte coletivo mais barata para Joinville ao espalhar outdoors pelos quatro cantos da cidade. Kennedy cobra do prefeito Carlito Merss o acordo que os dois tinham de usar a verba do gabinete do executivo para subsidiar as passagens de ônibus. Na sexta-feira (22) , foi a vez do vereador Adilson Mariano (PT) entrar na briga ao fazer duras criticas ao comportamento de seu colega petista.

Carta aberta
Mariano divulgou, através de seu site pessoal e da imprensa local uma “Carta Aberta” ao prefeito Carlito Merss em que o parlamentar demonstra sua indignação com o aumento concedido às passagens de ônibus e principalmente com a recente suspensão da gratuidade de idosos de 60 a 64 anos.

Adilson Mariano foi o autor da lei que definiu o benefício, mas viu as empresas concessionárias agirem nos bastidores e conseguirem, na Justiça, derrubar a gratuidade.

Em documento publico o vereador elenca 13 pontos para que, segundo ele, a população possa “refletir” sobre a polêmica em torno do transporte coletivo.

O vereador diz ter feito um grande esforço, através de movimentos sociais e do partido, para que Carlito não concedesse o reajuste pedido pelas empresas, mas não adiantou.

Prefeitos subalternos
O petista afirma que desde 1996, a passagem de ônibus de Joinville subiu mais que o dobro da inflação e acusa os prefeitos que cumpriram mandato neste período (Luis Henrique/PMDB), Marco Tebaldi/PSDB) e o atual Carlito Merss) de serem “subalternos” das empresas de ônibus. “Há muito tempo Gidion e Transtusa conseguem os aumentos que querem de prefeitos subalternos, prejudicando a população que mais precisa. Até o aumento de maio de 2009, a tarifa havia sido reajustada (somando todos os excessos, desde 1996) 109,2% acima da inflação. Logo, a tarifa deveria ser reduzida e não aumentada.”

Adilson Mariano lembra ainda a falta de fiscalização da prefeitura sobre o sistema de transporte coletivo. “Qual a base para aceitar o valor da tarifa imposto pelas empresas? Os dados da planilha de custos. Mas como aceitar tais dados se há muito tempo praticamente inexistia fiscalização no sistema? Como aceitar os números determinados pelo crivo exclusivo dos interessados no aumento?”, questiona o vereador.

ILEGALIDADES DAS PLANILHAS
Em outro item do documento, o vereador petista alerta para falhas graves nas planilhas produzidas pelas empresas de ônibus e chanceladas pela Prefeitura. “Por que o governo permite que o valor pago pelas indústrias para o transporte especial de seus operários não entre no sistema, mas admite a inclusão do custo desse serviço, considerando o pagamento dos motoristas, combustível e manutenção dos ônibus?”, pergunta Mariano.

Segundo ele: “A integralidade do valor vai para o bolso dos empresários, mas o custo é pago pelos usuários do sistema. O mesmo ocorre com os fretamentos. Se os operários transportados, bem como os usuários dos fretamentos, estivessem incluídos no sistema, aumentaria largamente o índice do IPK (índice de passageiro por quilometro rodado), reduzindo assim o valor da tarifa”, avalia Mariano.

GUANABARA: Bairro é desprezado por Carlito

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

Mesmo sendo morador há 29 anos de apartamento no residencial Guanabara, o prefeito Carlito Merss (PT) foi alvo recente de dura crítica no bairro homônimo. “Não queremos nos indispor com a Prefeitura e nem com o prefeito, mas geralmente nossos pedidos não têm sido atendidos. Na administração anterior era diferente”, desabafou Osmar Domingos Cardoso, o Mazico, que falou em seu nome, no de sua esposa Matilde Cardoso e no de outros 20 membros da diretoria da Associação de Moradores do Guanabara, uma das regiões mais antigas de Joinville, com quase 10 mil habitantes e situada entre o Bucarein, Floresta, Itaum, Fátima e Boa Vista, na região sul da cidade.

O Guanabara é praticamente uma ilha dentro da cidade: sua linha limítrofe que o separa da vizinhança começa na confluência dos rios Cachoeira e Itaum, segue até a rua Florianópolis, depois pelo rio Bucarein e deste, até o ponto inicial, o Cachoeira – bacia da região central do qual faz parte. Também é endereço de três sítios arqueológicos pré-coloniais, conhecidos como sambaquis: o do Morro do Ouro, o Guanabara I e o Guanabara II.

O Guanabara é formado por 88 ruas, que totalizam 36.192 metros de extensão. Destes, 15.204 metros são asfaltados e incluem vias como a Guanabara, Graciosa, Florianópolis e Teresópolis. Outros 9.582 metros são conservados com outros tipos de pavimento e os demais 11.406 metros, mantidos em saibro.

Vice-presidente da associação de moradores, Mazico aponta como uma prova de desprezo da atual administração aos anseios do bairro a não conclusão do asfalto da Rua Nacar, via que serve de itinerário de uma das linhas de ônibus que faz a ligação com o Terminal do Guanabara. “Há anos esperamos a pavimentação dessa rua e tínhamos esperança que a obra saísse em 2009. A Secretaria Regional do Itaum (unidade administrativa municipal que cuida do Guanabara) não nos dá qualquer resposta”.

O descontentamento com a administração Carlito também é grande nas ruas Taubaté, Guilhon Ribeiro, Maria Correia Breneisen, Santo Agostinho, Augusto Richilin, Geraldo Pereira Lima, Aquidauana, Crispim Mira, Patrício Maia, Sidnei Costa dos Santos, Lucia Lopes, Esteves Junior, Acarai e Osvaldo Schmidt, todas sem asfalto ou com a pavimentação incompleta.

“Estamos indignados com a espera e a resposta da Secretaria do Itaum é sempre cheia de evasivas”, afirma Domingos. Morador da Rua Eleotério Maia, que tem um trecho sem asfalto, o aposentado Laércio Otavio dos Santos, 69 anos, espera viver para ver a obra concluída. “É difícil, mas tenho esperança”, diz Laércio.

O secretário regional do Itaum, Manoel de Medeiros Machado, negou que o diálogo com a comunidade do bairro esteja prejudicado. “Jamais vou trancar a porta para associações de moradores. Agora, é complicado limpar terrenos de sedes de associações”, disse Manoel.

Lixo e entulho em calçada de sambaqui

Lixo orgânico e reciclável, além de restos de material de construção são despejados ilegalmente em calçadas do bairro Guanabara, preocupando a vizinhança. Esse é um dos problemas mais crônicos do bairro, segundo a Associação de Moradores.

Um exemplo do descaso foi confirmado pela reportagem na calçada que cerca o sambaqui existente nos fundos da escola municipal Dr. Jorge Lacerda, na Rua Araguaia. “Já telefonei pelo menos 10 vezes para a Secretaria Regional do Itaum limpar a área e a providência não foi tomada”, afirmou Daniel Batista, morador vizinho ao sambaqui.

De acordo com o secretário Manoel de Medeiros, áreas de sambaquis recebem limpeza regulares, mas a situação é delicada porque o serviço é executado num dia e na manhã seguinte os locais já estão sujos de novo. O Guanabara possui ainda os sambaquis da Ponte do Trabalhador e da Rua Teresópolis, que, segundo moradores, também estão abandonados.

O bairro tem 99% de seu território abastecido por água e eletricidade, enquanto 28,95% dos domicílios têm rede coletora de esgoto, que não recebe tratamento. Mas há locais onde a água é insuficiente, como é o caso da Rua Esteves Junior. Segundo reclamações, o tubo de 32 milímetros de diâmetro seria incompatível com a demanda.

Morador promete ir ao MP para impedir Minha Casa Minha Vida

Dinilson Vieira
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A Associação de Moradores do São Marcos, bairro de classe média situado na região Sul de Joinville, com pouco mais de 2.500 habitantes, promete uma luta incansável para tentar impedir a instalação do Minha Casa Minha Vida, programa de moradia popular financiado pela Caixa Econômica Federal com aval da prefeitura. “Temos um encontro com o Ministério Público no próximo dia 3 de fevereiro, quando apresentaremos argumentos sobre a falta de planejamento para construir o projeto no bairro. Não somos contra, mas contrários à forma como está sendo conduzido”, afirma o empresário Joni Marcos Becker, morador do São Marcos e integrante da comissão formada pela associação para tratar do assunto.

A briga entre quem é contra e favorável ao programa, ou até mesmo para àquele morador que tanto faz, esquentou nos últimos dias, após se espalhar a notícia de que o terreno em que muito provavelmente será construído o conjunto de prédios de quatro pavimentos cada, está em adiantado processo de negociação com a empreiteira interessada pela obra, o proprietário e a CEF. A área mede cerca de 11 de mil metros quadrados, é cercada por mata com um córrego passando por uma de suas partes laterais e está localizada no final da Rua das Magnólias, uma das vias do bairro sem asfalto ou rede de coleta de esgoto.

Projeto foi aprovado na calada da noite

Até hoje a Associação de Moradores não engoliu a história de que, para viabilizar o projeto no São Marcos, a bancada de apoio ao prefeito Carlito Merss (PT) na Câmara aprovou em 26 de novembro de 2009, em uma sessão na calada da noite, a mudança da Lei de Zoneamento no bairro, permitindo, dessa forma, que a região da Rua das Magnólias possa receber construções de quatro pavimentos e não somente de dois, como previa a lei anterior. A mudança da lei atingiu ainda outras partes de Joinville e só vale se for exercida para atender o programa Minha Casa Minha Vida e não para outros empreendimentos particulares.

A associação ainda pedirá ao MP que investigue a forma como a Câmara promoveu três audiências públicas para discutir o assunto com a comunidade. “Foram audiências mal divulgadas, por baixo do pano, e temos o direito de participar de todo o processo”, diz Joni Marcos. Também integrante da comissão de moradores, Gustavo Gohr enfatiza que o São Marcos tem um terço de seu território coberto de Mata Atlântica e que a comunidade está preocupada com a descaracterização do bairro. “Queremos saber como está a questão ambiental no terreno da Rua das Magnólias”, declara Gustavo, acrescentando estranhar o fato do bairro ter apenas 49 famílias inscritas no Minha Casa Minha Vida, o menor número da cidade.

O proprietário do terreno é Gesse Norberto Darga, que voltou a dizer que a venda está em andamento e que o programa deverá se concretizar, apesar de todas a interferências contrárias. “Por enquanto é o que tenho a falar”, finaliza ele. O terreno já começou a ser desmatado e seu valor pode chegar a R$ 2,5 milhões.

Secretaria nega definição

O diretor executivo da Secretaria Municipal de Habitação, José Teixeira Chaves, diz que há um desentendimento geral sobre o Minha Casa Minha Vida. “Ainda não existe nada definido para o São Marcos. Achamos importante alterar o zoneamento no bairro e em outros pontos da cidade, mas serão aceitos somente projetos habitacionais de interesse da Prefeitura”, explica José Teixeira, o Zeca.

Segundo ele, havendo uma proposta concreta para levar o programa para a Rua das Magnólias ou outra área do São Marcos, a comunidade será procurada para discutir a questão. Zeca diz que o Minha Casa Minha Vida possui hoje as seguintes unidades contratadas (em execução): 91 contratos individuais; 784 para famílias com renda até 3 salários mínimos, cujo valor do imóvel alcança R$ 45 mil; e 583 para famílias entre 3 e 6 salários, com imóveis até R$ 80 mil cada.

LAIR RIBEIRO: Seu corpo, templo

Você não vai ter mais saúde apenas porque prometeu isso em cima de um banquinho, chupando seis uvas na virada do ano.

Não adianta fazer promessas e não se comprometer com elas. Saúde é resultado de uma vida zelosa.

A maioria das pessoas nasce saudável, mas só as que se cuidam conseguem manter-se assim. Alimentação saudável e atividade física regular são alguns desses cuidados. Afinal, a máquina humana precisa de nutrição adequada e de movimento, acima de tudo, para não entrar em processo de deterioração.

Hoje, temos de nos preocupar com saúde muito mais do que nossos antepassados se preocuparam. Afinal, somos atingidos pela poluição atmosférica, excesso de lixo, uso indiscriminado de substâncias químicas na indústria e na agricultura, sem contar os maus hábitos alimentares que vimos adquirindo ao longo dos anos, como alimentação rica em gorduras e açúcares e pobre em nutrientes, os vícios, como cigarro, álcool e drogas, e os sentimentos prejudiciais, como angústia, raiva e medo, que acompanham o dia-a-dia de todos que vivem nas grandes cidades.

Nosso organismo vai paulatinamente sendo destruído.

O corpo avisa quando as coisas não vão bem, mas estamos perdendo a capacidade de escutá-lo. Por exemplo, quando estamos dispersos, com dificuldade em manter a atenção, em vez de aumentar as horas de sono para dar ao corpo mais descanso e a possibilidade de recuperar-se, “curamos” a desatenção com café e estimulantes, que sobrecarregam ainda mais o organismo, em alguns casos já sem forças.

Algumas acordam sempre atrasadas, tomam um cafezinho correndo, saem de casa esbravejando porque perderam a hora e ficam horas em jejum até que, no meio da tarde, pedem um lanche por telefone e “almoçam” correndo, em cima da mesa de trabalho. Depois, ficam sem comer até tarde da noite, quando chegam em casa morrendo de fome e “atacam” o que encontrarem pela frente. Essas pessoas também costumam ter contato com poluição ambiental, ficar nervosas, estressadas e, como se não bastasse, a maioria delas fuma quase um maço de cigarros por dia — tudo sem sair da frente do computador. E à noite, quando vão se deitar, não conseguem ter uma boa noite de sono, pois comeram muito e, pior, tarde da noite!

Pessoas assim são aventureiras. Sabe por que? Porque promovem verdadeiros ataques a seus intestinos, pulmões, vias urinárias, pele... Seu organismo tem uma capacidade reduzida de funcionamento, manifestando uma condição de vida precária... De tão agredido, o organismo já não é capaz de se recuperar. Suas vias de excreção das impurezas estão bloqueadas, a renovação e a oxigenação celular estão prejudicadas, o fígado está sobrecarregado, o sistema imunológico está enfraquecido... Mas a produção de radicais livres está ótima! Eles aumentam, comprometendo sistemas funcionais múltiplos e acidificando o sangue, entre outros prejuízos à saúde.

Um conselho: respeite seu corpo, sua saúde, sua vida. Primeiro, faça uma lista de seus hábitos alimentares. Depois, descarte os excessos e passe a gerenciar tudo o que você coloca para dentro do seu corpo. Opte por uma alimentação natural, à rica em frutas frescas, folhas e legumes, cereais integrais, e pobre em gordura, carne vermelha, açúcar e alimentos industrialmente processados. Diga não a vícios, como alcoolismo e tabagismo. E mexa-se! Com apenas 30 minutos diários você conquista um dia inteiro de bem-estar! Se você quer realmente viver mais e melhor, faça mais do que promessas de final de ano.

Situação do estacionamento rotativo ainda não está definida

Gisele krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br

Mais de um mês se passou desde a divulgação da sentença judicial para o rompimento do contrato entre Conurb (Companhia de Urbanização e Desenvolvimento) e Cartão Joinville, concessionária do estacionamento rotativo de Joinville, a situação ainda não foi definida. O Ministério Público embargou o processo porque quer uma liminar que cancele o contrato e não uma sentença. A situação pode demorar a ter um desfecho porque o juiz da 1ª Vara da Fazenda, que decidiu pelo rompimento, Renato Roberge, está de férias.

Se o MP conseguisse uma liminar, automaticamente as funcionárias do Cartão Joinville teriam que paralisar suas multas. Mas como há sentença, a empresa pode optar por recorrer no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, podendo chegar até o Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. Enquanto isso, as cobranças continuariam normalizadas.

O advogado da Cartão Joinville, Fabian Radloff, entrou com um embargo declaratório para buscar esclarecimento de algumas dúvidas pendentes do processo. Também já iniciou a apelação da sentença.

Atualmente, para estacionar um carro em uma das vagas da Zona Azul, o motorista paga por hora R$ 1,25. Caso ele se negue a comprar o cartão, é multado em R$ 13,75, ou seja, com a compra de 11 cartões.

Conurb defende serviço

Conforme o presidente da Conurb, Tuffi Michreff Neto, assim que a companhia for notificada, entrará com recurso. “Compensa mais ter uma empresa privada que administre o estacionamento rotativo”, diz. Para ele, enquanto a Cartão Joinville administrar as vagas do Centro, os ganhos são: agilidade na contratação do pessoal e melhor gerenciamento.

Ele destaca que se o governo fosse administrar seria mais complicado já que necessitaria de concurso público para contratar as agentes e a estabilidade dos funcionários prejudicaria o trabalho. “Não tem problema ser uma empresa privada, mas ela precisa ser bem fiscalizada”, admite.
Atualmente a Conurb recebe mensalmente um pouco mais de R$ 28 por vaga pertencente à Zona Azul. O restante vai para a empresa privada.

A partir de fevereiro, a novidade é que o cartão será fracionado para 30 minutos, com o custo de até R$ 0,70. “O decreto para este fracionamento já está na mesa do prefeito”, adianta Tuffi.

Para a contratação da empresa Cartão Joinville foi feita uma concorrência pública em 2002, como validade por cinco anos. Mas foi prorrogada por mais cinco. Assim, em 2012 vence definitivamente o contrato de prestação de serviços.

EDITORIAL: O vereador e o subalterno

Novamente, o velho tema que desde o ano passado insiste em assombrar o dia-a-dia do prefeito, dos empresários e das pessoas que dependem do transporte coletivo em Joinville: o aumento da passagem de ônibus.

Durante os quatro primeiros meses de 2009 o prefeito tentou dizer que não prometeu que iria baixar a tarifa. Afirmava que quem prometeu reduzir a passagem para R$ 1,85 foi o seu concorrente Darci de Matos. Por esperteza política, omitia sua própria promessa de baixar a passagem para o valor de R$ 1,80 conforme acordo entre ele e Kennedy Nunes, seu aliado no segundo turno.

O desfecho foi o pior possível para a população e para os empresários que pagam pelo vale-transporte de seus funcionários. Ao invés de reduzir o valor da passagem, o prefeito aumentou de R$ 2,05 para R$ 2,30. Houve protestos diários da população, com a participação inclusive do vereador Adilson Mariano, que é do mesmo partido de Carlito.

Inconformado com a traição do prefeito, o deputado Kennedy Nunes, PP, rompeu com Carlito a quem chamou de “mentiroso e sem palavra”. Já o vereador Adilson Mariano, do PT, acabou enquadrado pelo seu partido e teve que se calar.

Quando a situação parecia acomodada para a prefeitura surgem dois protestos públicos que colocam Carlito em xeque novamente. Primeiro foram os outdoors do deputado Kennedy exigindo os subsídios prometidos para reduzir a passagem e, agora, uma carta pública, entregue à imprensa pelo vereador Adilson Mariano, em que faz duras críticas à postura do prefeito diante das empresas de ônibus.

O vereador do PT põe no documento a indignação de quem gostaria de ver o prefeito como representante dos cidadãos e não como um subalterno da Gidion e Transtusa.

Briga por passagem de ônibus mais barata vai parar em outdoors

Da redação
redacao@gazetadejoinville.com.br
No último dia 11 as empresas de ônibus, de Joinville, conseguiram na Justiça suspender a gratuidade para idosos de 60 a 64 anos, o que reacendeu a grande polêmica do ano passado, que foi o aumento das passagens de ônibus em 12,2% e que acabou provocando o rompimento do deputado Kennedy Nunes (PP) com o prefeito Carlito Merss (PT).

Três protagonistas polarizaram o episódio: o prefeito, os donos das empresas de ônibus e o deputado Kennedy Nunes.

Os empresários apresentaram ao prefeito, planilhas que eles confeccionaram para sustentar a necessidade do reajuste das passagens.

O prefeito entregou as planilhas ao seu secretário de Infraestrutura, Professor Nelson Trigo, para que ele avaliasse a legalidade e a confiabilidade dos dados. Trigo rejeitou as planilhas, alegando que eram ilegais porque seus números foram obtidos sem controle e sem fiscalização da Prefeitura. Além disso, os números apresentavam distorções.

O que aconteceu a partir daí é de conhecimento público: Carlito ignorou as advertências do professor Trigo, concedeu o aumento acima da inflação e seu secretário pediu demissão por não concordar com essa ilegalidade.

Memória Curta
Confiando na falta de memória da população, na semana passada, logo após as empresas conseguirem a suspensão da gratuidade dos idosos de 60 a 64 anos, Carlito falou a imprensa, alegando que o valor da passagem de R$ 2,30 tinha sido uma vitória sua, porque ele teria “batido o pé” para conseguir este valor. Carlito afirmou que as empresas queriam R$ 2,40, mas ele só deu R$ 2,30.

No entanto, esta Gazeta obteve documento assinado pelos donos das empresas de ônibus, Moacir Bogo e Beno Harger, do dia 4 de fevereiro de 2009, em que os empresários pedem o valor de R$ 2,30, ou seja, o prefeito não bateu o pé, deu tudo o que eles pediram.

Outdoors
Inconformado com a atitude do prefeito, o deputado Kennedy Nunes voltou a cobrar de Carlito as promessas de reduzir as passagens de ônibus, através de subsídios da própria prefeitura. Esta semana, os joinvilenses foram surpreendidos com diversos outdoors espalhados pelos quatro cantos da cidade, nos quais, o deputado Kennedy exige do prefeito o cumprimento das suas promessas.

“Carlito, já te disse: Tira o dinheiro do teu gabinete para subsidiar a passagem de ônibus”.

JARDIM IRIRIÚ: Moradias sofrem com cheias

Dinilson Vieira
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O maior desafio da Prefeitura de Joinville para melhorar a qualidade de vida no Jardim Iririú, que tem cerca de 22 mil habitantes, é apontar possíveis soluções para os cerca de mil domicílios, de um total de cinco mil do bairro, situados abaixo do nível de ruas e que sofrem em dias de chuva forte. Quando o céu começa a escurecer, sinalizando que vai cair água, moradores já começam a levantar móveis e eletrodomésticos para evitar maiores prejuízos, pois sabem que as enchentes são inevitáveis.

O problema aumenta se a chuva coincidir com a maré alta no mangue que faz ligação com a lagoa do Saguaçu e cerca boa parte do bairro. Com a maré subindo, a rede de água pluvial não tem a força de gravidade mínima para fazer o despejo no mangue. Com isso, a água retorna às casas pela própria tubulação. Uma das estratégias adotadas por algumas famílias foi criar barreiras nos portões e instalar bombas que transferem a água de quintais para a rua.

“É um problema difícil de ser resolvido e depende menos da Prefeitura e mais dos moradores, que precisam investir para levantar as casas acima do nível das ruas”, diz Celito Alves, secretário regional do Comasa, unidade administrativa municipal que cuida do Jardim Iririú. Em uma recente chuva forte, a casa 1.862 da rua Tabatinga, localizada a mais de 500 metros do mangue, teve a água subindo quase um metro nas paredes.

Alagamento demora para escoar

A dona do imóvel, atingido pela enchente na rua Tabatinga, que mantém no local um salão de beleza, perdeu um televisor, rádio e sofá. Mesmo com o fim da chuva, a água não escoou de imediato. A Secretaria Regional então mandou uma equipe cavar um buraco na frente da casa até encontrar a rede de água pluvial, que recebeu um furo para que o escoamento fosse possível.

Presidente por cinco vezes da Associação de Moradores Chico Mendes (uma das três entidades que representam a população no Jardim Iririú), Augusto Pires de Lima explica que o problema é mais grave ainda, porque o esgoto sanitário das casas cai direto na rede de água pluvial. “Quando tem enchente, a água que volta para as casas é misturada com esgoto”, afirma ele.

A dona de casa Fabilia Abate Fernandes que o diga. Moradora da rua Servidão Manuel João Machado, ela se assusta quando a previsão é de temporal. “Levantamos a casa, mas não foi o bastante, pois a quintal continua enchendo e a água ainda pode invadir a casa, conforme a vontade de São Pedro”, afirma ela. “Estou tentando convencer meu marido a vender aqui e comprar em outro lugar”.

O ambulante Antonio Fidêncio mora numa das partes mais vulneráveis do Jardim Iririú: na rua Professora Eliama Koppea, uma das vias que margeiam o mangue. Ele nem precisa esperar a chuva para enfrentar o mau cheiro do esgoto que retorna pela tubulação. “Basta a maré encher e ninguém consegue respirar direito”, afirma ele, completando que o problema só poderá ser resolvido quando o bairro estiver equipado com sistema de coleta de esgoto eficiente.

Já o servente de pedreiro Nelson Salazar, morador da esquina formada pelas ruas Tabatinga e Arnaldo Nunes de Oliveira, aponta outra provável causa das enchentes: “Muitas saídas de tubos para o mangue estão entupidas”.

Saneamento básico previsto somente para algumas ruas

O secretário Celito Alves explica que o Jardim Iririú deverá receber em 2010 uma verba federal do PAC Habitação, o que inclui R$ 2,3 milhões (sendo R$ 278 mil de contrapartida da Prefeitura) para serem investidos em saneamento básico. Segundo Celito, as obras prevêem a construção de rede apropriada de coleta de esgoto e tratamento dos dejetos.

Mas, de acordo com o secretário, as obras só deverão chegar a casas em ruas próximas à bacia formada pelos rios Guaxanduva e Iririú-Mirim – que também deverão receber duas pontes para melhorar a ligação com bairros vizinhos, a exemplo do Comasa. Significa que as casas cuja destinação do esgoto é o mangue vão continuar sem saneamento básico.

Por outro lado, o secretário anuncia outras obras para o Jardim Iririú para 2010, previstas no orçamento participativo aprovado em 2009. No estádio de futebol João Melquides Oligina, o Serrano da rua Damásio Alves Machado, esquina com rua Altamira, será construída uma pista de atletismo ao custo de R$ 30 mil.

“Também vamos ensaibrar 18 quilômetros de ruas e construir mais uma Academia da Melhor Idade no bairro, na área da Associação de Moradores Chico Mendes”, afirma o secretário. Para o segundo semestre, de acordo com Celito, está prevista a conclusão da pavimentação das ruas Reinoldo Schossland, José Antonio Sales e a ligação da rua das Cegonhas com Anita Maciel de Souza. “Essa ligação com asfalto vai melhorar o acesso ao bairro”, afirma o secretário.

O bairro é formado por 127 ruas, que somam 51,8 quilômetros, dos quais 22,7 são asfaltados, 446 metros são mantidos com outro tipo de pavimentação e 28,6 quilômetros são conservados em saibro. Não há informações precisas sobre rede oficial de esgoto.

Programas sociais fizeram bairro progredir

O Jardim Iririú foi desmembrado do bairro Iririú há cerca de 29 anos. Foi quando se tornou populoso demais para ser considerado apenas um loteamento, apesar da região ser constituída por mangue e mato. O bairro é constituído de outros dois conjuntos habitacionais tradicionais: Portinho e Dom Gregório Warmeling. Este último, criado há aproximadamente 13 anos, pela necessidade de abrigar famílias pertencentes a programas sociais.

Hoje, esse conjunto conta com mais de seis mil famílias. O Jardim Iririú tem fama de iniciativas assistenciais, motivo de orgulho entre moradores.
Além de cozinhas comunitárias, outras ações ajudam a inserir desempregados no mercado de trabalho. Um exemplo é a cooperativa montada em parceria com a Universidade da Região de Joinville (Univille) para geração de emprego e renda. Se há cerca de 25 anos a região não contava com energia elétrica, asfalto, escola ou posto de saúde, hoje a realidade é outra, mesmo com muito a ser feito ainda.

ÁGUA NÃO FALTA
Uma das vantagens do bairro é que nunca teve problemas com abastecimento de água. A eletricidade, no entanto, só foi instalada três anos depois da fundação do bairro. O asfalto das principais ruas como Cegonhas, Júlio de Mesquita e Areia Branca demorou ainda mais. As reivindicações foram atendidas graças à luta de moradores.

EDITORIAL: Insistindo no erro

A diferença de quem erra para quem persiste no erro vai alem da questão de inteligência. Muitas vezes, ao invés de mostrar burrice esta insistência denota claramente uma intenção premeditada de atingir um objetivo obscuro.

Há poucos meses, o jornal Folha de S. Paulo publicou a foto de uma antiga ficha do DOPS da “TERRORISTA/ASSALTANTE DE BANCOS” Dilma Vana Rousseff Linhares com o carimbo “CAPTURADO”. A lista de crimes atribuídos a ela, na ficha, incluí: “planejamento do assassinato do capitão Charles” e “assalto ao quartel da Força Pública”.

A reportagem gerou grande indignação por parte da blogosfera que apontou falsificações primárias na famigerada ficha de Dilma. A própria ministra Dilma contratou especialistas em analisar documentos e o resultado comprovou que a ficha é falsa. Flagrada num erro grosseiro, A Folha de S. Paulo, ao invés de retroceder reconhecendo o erro preferiu adotar o velho e surrado “veja bem, não é bem assim”.

Outra situação curiosa ocorre em Joinville. Em janeiro de 2008 a prefeitura implantou o código florestal, de 1965, alegando que o Ministério Público, estaria cobrando sua aplicação. Chamado a se manifestar, o MP de Joinville, por duas vezes, declarou que o código florestal “não pode ser usado em áreas urbanas”.

Desde janeiro do ano passado a prefeitura sabe que não pode usar o código florestal dentro da cidade, mas ao invés de retroceder e reconhecer o erro, continuou insistindo nele.

Mesmo agora, que o Tribunal de Justiça de SC endossou em 100% o parecer do MP de Joinville, a prefeitura persiste no erro.

Tanto no caso da Folha, quanto da prefeitura de Joinville, não é uma questão de pouca inteligência. Então, o que os move a desafiar a razoabilidade e insistir tanto tempo nos erros?

Acordo de compadres deixa Carlito refém das empresas de ônibus

Da redação
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Após quebrar uma de suas principais promessas de campanha – de que não haveria aumento da tarifa de ônibus – e autorizar em maio de 2009 o aumento da passagem de R$ 2,05 para R$ 2,30, porém oferecendo como uma espécie de compensação a gratuidade para idosos entre 60 e 64 anos, o prefeito Carlito Merss (PT) acaba de ser traído pela Gidion e Transtusa, permissionárias do transporte coletivo em Joinville. Sem esquecer que o petista autorizou o aumento acima dos níveis de inflação, aceitando sem contestação todos os custos apresentados em planilhas das empresas.

A tarifa não aumentava desde agosto de 2007. Desta data até abril de 2009, a inflação foi medida em 9,91%, segundo o Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC). Portanto, Carlito concedeu aumento de 2,29% a mais. O reajuste causou a saída do então secretário de Infraestrutura Nelson Trigo que não concordava com o processo por não achar confiáveis os números das empresas.

Há poucos dias, o prefeito viu quebrado o que chamou de acordo feito com as empresas para conceder a isenção de tarifa aos idosos. Gidion e Transtusa, através do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Santa Catarina, mostraram a face cruel da história e ganharam na Justiça, o direito de cancelar a gratuidade. Com isso, quem tem entre 60 e 64 anos, desde segunda-feira (12), estão obrigados a pagar passagem. O que se percebeu é que por ser um acordo realizado praticamente por “baixo dos panos”, o petista ficou de “joelhos” para as empresas e não conseguiu reverter a ação das mesmas, pois a Justiça indeferiu a ação da Prefeitura que pedia a continuidade do benefício.

Deputado move ação popular pedindo fiscalização

O deputado estadual Kennedy Nunes (PP) entrou na briga e luta na Justiça pela redução da tarifa de R$ 2,30 para R$ 2,25, já que Carlito deixou claro em um veículo de comunicação da cidade que tinha arredondado o preço da tarifa por causa da isenção aos idosos. Na segunda-feira (11), Kennedy protocolou uma Ação Popular na Vara da Fazenda de Joinville, solicitando que a Justiça obrigue a prefeitura a fiscalizar as empresas de transporte coletivo e verificar os dados emitidos por elas nas planilhas, como número de passageiros e gastos com empregados, combustível e manutenção dos ônibus.

“O prefeito Carlito Merss está, no mínimo, cometendo prevaricação. Se os dados não forem fiscalizados não existe fé pública”, alerta Kennedy. De acordo com o deputado, com o “copia e cola” (linguagem de computador) que a prefeitura faz em cima dos dados das empresas, as mesmas Gidion e a Transtusa ficam livres para colocarem qualquer valor nestas planilhas. E sem a fiscalização, o reajuste é feito sem a utilização de dados confiáveis. Conforme Kennedy, isso pode ser considerado improbidade administrativa.

A versão das empresas As empresas concessionárias do transporte coletivo de Joinville, Gidion e Transtusa, reiteraram, através de sua assessoria de imprensa, que a planilha apresentada no início de 2009 demonstrava uma tarifa de R$ 2,40, sem considerar os idosos. Naquele período, segundo as empresas, ainda não se falava sobre a gratuidade entre 60 e 64 anos.

Álcool sobe 12% em um mês e perde vantagem

DINILSON VIEIRA
dinilson@gazetadejoinville.com.br
A pesquisa semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) da semana passada mostra nova alta nos preços dos combustíveis, corroborando a tese do governo para reduzir o percentual de álcool na gasolina, reduzindo a quantidade misturada de 25% para 20%.
O levantamento mostra que o litro do álcool combustível subiu, na semana passada, 3,77% na média de todo o país, custando, em média, R$ 1,842. Nas últimas quatro semanas, o álcool ficou 7,91% mais caro.

A mistura do álcool acaba influenciando também o preço da gasolina, cujo litro aumentou 0,51% na semana passada. Nas últimas quatro semanas, o combustível subiu 0,75%.

Com a redução da quantidade de álcool misturada à gasolina, o governo espera disponibilizar maior quantidade do combustível renovável no mercado, cuja oferta está prejudicada nos últimos meses.

A alegação dos usineiros é que as fortes chuvas vêm prejudicando a produção. Ao mesmo tempo, a maior demanda por açúcar no mercado internacional vinha fazendo com que parte da produção de cana de açúcar estivesse sendo direcionada para a produção da commodity.

Álcool em Joinville custa até 83% do litro da gasolina

Abastecer o carro com álcool em Joinville também deixou de ser interessante porque o litro do combustível derivado da cana-de-açúcar chega a custar 83% do valor pago por litro de gasolina – o recomendável pelo governo é que esse limite não ultrapasse 70%.

“Um carro flex chega a rodar até cinco quilômetros a mais com um litro de gasolina em relação ao de álcool. A procura por álcool por aqui chegou a cair 80%. Vendíamos até 3 mil litros por dia e agora não passa de 600”, explicou Miguel Martins, funcionário do posto da avenida Juscelino Kubischek, 315, Centro, um dos estabelecimentos visitados pela reportagem.
No posto de Miguel, o litro do álcool custava 81,5% do de gasolina – R$ 2,18 contra R$ 2,68. No posto da esquina das ruas Abdon Batista e Procópio Gomes, centro, o álcool custava R$ 2,159 contra R$ 2,59, ou 17% de distância de um para outro. “De cada 20 automóveis que abastecem, 18 motoristas pedem gasolina. Antes, esta relação era meio a meio”, disse um funcionário.

No posto da esquina das ruas Saguaçu com Dona Francisca, no Saguaçu, a gasolina custava R$ 2,65 e o álcool, R$ 2,09 – 79% do valor do segundo em relação ao primeiro. “A venda de álcool caiu 50%”, disse o gerente Sergilio Camargo. No estabelecimento do Binário do Iririú, o litro da gasolina estava em R$ 2,64. Para que o litro de álcool valesse a pena, deveria custar até R$ 1,85, mas estava a R$ 2,15. “Só compra álcool quem é obrigado”, afirmou o frentista Antonio Bispo.

EDITORIAL: O drible da vaca

O nosso presidente gosta muito de usar linguagem futebolística para ilustrar seus discursos. Por considerar o futebol um tema de fácil entendimento, Lula usa e abusa de expressões como “o que vale é bola na rede” ou “em time que está ganhando não se mexe”.

Pois bem, vamos também usar uma destas expressões do futebol para explicar de modo simples o que aconteceu na negociação entre as empresas concessionárias do transporte coletivo de Joinville e a prefeitura e que resultou no aumento das passagens.

Em fevereiro de 2009 as duas empresas de ônibus mandaram um ofício para o prefeito Carlito pedindo um reajuste no valor da passagem de R$ 2,05 para R$ 2,30 - bem acima da inflação.

Carlito, que tinha se comprometido na campanha eleitoral de encampar as propostas do candidato derrotado Kennedy Nunes de baixar a passagem de ônibus, resolveu jogar o abacaxi para o seu secretario de Infraestrutura, professor Nelson Trigo.

O aumento seria ou não concedido após a análise das planilhas de custos sob a responsabilidade de Trigo. Acontece que na avaliação do secretário, as planilhas eram ilegais porque não foram geradas com dados da própria prefeitura.

Carlito então resolveu desafiar a legalidade e, desprezando o parecer do professor Trigo, deu tudo o que as empresas pediram. Para compensar sua generosidade de dar aumento acima da inflação, o prefeito combinou com as empresas que elas dariam a gratuidade aos idosos de 60 a 64 anos.

Carlito esqueceu que estava no campo da ilegalidade. As empresas não esqueceram. Foram à Justiça, conseguiram cancelar a gratuidade e ainda ficaram com o aumento acima da inflação.

Deram o “drible da vaca” no prefeito e correram para comemorar.

Kennedy Nunes entra na Justiça para baixar preço da passagem

gisele krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br
O prefeito Carlito Merss (PT) começa o ano com uma derrota. Além de ter aumentado a tarifa do ônibus em 2009, a gratuidade para idosos de 60 a 64 anos, a partir do dia 10 de janeiro, acaba. Esse era um dos argumentos do petista para elevar a passagem no meio do ano para R$ 2,30, indo contra a população que o elegeu.

O benefício foi dado via decreto do prefeito no início do ano passado, mas foi derrubada por sentença judicial. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo entrou na Justiça e conseguiu derrubar o decreto.

O deputado estadual Kennedy Nunes (PP) - que chegou a apoiar Carlito, mas rompeu por causa do aumento da passagem de ônibus – vai entrar com ação civil pública. São dois processos que serão levados à Justiça. O primeiro pedirá o cumprimento do contrato entre Prefeitura de Joinville e as empresas de transporte coletivo (Gidion e Transtusa).

Um dos problemas apontados por Kennedy é a falta de fiscalização. Desde a gestão de Luiz Henrique da Silveira (PMDB), a prefeitura não confere a veracidade dos números apontados pelas empresas. “Antes tinha fiscal que entrava nos ônibus e anotava os números marcados pelas catracas”, conta. Segundo ele, agora o Governo Municipal simplesmente copia os dados enviados pelas empresas.

O segundo processo é com relação ao aumento da passagem, pois Kennedy pedirá a redução no preço. Carlito Merss aumentou a tarifa de ônibus para R$ 2,30 para compensar as empresas por causa da gratuidade dos idosos entre 60 e 64 anos. Conforme cálculo pela inflação, com o reajuste, o valor deveria ficar entre R$ 2,25 e R$ 2,27. Agora que o benefício para os maiores de 60 anos caiu, o deputado pepista vai exigir que o prefeito reduza o valor, conforme estipulado inicialmente, ou seja, em R$ 2,27.

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EDITORIAL: Escandalosa publicidade

Faltavam apenas dois dias para o inicio deste ano quando o presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmou que achava escandalosa a quantidade de comerciais televisivos que o governo de São Paulo veiculou no período de natal.

Na entrevista concedida ao portal Terra, já no apagar das luzes de 2009, o presidente nacional do PT detonou a publicidade do governo Jose Serra: “eu acho escandalosa, é outra demonstração de desespero político. Nunca antes na história do Estado de São Paulo teve tanta propaganda política. É Sabesp, é obra, é propaganda institucional...”

Menos de uma semana, após a justificada indignação de Berzoini, seu correligionário Carlito Merss, inundava as TV’s de Joinville com o mesmo tipo de comerciais, sob o pretexto de anunciar a cobrança do IPTU. Será que para situações idênticas Berzoini teria outra forma de descrever ”escandalosa demonstração de desespero político”?

A diferença fundamental entre a propaganda do governo Jose Serra e de Carlito Merss é que o tucano tem obras para mostrar. Aqui, as obras não aconteceram por conta de um rombo inventado pela prefeitura do PT de R$ 100 milhões e que, na verdade, nunca existiu.

Carlito conseguiu aprovar no orçamento da prefeitura para 2010 uma verba recorde de R$ 11 milhões para gastar com publicidade. Sua intenção é clara: cooptar a imprensa através de milionárias campanhas publicitárias.

A revolta de Ricardo Berzoini com a excessiva publicidade em São Paulo é a mesma que os joinvilenses sentem ao verem seu dinheiro, pago através de impostos como o IPTU, serem torrados apenas para enaltecer o governo municipal.